17/03/2020, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Jorge Silva Melo – Viver Amanhã como Hoje
Coitado do Jorge
de Jorge Silva Melo
com Jerzy Radziwilowicz, Ángela Molina, Manuel Wiborg, Joana Bárcia, Glicínia Quartin
Portugal, 1993 - 101 min | M/12
Baseado num romance de Paula Fox (Poor George), é possível resumir o filme com o verso de Ruy Belo que lhe serve de epígrafe: “Triste é no Outono descobrir que é o Verão a única estação.” Num verão quente e repleto de incêndios, Jorge, aos 36 anos, está também a arder por dentro. Um importante título do cinema português dos anos 1990, que nunca foi estreado comercialmente, e que conta com a fotografia de William Lubtchansky. A sinopse dizia, “Poder-se-á dizer que Jorge é um homem feliz. O Jorge vai para casa. É um dia como todos os outros e há fogo em toda a zona. Nessa noite ele vai encontrar-se com um industrial japonês, que lhe permitirá abandonar o seu cargo de professor e retomar o seu trabalho químico.
No entanto, quando chega a casa encontra lá uma pessoa. Uma pessoa que ele não conhece. Um assaltante. A partir desse momento, tudo será diferente.”
18/03/2020, 18h30 | Sala Luís de Pina
Jorge Silva Melo – Viver Amanhã como Hoje
António Sena: A Mão Esquiva | Ana Vieira: E o Que Não É Visto
duração total da projeção: 116 min | M/12
ANTÓNIO SENA: A MÃO ESQUIVA
de Jorge Silva Melo
Portugal, 2009 – 60 min
ANA VIEIRA: E O QUE NÃO É VISTO
de Jorge Silva Melo
Portugal, 2011 – 56 min
ANTÓNIO SENA: A MÃO ESQUIVA retrata António Sena (nascido em 1941), que Jorge Silva Melo conheceu em 2003, por altura da exposição retrospetiva do pintor em Serralves, apresentada por João Fernandes como uma obra de pintura “que representa um estudo da cor, materiais e composição no contexto de uma relação entre o quadro e a escrita”. Conta com comentários de Maria Filomena Molder e João Pinharanda sobre as obras de Sena em diálogo com o realizador. Na sinopse, afirma-se que interessou a Silva Melo filmar, do “pintor discreto e esquivo”, “a incessante mão, a mão que escrevinha, rasura, escreve, acrescenta, pinta e apaga ou pinta e inscreve. Ou a mão que comenta, sublinha, se lembra.” No momento do retrato de Ana Vieira (1940-2016) interessava à artista “o que não é dito, o que não é visto”. Silva Melo filmou e sobre o que filmou escreveu: “Mas o que não se vê (ou se vê de esguelha, espiando, deslocando o ponto de vista, recusando a frontalidade do renascimento) é o assunto principal deste trabalho intransigente. No cinema, designa-se isso por off e é o assunto principal de muitos dos mais belos planos. No teatro, chamou-se a isso bastidores, é onde morrem Jocasta e Antígona, se cega Édipo, morre Fedra. Nós só sabemos, porque, felizmente, Téramène na Fedra ou o Soldado no Rei Édipo, ecos, testemunhas, nos vêm contar. Ou porque Ana Vieira, guardadora das sombras, lhes fixou a traça? Filmar o invisível, é assim um destino: filmar o rasto (rastejar?), a ausência, colocar-me à indiscreta janela (é belo o inglês, Rear Window) onde passam as sombras, na caverna.” ANA VIEIRA: E O QUE NÃO É VISTO é uma primeira exibição na Cinemateca.
19/03/2020, 18h30 | Sala Luís de Pina
Jorge Silva Melo – Viver Amanhã como Hoje
A África de José Guimarães
de Jorge Silva Melo, Miguel Aguiar
Portugal, 2012 - 57 min | M/12
com a presença de José Guimarães
Correalizado por Jorge Silva Melo e Miguel Aguiar, o filme parte da coleção de arte tribal africana de José Guimarães (nascido em 1939), cujo percurso artístico sofreu uma transformação assinalável com a estadia em Angola entre 1967 e 1974, em serviço militar. A arte primitiva africana passa a fazer parte do seu trabalho, no sentido do diálogo que o artista afirma manter com as peças que coleciona – “O Minho deu-me as cores, África o sentido do mito.” Primeira exibição na Cinemateca.
20/03/2020, 18h30 | Sala Luís de Pina
Jorge Silva Melo – Viver Amanhã como Hoje
Jogadores de Pau Miró | O Tempo de Lluïsa Cunillé
duração total da projeção: 135 min | M/12
sessão com intervalo de 10 minutos
JOGADORES DE PAU MIRÓ
de Jorge Silva Melo, Miguel Aguiar
com Américo Silva, Pedro Carraca, António Simão, João Meireles
Portugal, 2017 – 68 min
O TEMPO DE LLUÏSA CUNILLÉ
de Jorge Silva Melo
com Rita Brütt, João Meireles
Portugal, 2018 – 67 min
Produzidos pelos Artistas Unidos e a RTP, os dois filmes registam duas peças encenadas por Jorge Silva Melo nos Artistas Unidos em 2015, com cenografia e figurinos de Rita Lopes Alves. Em Jogadores, do catalão Pau Miró, quatro homens, um professor, um barbeiro, um ator e um coveiro, são olhados à imagem dos gangsters falhados de um filme de Monicelli, numa peça por onde passa a ideia da gentrificação. O Tempo, de Lluïsa Cunillé propõe um drama para duas personagens, um homem e uma mulher. Primeiras exibições na Cinemateca.
20/03/2020, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Jorge Silva Melo – Viver Amanhã como Hoje
António, um Rapaz de Lisboa
de Jorge Silva Melo
com Manuel Wiborg, Lia Gama, Paulo Claro, Sylvie Rocha, Isabel Muñoz Cardoso, Marco Delgado, Ivo Canelas, Joana Bárcia, Glicínia Quartin
Portugal, 2000 - 114 min | M/12
sessão apresentada por Lia Gama e Manuel Wiborg
Adaptação cinematográfica da peça teatral encenada cinco anos antes, no ACARTE por Jorge Silva Melo, ANTÓNIO, UM RAPAZ DE LISBOA é simultaneamente um filme da geração dos atores que o interpretaram e um retrato da Lisboa dos anos 1990. O ritmo é vibrante, as cores fortes, os planos enérgicos. A sinopse oficial reza: “Um rapaz em Lisboa, nesta Lisboa em obras. As paragens de autocarro, as entrevistas para emprego, os cafés sujos, o metro de uma noite, os centros comerciais de bairro, as lojas de fotocópias, os arrumadores de automóveis, os hospitais, um encontro à chuva, as creches onde se colocam os filhos, a dura ressaca, o Corte Inglês, as cervejarias onde se mata o tempo.”