19/11/2018, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
70 Anos de Cinemateca
Akasen Chitai
A Rua da Vergonha
de Kenji Mizoguchi
com Machiko Kyo, Ayako Wakao, Aiko Mimasu
Japão, 1956 - 85 min
legendado em português | M/12
70 Anos, 70 Filmes
1ª Parte: 35 Histórias da História da Cinemateca (I)
O primeiro Ciclo dedicado a Kenji Mizoguchi – “Filmes de Mizoguchi” – foi realizado na Cinemateca em 1988, ano em que foi possível incorporar na nossa coleção novas cópias de AKASEN CHITAI e de YOKIHI, divulgadas na ocasião. Mas AKASEN CHITAI, enquanto derradeiro filme de Mizoguchi, que morreu aos 58 anos, poucos meses depois da sua estreia, foi também um dos marcos de um Ciclo muito diferente, no qual interrogávamos precisamente a questão recorrente da natureza mais ou menos “testamental” das obras finais dos grandes autores (“O Topus Ilumina o Opus?”, em 1990). Se uma casa de família tiver muitas mulheres, será que se pode dizer que é, em certa medida, uma casa de meninas? Não responda! Venha antes ver este filme que Mizoguchi fez com aquela idade em que se pode dizer que a fama já vem de longe. Ou seja, se em qualquer idade se podem fazer perguntas, só com certa idade se encontram as respostas. Uma ajuda: é sem vergonha o filme de uma casa e é sem vergonha um retrato idealizado.
19/11/2018, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
70 Anos de Cinemateca
El Sol del Membrillo
O Sonho da Luz / O Sol do Marmeleiro
de Víctor Erice
com Antonio López, Maria Moreno, Enrique Gran
Espanha, 1992 - 139 min
legendado em português | M/12
70 Anos, 70 Filmes
1ª Parte: 35 Histórias da História da Cinemateca (I)
Um dos grandes filmes do cinema dos anos noventa. Víctor Erice acompanha o pintor Antonio López ao longo do processo de conceção de um quadro, partindo daí para uma reflexão não só sobre a pintura e o cinema, mas essencialmente sobre a sua relação com as coisas, com a natureza e os homens. Uma obra-prima absolutamente indispensável que assinala a relação única da Cinemateca com o cineasta, autor fundamental do cinema contemporâneo, cuja obra temos seguido de perto desde 1985, quando foram exibidos vários filmes seus, e que aqui acompanhou uma retrospetiva integral, já em 2013, regressando em 2016 para apresentar precisamente EL SOL DEL MEMBRILLO.
20/11/2018, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
70 Anos de Cinemateca
The Big Red One
O Sargento da Força Um
de Samuel Fuller
com Lee Marvin, Mark Hamill, Robert Carradine, Stéphane Audran
Estados Unidos, 1980 - 153 min
legendado eletronicamente em português | M/12
70 Anos, 70 Filmes
1ª Parte: 35 Histórias da História da Cinemateca (I)
THE BIG RED ONE marcou o regresso de Fuller à realização depois de alguns anos de silêncio, para um espantoso relato autobiográfico sobre as suas atividades durante a Segunda Guerra Mundial num pelotão de infantaria, chefiado por um duro e experimentado sargento (Lee Marvin). Uma narrativa densa e forte, num filme que é um balanço da obra e da vida de um dos grandes cineastas da sua geração. A grande retrospetiva Samuel Fuller que a Cinemateca organizou em 1988 contou com a presença do realizador, em “corpo e lenda”, noutro momento riquíssimo da vida destas salas. A apresentar em cópia digital que corresponde à versão reconstruída e exibida pela primeira vez em Cannes em 2004, com mais quarenta minutos do que a versão estreada nos anos oitenta.
20/11/2018, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
70 Anos de Cinemateca
Pyaasa
“Sedento”
de Guru Dutt
com Guru Dutt, Mala Sinha, Johnny Walker
Índia, 1957 - 145 min
legendado em francês e eletronicamente em português | M/12
70 Anos, 70 Filmes
1ª Parte: 35 Histórias da História da Cinemateca (I)
A par de Ritwik Ghatak, Guru Dutt foi uma das maiores revelações da Cinemateca, pouco depois da sua redescoberta no Ocidente, corria o ano de 1986. Foi essa a data de um primeiro grande Ciclo de “Cinema Indiano”, a que a Cinemateca regressaria em 1998, quando publicou o catálogo Cinemas da Índia. Obra-prima de Guru Dutt, PYAASA foi também o seu maior êxito de público. A história centra-se na vida de um poeta explorado por um editor sem escrúpulos e ajudado por uma prostituta apaixonada por ele e pela sua poesia. A personagem de Vijay é interpretada pelo próprio Guru Dutt. A música é de S.D. Burman, e conta ainda com as participações de Sahir Ludhianvi, Geeta Dutt e Mohammed Rafi. Um dos mais líricos melodramas musicais do cinema clássico indiano. PYAASA está programado para evocar o momento importante da programação que, nos anos oitenta, deu a conhecer em Portugal duas importantes cinematografias do Oriente, a dedicada ao cinema indiano e, em 1987, o Ciclo “Cinema Chinês.
21/11/2018, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
70 Anos de Cinemateca
L’Avventura
A Aventura
de Michelangelo Antonioni
com Monica Vitti, Lea Massari, Gabriele Ferzetti, Dominique Blanchar
Itália, 1960 - 136 min
legendado em português | M/12
70 Anos, 70 Filmes
1ª Parte: 35 Histórias da História da Cinemateca (I)
Uma das visitas mais célebres à Cinemateca terá sido, sem dúvida, a de Michelangelo Antonioni, em 1985, quando foi apresentada uma retrospetiva integral das suas longas-metragens. Autor marcante do cinema europeu do pós-guerra, o realizador italiano não receou procurar uma nova linguagem cinematográfica para retratar aquele que era, também, um novo sentimento: a separação de classes e a alienação da burguesia italiana e europeia nas décadas que se seguiram ao final da Segunda Guerra Mundial. Anos de paz, portanto, e da convulsão interior a partir da qual o cineasta trouxe um novo tempo para o cinema. “Itinerário sentimental de um par” (nas palavras de Antonioni), L’AVVENTURA é o primeiro filme da sua famosa trilogia, justamente, sobre a alienação. Uma mulher desaparece durante um cruzeiro no Mediterrâneo. O namorado e uma amiga tentam encontrá-la e acabam por tornar-se amantes. L’AVVENTURA é um dos mais belos filmes de Antonioni e uma obra marcante do cinema europeu.