10/12/2020, 15h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Filme controverso no seu tempo, repudiado pela autora das duas peças que lhe estão na base, Andrea Dunbar, será o primeiro título para cinema a granjear alguma popularidade a Alan Clarke, desta feita, fora do
habitat que o notabilizara, a televisão. Clarke assina um filme que mistura a tradição realista, da geração dos “angry young men”, com uma estética algo rude vinda do documentário televisivo e da comédia
soap. A história da relação adúltera de um homem com duas adolescentes
, que, por sinal, trabalham para este como
babysitters, escandalizou meio mundo por causa das suas despudoradas cenas de sexo e do retrato desagradável sobre as relações de classe na cidade industrial de Bradford. Para o americano Dave Kehr, o filme de Clarke representa uma crítica ao thatcherismo, comentando uma estrutura social que tem na transgressão sexual a única fuga a uma sociedade em decadência. Desde 1989 que este filme não é exibido na Cinemateca.
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