06/12/2016, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
José Fonseca e Costa
Kilas
de José Fonseca e Costa
com Mário Viegas, Lia Gama, Luís Lello, Lima Duarte, Milú, Paula Guedes, Adelaide Ferreira
Portugal, Brasil, 1980 - 124 min | M/12
KILAS não é apenas um dos maiores sucessos de sempre do cinema português: é um filme que apanha, como poucos, o cruzamento da cultura popular portuguesa (aqui, na sua versão lisboeta e machista) com o imaginário “pulp" do cinema norte-americano e da ficção policial de bolso. Mário Viegas, figura recorrente do cinema de Fonseca e Costa, tem aqui o seu papel mais emblemático no cinema nacional. No entanto, este é também o filme de Lia Gama (Pepsi Rita), com uma caracterização à imagem da sedução e do poder de Rita Hayworth. Um filme em que os homens são os maus da fita e as mulheres as suas vítimas, deixando o decorrer da história, no retrato de uma Lisboa noturna, conspirativa e suja da década de oitenta, entregar-lhes o destino que cada um merece.
12/12/2016, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
José Fonseca e Costa
…E Era o Mar | O Recado
duração total da projeção: 121 min | M/12
…E ERA O MAR
Portugal, 1966 – 11 min
O RECADO
com Maria Cabral, Paco Nieto, Luís Filipe Rocha, José Viana
Portugal, 1971 – 110 min
de José Fonseca e Costa
A sessão que junta a primeira curta e a primeira longa de José Fonseca e Costa traz-nos aquela que foi uma das suas maiores admirações enquanto cinéfilo e cineasta: Michelangelo Antonioni. Se …E ERA O MAR é a primeira de uma série de curtas-metragens, realizadas para fins institucionais ou promocionais (a apresentar noutras sessões do Ciclo), onde se nota o interesse do realizador pela arquitetura e os seus espaços sociais e políticos, O RECADO, um dos filmes essenciais do Cinema Novo português, filma uma inesquecível Maria Cabral nos espaços públicos e secretos da ditadura do Estado Novo e de uma classe burguesa lisboeta desejosa de independência mas corrompida pela moral do regime. Uma obra de desejos frustrados, de enorme beleza visual e silêncios comprometedores que nos falam, ainda hoje, do estado de alma de um país antes da sua revolução.
13/12/2016, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
José Fonseca e Costa
A Independência de Angola – Os Acordos do Alvor [1ª Parte] | A Independência de Angola – O Governo de Transição [2ª Parte] | Os Demónios de Alcácer-Kibir
duração total da projeção: 128 min | M/12
A INDEPENDÊNCIA DE ANGOLA – OS ACORDOS DO ALVOR [1ª PARTE]
de José Fonseca e Costa, António Escudeiro
Portugal?, 1977 – 21 min
A INDEPENDÊNCIA DE ANGOLA – O GOVERNO DE TRANSIÇÃO [2ª PARTE]
de José Fonseca e Costa, António Escudeiro
Portugal?, 1977 – 19 min
OS DEMÓNIOS DE ALCÁCER-KIBIR
de José Fonseca e Costa
com Sérgio Godinho, Ana Zanatti, João Guedes, Zita Duarte, Carlos José Teixeira, António Beringela, Artur Semedo, Luis Barradas
Portugal, 1976 – 88 min
José Fonseca e Costa já tinha deixado implícita a sua crítica ao Estado Novo e ao ambiente policial da sociedade portuguesa em O RECADO, a sua primeira longa-metragem. Em OS DEMÓNIOS DE ALCÁCER-KIBIR, o seu filme seguinte, a guerra colonial torna-se motivo de uma aventurada encenação, na paisagem alentejana, entre várias personagens da sociedade portuguesa: artistas, colonos e colonizados, fadas e operários, um encontro musical entre o filme militante e a fantasia histórica a partir de episódios da História de Portugal. A abrir a sessão, A INDEPENDÊNCIA DE ANGOLA divide-se em dois filmes compostos por imagens das reuniões entre o governo português e os movimentos de libertação de Angola, nos trabalhos de descolonização do país, e as primeiras imagens da sua vida independente.
14/12/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
José Fonseca e Costa
Regresso à Terra do Sol | Música, Moçambique!
duração total da projeção: 111 min | M/12
REGRESSO À TERRA DO SOL
Portugal, 1967 – 21 min
MÚSICA, MOÇAMBIQUE!
Moçambique, Portugal, 1981 – 90 min
de José Fonseca e Costa
A ligação de José Fonseca e Costa a África é uma marca presente do seu cinema e da sua vida. Nascido em Angola, em 1933, vem para Portugal com 11 anos de idade e regressa, pelo cinema, com o seu REGRESSO À TERRA DO SOL, um filme de encomenda do Banco Comercial de Angola (pertencente ao Banco Português do Atlântico) com o intuito de filmar a sua nova sede em Luanda; um pedido, aliás, cujo resultado seria censurado e faria dele um dos primeiros filmes anticoloniais portugueses. MÚSICA, MOÇAMBIQUE!, por sua vez, um retrato da primeira edição do Festival da Canção e da Música Tradicional de Moçambique, poucos anos depois de terminada a Guerra Colonial, é uma celebração da identidade e da nova independência do povo moçambicano através da riqueza da sua música.
15/12/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
José Fonseca e Costa
Sem Sombra de Pecado
de José Fonseca e Costa
com Victoria Abril, Mário Viegas, Isabel de Castro, João Perry, Armando Cortez, Lia Gama
Portugal, 1982 - 104 min | M/12
Partindo de uma adaptação de Gaivotas em Terra de David Mourão-Ferreira, SEM SOMBRA DE PECADO veio a tornar-se num dos filmes mais emblemáticos da década de oitenta, em Portugal, lançando José Fonseca e Costa para um dos seus períodos de maior sucesso junto do público português. SEM SOMBRA DE PECADO é, também, um dos raros exemplos de filme histórico no nosso país, onde o detalhe da direção artística, com a fotografia de Eduardo Serra (num dos seus primeiros trabalhos), reproduz, com riqueza, os inícios de um Portugal aburguesado e fascista sob a manta da ficção do crime passional. Segundo papel de Mário Viegas, depois de KILAS, no cinema do realizador português.