10/10/2019, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
20ª Festa do Cinema Francês: Jean-Louis Trintignant | Agnès Varda | 20 Anos de Festa
em colaboração com o Institut Français du Portugal
Ma Nuit Chez Maud
A Minha Noite em Casa de Maud
de Eric Rohmer
com Jean-Louis Trintignant, Françoise Fabian, Marie-Christine Barrault, Antoine Vitez
França, 1969 - 110 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Jean-Louis Trintignant
Realizado a preto e branco, o que era muito minoritário em 1969, MA NUIT CHEZ MAUD é o terceiro dos contos morais e também o mais abstrato e austero. Rohmer representa o dualismo entre a retidão moral e a imprevisibilidade do humano, num confronto ético, mas também cinematográfico. O filme é ambientado em Clermont-Ferrand, terra natal do filósofo e matemático setecentista Blaise Pascal, cuja famosa teoria da “aposta” (simplificando muito: é melhor “apostar” que Deus existe) é discutida no filme por pessoas que refletem se estas teorias podem e devem ser aplicadas às suas próprias vidas. No centro do debate está o engenheiro de 34 anos Jean-Louis – o nome da personagem confunde-se com o do ator, Jean-Louis Trintignant, também porque esta será porventura a sua interpretação mais paradigmática. No sentido da loucura ou da santidade, o protagonista procura aplicar o catolicismo, qual receita de vida, às “apostas” românticas e sexuais. Foi o primeiro êxito comercial de Rohmer, que chegava então à casa dos 50 anos. A apresentar em cópia digital.
10/10/2019, 18h30 | Sala Luís de Pina
20ª Festa do Cinema Francês: Jean-Louis Trintignant | Agnès Varda | 20 Anos de Festa
em colaboração com o Institut Français du Portugal
Cléo de 5 à 7
Duas Horas na Vida de uma Mulher
de Agnès Varda
com Corinne Marchand, Antoine Bourseiller, Dominique Davray, Dorothée Blank
França, 1962 - 85 min
legendado em português | M/12
Agnès Varda
Ficções
Talvez a obra-prima de Varda e o mais “Nouvelle Vague” de todos seus filmes. Narrado em tempo real (o tempo da narrativa é o da duração do filme), mostra-nos uma mulher que pensa ter um cancro e aguarda os resultados das análises clínicas que fez. Enquanto espera, encontra pessoas conhecidas e desconhecidas e atravessa a distância entre o obscurantismo e a lucidez sobre a sua própria identidade. E, como tantos filmes da Nouvelle Vague, CLÉO DE 5 À 7 também é um grande filme sobre Paris. A última passagem na Cinemateca data de há quatro anos. A apresentar em cópia digital.
10/10/2019, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
20ª Festa do Cinema Francês: Jean-Louis Trintignant | Agnès Varda | 20 Anos de Festa
em colaboração com o Institut Français du Portugal
Trois Couleurs: Rouge
Três Cores: Vermelho
de Krzysztof Kieślowski
com Irène Jacob, Jean-Louis Trintignant, Frédérique Feder, Jean-Pierre Lorit
Suíça, França, Polónia, 1994 - 97 min
legendado em português | M/12
Jean-Louis Trintignant
Há uma carga testamentária neste ROUGE que se pode verificar em duas dimensões simultâneas: foi a última longa-metragem para cinema rodada pelo mestre do cinema polaco e francês, Krzysztof Kieślowski; foi também o derradeiro ponto de convergência (e resolução?) da famosa “Trilogia das Cores”, que se baseou conceptualmente nas três cores da bandeira francesa e no lema da Revolução Francesa, ou seja, liberdade (BLEU), igualdade (BLANC) e fraternidade (ROUGE). Este filme, que levou Kieślowski a precipitar o anúncio do fim da sua carreira, conta a história de uma inusitada cumplicidade entre a perspicaz modelo Valentine (Irène Jacob) e um velho juiz (Jean-Louis Trintignant) “retirado do mundo” e com o estranho hábito de espiar a vida dos outros. A relação fraterna nasce no sentimento de piedade de Valentine, ela que, como escreveu Manuel Cintra Ferreira, “é a personagem ‘salvífica’ por excelência”, neste que é “o melhor dos filmes [da Trilogia] e um dos melhores de toda a filmografia de Kieślowski”. A apresentar em cópia digital.
10/10/2019, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
20ª Festa do Cinema Francês: Jean-Louis Trintignant | Agnès Varda | 20 Anos de Festa
em colaboração com o Institut Français du Portugal
Sans Toit ni Loi
Sem Eira Nem Beira
de Agnès Varda
com Sandrine Bonnaire, Macha Méril, Stéphane Freiss, Yolande Moreau
França, 1985 - 105 min
legendado em português | M/16
Agnès Varda
Ficções
SANS TOIT NI LOI baseia-se num fait divers, o caso de uma rapariga que apareceu morta (congelada) num vala, algures numa região rural francesa. Agnès Varda deixou-se intrigar pela história e, sobretudo, “pelos últimos meses da vida desta mulher” (como diz a própria cineasta na narração do filme). SANS TOIT NI LOI foi então concebido como uma espécie de filme-inquérito, articulando pura ficção com a informação que Varda recolheu na sua investigação pessoal. É um dos seus mais impressionantes filmes e Sandrine Bonnaire é magnífica a dar corpo à progressiva “des-humanização” da sua personagem. O filme não é programado na Cinemateca desde 2009 e será apresentado em cópia digital.
11/10/2019, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
20ª Festa do Cinema Francês: Jean-Louis Trintignant | Agnès Varda | 20 Anos de Festa
em colaboração com o Institut Français du Portugal
L’Une Chante, l’Autre Pas
Uma Canta, a Outra Não
de Agnès Varda
com Valérie Mairesse, Thérèse Liotard, Ali Rafi, Robert Dadiès
França, 1977 - 120 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Agnès Varda
Ficções
O filme mostra as vidas paralelas de duas mulheres, alternadas com as lutas do movimento feminista dos anos sessenta e setenta. Conhecem-se quando uma ajuda a outra a fazer um aborto (que foi legalizado em França em 1974), perdem-se de vista e reencontram-se dez anos mais tarde, depois de seguirem caminhos muito diferentes. “Varda acaba por funcionar, atrás da câmara, como uma espécie de mão invisível, embora bem à mostra, que vem tecendo o destino de todos aqueles fios” (José Navarro de Andrade). O filme foi programado pela última vez na Cinemateca em 1993. A apresentar em cópia digital.