03/05/2017, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
A Cinemateca com o Indielisboa: Paul Vecchiali
Em colaboração com Indielisboa – Associação Cultural
Femmes Femmes
de Paul Vecchiali
com Hélène Surgère, Sonia Saviange, Michel Duchaussoy, Michel Delahaye, Huguette Forge, Liza Braconnier, Henry Courseaux, Marcel Gassouk, Charles Level, Noël Simsolo, Claire Versane, Jean-Claude Guiguet
França, 1974 - 120 min
legendado eletronicamente em português | M/12
“Um realizador no desemprego e duas atrizes no desemprego fazem um filme: eis um ato revolucionário”, disse Vecchiali sobre FEMMES FEMMES, um dos seus filmes mais celebrados, importante no seu percurso também pelo eco que a passagem no Festival de Veneza deu à sua obra. Coescrito com Noël Simsolo, FEMMES FEMMES é uma delirante “comédia musical” que reúne duas atrizes fracassadas num teatro muito particular (um apartamento), protagonistas de um jogo entre o “teatro” e a “vida”. Depois de uma participação em L’ÉTRANGLEUR, Hélène Surgère, atriz de teatro que Vecchiali levou para o cinema, surge pela primeira vez num grande papel de cinema. Em 1974, Pasolini foi um dos grandes admiradores do filme, tendo mostrado cenas dele aos atores de SALÓ, que então preparava e em que Surgère e Sonia Saviange igualmente participam. “Um ensaio para um regresso ‘pós-Nouvelle Vague’ ao cinema popular francês dos anos trinta” (Luís Miguel Oliveira). A apresentar em cópia digital.
03/05/2017, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
A Cinemateca com o Indielisboa: Paul Vecchiali
Em colaboração com Indielisboa – Associação Cultural
Les Roses de la Vie | Les Ruses du Diable
duração total da projeção: 125 min | M/12
LES ROSES DE LA VIE
de Paul Vecchiali
com Jean Eustache, Germaine de France, Michèle Marinie, Sonia Saviange, Rosette Zucchelli
França, 1962 – 20 min / legendado eletronicamnte em português
LES RUSES DU DIABLE
Dinheiro Amargo
de Paul Vecchiali
com Geneviève Thénier, Germaine de France, Jean-Claude Drouot, Nicole Courcel, Michel Piccoli, Sonia Saviange, Danièle Ajoret, Marie Déa, Andrée Tainsy
França, 1965 – 105 min / legendado eletronicamente em português
Foi com PETITS DRAMES (1961) que Paul Vecchiali se estreou na realização, mas tendo o negativo da sua primeira longa-metragem sido perdido antes da tiragem de cópias, o título, mudo, em 16 mm, ficou inédito. Um ano depois, LES ROSES DE LA VIE foi o filme seguinte e conta com a participação de Jean Eustache (de quem Vecchiali produziu o inacabado LA SOIRÉE, de 1963) e de Sonia Saviange, na primeira das recorrentes vezes em que Vecchiali a dirigiu. Dedicada a Geneviève Thénier, realizada sob o signo de Mizoguchi e tratando uma inspiração de fotonovela, LES RUSES DU DIABLE é a segunda longa-metragem de Vecchiali (a primeira “visível”, quatro anos volvidos sobre o “inédito-perdido” PETITS DRAMES) e tem por subtítulo NEUF PORTRAITS D’UNE JEUNE FILLE. É ela quem por (quase) nove vezes olha para a câmara, protagonista de um filme que segue os infortúnios de uma jovem costureira parisiense apanhada nos “ardis do diabo”, cruzando géneros a partir de um argumento pontuado por canções e baseado num equívoco: por engano do remetente, Ginette recebe regularmente dinheiro de um desconhecido habituando-se a viver desse inesperado rendimento. Para o realizador, trata-se de um filme sobre a circulação do dinheiro em que, em retrospetiva, notou ter-lhe interessado “a técnica e a gestualidade do ator”. “Meio Demy, meio Godard”, escreveu Louis Skorecki sobre o filme nos anos noventa, defendendo que Vecchiali “soube inventar uma obra à margem das grandes correntes desde o seu início em 1961”. À época, mal-entendido, teve entre os seus primeiros defensores Jacques Demy, Agnès Varda e François Truffaut, que a seu propósito disse a Vecchiali, ser ele “o único herdeiro de Renoir, sem plágio, sem esforço”.
04/05/2017, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
A Cinemateca com o Indielisboa: Paul Vecchiali
Em colaboração com Indielisboa – Associação Cultural
Le Récit de Rebecca | L’Étrangleur
duração total da projeção: 113 min | M/12
LE RECIT DE REBECCA
de Paul Vecchiali
com Marika Green, Pierre Bonnefoux, Jean-Paul Cisife, Youri Rytel, Alain Saury
França, 1963 – 20 min / legendado eletronicamente em português
L’ÉTRANGLEUR
O Homem do Cachecol Branco
de Paul Vecchiali
com Jacques Perrin, Paul Barge, Katia Cavaignac, Nicole Courcel, Jacqueline Danno, Jean-Pierre d'Artois, Jean-Michel Dhermay, Julien Guiomar, Sonia Saviange, Eva Simonet, Hélène Surgère, Andrée Tainsy, Jean-Claude Guiguet
França, 1970 – 93 min / legendado eletronicamente em português
Em LE RÉCIT DE REBECCA, Rebecca relata ao irmão a visita que fez a uma caverna fantástica, seja esse conto imaginação ou realidade. A segunda curta-metragem de Vecchiali parte de Manuscrit trouvé à Saragosse, de Jean Potocki e conta com Marika Green, a Jeanne de PICKPOCKET de Bresson. A segunda curta-metragem de Vecchiali abre a sessão de L’ÉTRANGLEUR: obcecado por um trauma de infância e repetindo um ato de que foi testemunha, um rapaz solitário estrangula mulheres que crê desesperadas, sempre à noite e sempre com o mesmo cachecol branco. O homicídio em série é investigado por um peculiar polícia. “Perdi o meu tempo, perdi a minha vida”, diz uma das vítimas antes de ser estrangulada, numa das mais belas réplicas do filme. L’ÉTRANGLEUR “nasceu dos meus passeios noturnos”, afirmou Vecchiali que aqui combina um filme de género (o policial) com uma qualidade sonâmbula, assinando uma das suas obras mais pessoais. O protagonista é Jacques Perrin, que Jacques Demy dirigiu no mesmo ano em PEAU D’ÂNE. L’ÉTRANGLEUR é apresentado em cópia digital.
04/05/2017, 22h00 | Sala Luís de Pina
A Cinemateca com o Indielisboa: Paul Vecchiali
Em colaboração com Indielisboa – Associação Cultural
Les Roses de la Vie | Les Ruses du Diable
duração total da projeção: 125 min | M/12
LES ROSES DE LA VIE
de Paul Vecchiali
com Jean Eustache, Germaine de France, Michèle Marinie, Sonia Saviange, Rosette Zucchelli
França, 1962 – 20 min / legendado eletronicamnte em português
LES RUSES DU DIABLE
Dinheiro Amargo
de Paul Vecchiali
com Geneviève Thénier, Germaine de France, Jean-Claude Drouot, Nicole Courcel, Michel Piccoli, Sonia Saviange, Danièle Ajoret, Marie Déa, Andrée Tainsy
França, 1965 – 105 min / legendado eletronicamente em português
Foi com PETITS DRAMES (1961) que Paul Vecchiali se estreou na realização, mas tendo o negativo da sua primeira longa-metragem sido perdido antes da tiragem de cópias, o título, mudo, em 16 mm, ficou inédito. Um ano depois, LES ROSES DE LA VIE foi o filme seguinte e conta com a participação de Jean Eustache (de quem Vecchiali produziu o inacabado LA SOIRÉE, de 1963) e de Sonia Saviange, na primeira das recorrentes vezes em que Vecchiali a dirigiu. Dedicada a Geneviève Thénier, realizada sob o signo de Mizoguchi e tratando uma inspiração de fotonovela, LES RUSES DU DIABLE é a segunda longa-metragem de Vecchiali (a primeira “visível”, quatro anos volvidos sobre o “inédito-perdido” PETITS DRAMES) e tem por subtítulo NEUF PORTRAITS D’UNE JEUNE FILLE. É ela quem por (quase) nove vezes olha para a câmara, protagonista de um filme que segue os infortúnios de uma jovem costureira parisiense apanhada nos “ardis do diabo”, cruzando géneros a partir de um argumento pontuado por canções e baseado num equívoco: por engano do remetente, Ginette recebe regularmente dinheiro de um desconhecido habituando-se a viver desse inesperado rendimento. Para o realizador, trata-se de um filme sobre a circulação do dinheiro em que, em retrospetiva, notou ter-lhe interessado “a técnica e a gestualidade do ator”. “Meio Demy, meio Godard”, escreveu Louis Skorecki sobre o filme nos anos noventa, defendendo que Vecchiali “soube inventar uma obra à margem das grandes correntes desde o seu início em 1961”. À época, mal-entendido, teve entre os seus primeiros defensores Jacques Demy, Agnès Varda e François Truffaut, que a seu propósito disse a Vecchiali, ser ele “o único herdeiro de Renoir, sem plágio, sem esforço”.
05/05/2017, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
A Cinemateca com o Indielisboa: Paul Vecchiali
Em colaboração com Indielisboa – Associação Cultural
Change pas de Main
Não Mudes de Mão
de Paul Vecchiali
com Myriam Mézières, Jean-Christophe Bouvet, Hélène Surgère, Sonia Saviange, Liza Braconnier, Michel Delahaye, Noel Simsölo
França, 1975 - 85 min
legendado eletronicamente em português | M/18
Descrito como um filme pornográfico de autor, que se tornou um título de culto dos anos setenta franceses, CHANGE PAS DE MAIN segue a história de uma mulher com poder no meio político parisiense que contrata um detetive privado quando recebe um filme porno em que o seu filho aparece. “O triunfo mais excitante do filme, e não necessariamente o mais visível, é a subtil inversão operada entre as duas narrativas incompatíveis, a pornográfica e a romanesca (...). Tentem retirar as cenas ‘hard’ de CHANGE PAS DE MAIN e nada muda. Aí reside a grande habilidade vecchialiana, ironia incluída, que não transige com nenhuma possibilidade de se libertar do seu próprio material ou de lhe conferir um fabrico suficientemente invulgar para que a pura impureza surja em todo o seu ambíguo esplendor” (Pierre Léon). A apresentar em cópia digital.