19/03/2024, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
A Liberdade Pré-Código
The Public Enemy
de William A. Wellman
com James Cagney, Jean Harlow, Edward Woods, Joan Blondell, Donald Cook, Leslie Fenton, Mae Clarke
Estados Unidos, 1931 - 83 min
legendado eletronicamente em português | M/12
A partir de um argumento baseado no romance não publicado Beer and Blood de dois jornalistas contemporâneos das ações criminosas de Al Capone em Chicago, THE PUBLIC ENEMY estabeleceu a personalidade do gangster nos filmes dos anos 1930, alinhando um trio arquétipo com LITTLE CAESAR de Mervin LeRoy e SCARFACE de Howard Hawks. Assim se disseminou o filme de gangsters tornando-o alvo especial da vontade de regulação censória do Código de Produção. Poderoso retrato do período da Lei Seca americana, revelou James Cagney que, na pele de Tom Powers, jovem aventureiro transformado num perigoso bandido, profere a mais célebre réplica de um filme de gangsters: “I ain’t so tough.” É também neste filme que James Cagney protagoniza planos alucinantes e cenas inesquecíveis. “O que faz de PUBLIC ENEMY um filme sem rival no seu género é a energia que Wellman lhe incute […e um] abalo telúrico” (Manuel Cintra Ferreira).
 
19/03/2024, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
A Liberdade Pré-Código
Blonde Crazy
de Roy Del Ruth
com James Cagney, Joan Blondell, Louis Calhern, Noel Francis, Ray Milland, Guy Kibbee
Estados Unidos, 1931 - 79 min
legendado eletronicamente em português | M/12
James Cagney e Joan Blondell, um par formado na Broadway e recorrente em sete produções da primeira metade dos anos 1930 (a primeira delas o mais famoso THE PUBLIC ENEMY), interpretam as personagens de um paquete e de uma criada que se tornam uma dupla temível como chantagistas de homens casados a quem preparam armadilhas condicentes no hotel onde trabalham. Os diálogos são rápidos, a inspiração livre, inenarrável o delírio. O título evoca o tom platinado do cabelo de Blondell e a expressão enlouquecida “gone crazy”. Uma das falas de Cagney ficou célebre: “That dirty, double-crossin’ rat!” e foi BLONDE CRAZY a firmar a sua versatilidade como ator. “O sexo seria o primeiro demónio a exorcizar pelo Código [de produção adotado em 1930 numa primeira “versão ligeira”], a violência o seguinte” e neste filme o criminal entronca na comédia com o protagonista a demonstrar toda a sua aptidão física, estilo vocal, sentido rítmico, singularidade da presença no ecrã. Primeira apresentação na Cinemateca, em cópia digital.
 
19/03/2024, 19h30 | Sala Luís de Pina
Raúl Ruiz – A Imagem Estilhaçada [Parte II]
Dialogues d’Éxilés
de Raúl Ruiz
com Daniel Gélin, Françoise Arnoul, Carla Cristi, Sérgio Hernández
França, 1974 - 104 min
legendado eletronicamente em português | M/12
O primeiro filme realizado em França por Ruiz, poucos meses depois do golpe de Estado de Augusto Pinochet, aborda, inevitavelmente o tema do exílio, mais precisamente a experiência dos numerosos exilados chilenos, de que ele próprio fazia parte. O filme começa com uma epígrafe de Brecht, que também conheceu o exílio: “A melhor escola para a dialética é a emigração. Os dialéticos mais penetrantes são os exilados. As mudanças forçaram-nos a exilar-se e eles só se interessam pelas mudanças. A partir de signos ínfimos deduzem os acontecimentos mais fabulosos”. O filme é composto pelas amargas lembranças de exilados chilenos, que continuam a reviver no exílio a experiência da Unidade Popular, sem esquecer nem superar os antagonismos que os opunham no Chile. O acontecimento central é o sequestro de um cantor pop chileno de visita a Paris para “reeducá-lo”, ilustrando o tom algo irónico com que Ruiz aborda o tema, “sem caricatura, mas tão ácido que o espectador é levado a rir” (Marcel Martin). A exibir em cópia digital.
 
19/03/2024, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ante-Estreias
A Flor do Buriti
de João Salaviza, Renée Nader Messora
com Ilda Patpro Krahô, Francisco Hỳjnõ Krahô, Solane Tehtikwỳj Krahô, Raene Kôtô Krahô
Portugal, Brasil, 2023 - 123 min
legendado em português | M/12
Com as presenças de João Salaviza, Renée Nader Messora, Francisco Hyjnõ Krahô e Luzia Cruwakwyj Krahô
Segundo filme da dupla João Salaviza e Renée Nader Messora em colaboração a comunidade Krahô do Norte do Brasil depois de CHUVA É CANTORIA NA ALDEIA DOS MORTOS. Em A FLOR DO BURITI, o olhar de uma criança Krahô, povo indígena que há séculos luta pela preservação da sua liberdade, guia-nos numa viagem por três épocas da história desta comunidade. Ao longo dos tempos, o poder e a força da tradição e dos ritos ancestrais, e a profunda ligação à natureza, reinventam-se em novas formas de resistência, numa incessante luta pela sobrevivência.