Inspirado em cantigas populares, romances de cordel e dramas “de faca e alguidar”, O RIO DO OURO (um projeto acalentado por Rocha desde OS VERDES ANOS) foi aclamado pela crítica depois da sua estreia mundial em Cannes, sendo, para alguns, a obra-prima de Paulo Rocha. Um filme possuído por uma força telúrica, onde pulsam a paixão e a violência, dominado pela “parte maldita”, com a paisagem do rio Douro ao fundo. E a outro fundo tudo arrasta Isabel Ruth, Carolina, nome suave para tais voos de bacante. “De certo modo, transfigura MUDAR DE VIDA, como transfigura Isabel Ruth“ (João Bénard da Costa). Foi o filme do regresso de Paulo Rocha à ficção ao cabo de uma década em que lhe foi impossível realizar projetos como “O Naufrágio de Sepúlveda” sobre a história trágico-marítima portuguesa e é também o filme do começo da sua colaboração na escrita com Regina Guimarães (uma constante na obra de Rocha até SE EU FOSSE LADRÃO… ROUBAVA).