11/09/2019, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Luz e Espectros – Cinema de Weimar 1919-1933
Heimkehr
O Canto do Prisioneiro
de Joe May
com Lars Hanson, Gustav Frölich, Dita Parlo, Theodor Loos, Philipp Manning
Alemanha, 1928 - 140 min
mudo, legendado eletronicamente em português | M/12
acompanhado ao piano por Filipe Raposo
A primeira fase, alemã, do cinema de Joe May, iniciada em 1912 na sequência de um percurso no teatro em Hamburgo no início do século XX, tem epicentro em Berlim antes e depois da Primeira Guerra Mundial. Antecedendo a partida de May para os Estados Unidos, onde faria carreira na série B de Hollywood, ASPHALT (de 1929, já várias vezes apresentado na Cinemateca) e HEIMKEHR destacam-se pela dimensão realista. Filmado nos estúdios berlinenses de Babelsberg e em exteriores de Hamburgo, HEIMKEHR é um filme de guerra e a história de um triângulo amoroso produzido por Erich Pommer, regressado aos estúdios da UFA depois da experiência em Hollywood nos dois anos anteriores: dois prisioneiros de guerra alemães fogem de um cativeiro de longa data na Sibéria e “regressam a casa” no tempo diferido em que, conseguindo não ser recapturado, um deles se apaixona pela mulher do outro antes da chegada deste. Primeira exibição na Cinemateca.
12/09/2019, 18h30 | Sala Luís de Pina
Luz e Espectros – Cinema de Weimar 1919-1933
Alexanderplatz Überrumplet (fragmento) | Lohnbuchhalter Kremke
duração total da projeção: 75 min | M/12
Ao contrário do previsto, os filmes vão ser apresentados na sua versão muda, e não com banda musical sincronizada.
ALEXANDERPLATZ ÜBERRUMPLET (fragmento)
“Alexanderplatz de Relance”
de Peter Pewas
Alemanha, 1932-1934 – 8 min / mudo, sem intertítulos
LOHNBUCHHALTER KREMKE
“O Contabilista Kremke”
de Marie Harder
com Hermann Vallentin, Anna Sten, Ivan Koval-Samborskt, Else Heller, Inge Landgut, Wolfgang Zilzer
Alemanha, 1930 – 67 min / mudo, intertítulos em alemão legendados eletronicamente em português
ALEXANDERPLATZ ÜBERRUMPLET corresponde ao excerto de um projeto documental sobre a praça berlinense, nunca completado por Peter Pewas, que foi preso pela Gestapo e viu o seu material apreendido. Os fragmentos sobreviventes mostram reclames luminosos de lojas, crianças a brincar no meio de destroços lamacentos e um cortejo de soldados nazis – “uma realidade social heterógena” conforme a apresentação do filme numa retrospetiva recente da Berlinale. Realizado por uma mulher, Marie Harder, e refletindo uma ideologia de esquerda, como BRÜDER (Werner Hochbaum, 1929), LOHNBUCHHALTER KREMKE retrata a difícil situação económica da Alemanha da época, seguindo a personagem de um homem burguês de meia-idade no desemprego após 20 anos de trabalho na mesma empresa e devastado pela perda da sua posição social. “Neste filme, os agravos sociais e económicos assumem uma importância idêntica à do sofrimento do indivíduo. O filme torna-se um retrato dos tempos, e simultaneamente a acusação de um sistema económico absurdo” (Felix Scherret, 1930). Primeiras exibições na Cinemateca.
12/09/2019, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Luz e Espectros – Cinema de Weimar 1919-1933
Der Letzte Mann
O Último dos Homens
de Friedrich Wilhelm Murnau
com Emil Jannings, Maly Delschaft, Emilie Kurtz, Max Hiller, Georg John
Alemanha, 1924 - 100 min
mudo, sem intertítulos | M/12
acompanhado ao piano por Filipe Raposo
Referência incontornável do Kammerspiel, a corrente “realista” do cinema mudo alemão, cujo principal teórico foi o argumentista Carl Mayer, o filme de Murnau é uma obra-prima absoluta, na qual confluem registos de carácter distinto, luz e sombras expressionistas, um brilhante exercício de cinema como o famoso plano-sequência inicial, a imagem recorrente de uma porta giratória que convoca a ideia da própria vida. Construído à volta do acontecimento banal da substituição do velho porteiro de um grande hotel remetido a responsável pelos lavabos, de acordo com os postulados do “cinema de câmara” – sem intertítulos, espacialmente concentrado –, o filme transcende a dimensão realista da questão económico-social em causa, aproximando-se de um aspecto simbólico, representado pela perda do uniforme pelo porteiro (a criação maior de Emil Jannings), assim reduzido a ser o "último dos homens". Nas cópias originais, que os restauros respeitam, um epílogo em happy-end dá uma reviravolta ao sombrio final. A apresentar em cópia digital.
16/09/2019, 18h30 | Sala Luís de Pina
Luz e Espectros – Cinema de Weimar 1919-1933
Razzia in St. Pauli
“Rusga em St. Pauli”
de Werner Hochbaum
com Gina Falckenberg, Friedrich Gnaß, Wolfgang Zilzer, Charly Wittong
Alemanha, 1932 - 74 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Título do período final do cinema de Weimar, RAZZIA IN ST. PAULI, que estreou em maio de 1932 e foi alvo de censura em dezembro de 1933 pela sua “perspetiva socialista, evidente na canção final” dos estivadores, é considerado um dos grandes filmes de Werner Hochbaum, que antes assinara o igualmente notável BRÜDER (1929). Ambientado no bairro portuário homónimo de Hamburgo, RAZZIA IN ST. PAULI retrata o dia de uma rapariga que conhece um marinheiro em fuga à polícia com quem vive um amor de um dia, até ele ser capturado. “O fascínio do filme deriva da invulgar virtuosidade técnica de Hochbaum. As mudanças de registo têm lugar com uma subtileza e uma definição que inspira paralelos musicais: o sossego do quarto de Else, a agitação da vida noturna, a atividade na rua em horas tardias, a escalada do caos” (David Robinson). Primeira exibição na Cinemateca.
17/09/2019, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Luz e Espectros – Cinema de Weimar 1919-1933
Razzia in St. Pauli
“Rusga em St. Pauli”
de Werner Hochbaum
com Gina Falckenberg, Friedrich Gnaß, Wolfgang Zilzer, Charly Wittong
Alemanha, 1932 - 74 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Título do período final do cinema de Weimar, RAZZIA IN ST. PAULI, que estreou em maio de 1932 e foi alvo de censura em dezembro de 1933 pela sua “perspetiva socialista, evidente na canção final” dos estivadores, é considerado um dos grandes filmes de Werner Hochbaum, que antes assinara o igualmente notável BRÜDER (1929). Ambientado no bairro portuário homónimo de Hamburgo, RAZZIA IN ST. PAULI retrata o dia de uma rapariga que conhece um marinheiro em fuga à polícia com quem vive um amor de um dia, até ele ser capturado. “O fascínio do filme deriva da invulgar virtuosidade técnica de Hochbaum. As mudanças de registo têm lugar com uma subtileza e uma definição que inspira paralelos musicais: o sossego do quarto de Else, a agitação da vida noturna, a atividade na rua em horas tardias, a escalada do caos” (David Robinson). Primeira exibição na Cinemateca.