06/04/2018, 18h30 | Sala Luís de Pina
11ª Festa do Cinema Italiano: Marco Ferreri
Il Seme Dell’Uomo
de Marco Ferreri
com Anne Wiazemsky, Marco Margine, Annie Girardot
Itália, 1969 - 105 min
legendado eletronicamente em português | M/16
Um dos mais estranhos filmes de Ferreri, parábola “civilizacional” que utiliza elementos de ficção científica (a humanidade está prestes a ser dizimada por um vírus terrível) para criar uma espécie de Éden ao contrário (porque é o fim, não o princípio), onde um casal discute os prós e os contras da procriação. De notar que foi o primeiro filme de Anne Wiazemsky fora do universo do seu (então ainda) marido Jean-Luc Godard, isto excluindo, claro, a sua estreia em AU HASARD, BALTHASAR. Primeira exibição na Cinemateca.
07/04/2018, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
11ª Festa do Cinema Italiano: Marco Ferreri
La Donna Scimmia
de Marco Ferreri
com Ugo Tognazzi, Achille Majeroni, Annie Girardot
Itália, 1964 - 115 min
legendado eletronicamente em português | M/14
sessão apresentada por Emiliano Morreale
Um dos maiores sucessos do período inicial da obra de Ferreri, quando ele habitou exemplarmente um dos traços mais distintivos da “commedia all’italiana”, o balanço entre o riso e a amargura. Aqui, é Ugo Tognazzi na pele de um empresário circense do século XIX, que descobre uma “mulher macaca” (Girardot) num convento e a exibe em “freak shows” pela Itália fora. É baseado numa história verídica. A apresentar em cópia digital.
09/04/2018, 18h30 | Sala Luís de Pina
11ª Festa do Cinema Italiano: Marco Ferreri
L’Ape Regina
O Leito Conjugal
de Marco Ferreri
com Ugo Tognazzi, Marina Vlady, Linda Sini
Itália, 1963 - 86 min
legendado eletronicamente em português | M/16
Depois de iniciar a sua carreira em Espanha, Marco Ferreri regressou a Itália, onde logo se integrou na indústria cinematográfica. L’APE REGINA, por um lado, renova a comédia italiana, que, no começo dos anos sessenta, começava a usar formas estereotipadas; por outro, é um exemplo do gosto do realizador pelas fábulas grotescas, que seriam levadas ao extremo na década seguinte. Esta fábula sobre a “guerra dos sexos”, em que a mulher sai vitoriosa, mostra-nos um quarentão que se casa com uma mulher mais jovem, mas que é incapaz de acompanhar o apetite sexual dela e acaba relegado para um canto da casa, como um objeto. Marina Vlady recebeu o prémio de interpretação no Festival de Cannes.
10/04/2018, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
11ª Festa do Cinema Italiano: Marco Ferreri
Break Up / L’Uomo dei Palloni
Colapso
de Marco Ferreri
com Marcello Mastroianni, Catherine Spaak, Ugo Tognazzi
Itália, França, 1968 - 85 min
legendado eletronicamente em português | M/14
BREAK UP (ou L’UOMO DEI PALLONI) foi um filme absolutamente maldito: censurado devido a cenas “inconvenientes” e a seguir reduzido pelo produtor, à revelia de Ferreri, a 25 minutos e inserido como um dos episódios de OGGI, DOMANI, DOPODOMANI. Acabou por ser reconstituído e visto numa versão próxima das intenções do realizador. Trata-se da história de um industrial que está sempre a encher balões, para saber onde até onde pode fazê-lo, sem que estes explodam. No seu livro sobre Ferreri, Alberto Scandola descreve-o como “uma fábula cruel sobe a fratura entre a razão e o caos, que abala a rotina protetora de um industrial prisioneiro de uma regressão infantil”.
10/04/2018, 18h30 | Sala Luís de Pina
11ª Festa do Cinema Italiano: Marco Ferreri
El Cochecito
de Marco Ferreri
com José Isbert, José Luis López Vazquez, Chus Lampreave
Espanha, 1960 - 85 min
legendado eletronicamente em português | M/16
O segundo filme de Marco Ferreri, realizado, tal como o primeiro (EL PISITO), em Espanha, e com Pere Portabella entre os produtores. Outro colaborador importante de Ferreri é o argumentista Rafael Azcona, que já escrevera a sua estreia e se manteria como um parceiro regular do realizador italiano. Como outros filmes de Ferreri, centra-se na obsessão de uma personagem: no caso, a de um septuagenário que quer tanto ter uma cadeira de rodas a motor que está disposto a tudo para a obter, inclusive a viver como se fosse inválido. Depois deste filme, que não apenas por ser um “filme espanhol” lembra bem as ligações entre os universos de Ferreri e de Buñuel, o realizador voltaria ao país natal para dar início à sua obra italiana.