CICLO
Uma Outra Viagem pelo Cinema Francês


A Festa do Cinema Francês, que se tornou um acontecimento relevante no calendário da programação de cinema em Portugal, chega à sua décima sétima edição. Na Cinemateca, que colabora com a Festa desde a primeira edição, tem este ano lugar uma autêntica homenagem ao cinema francês, desde os seus primórdios. O programa inspira-se no recente filme de Bertrand Tavernier, VOYAGE À TRAVERS LE CINÉMA FRANÇAIS, no qual, ao longo de mais de três horas, o realizador e ex-crítico passa em revista a sua relação com o cinema francês e as principais etapas da produção francesa. Entre os muitos filmes evocados por Bertrand Tavernier, propõe-se a revisitação de grandes clássicos, de Jacques Becker e Jean Renoir, mas sobretudo um número de filmes pouco vistos, ou pouco considerados, que valorizam vedetas “de primeira” ou “de segunda” (Jean Gabin ou Eddie Constantine), um filme obscuro do prolífico Julien Duvivier, obras de Claude Chabrol, Jean-Pierre Melville ou Claude Sautet, com quem Tavernier pôde identificar-se, além de um filme de Jean Delannoy, um dos cineastas demolidos nos anos cinquenta pelos futuros cineastas da Nouvelle Vague, grupo do qual Tavernier nunca foi próximo. Inclui-se ainda um filme que reproduz a primeira sessão do Cinematógrafo Lumière, em 28 de dezembro de 1895. O Ciclo inclui o próprio Tavernier entre os evocados, com um dos melhores momentos neo-clássicos do seu cinema, LA FILLE DE D’ARTAGNAN, que abre o programa. Cinco dos filmes programados são apresentados pela primeira vez na Cinemateca. VOYAGE À TRAVERS LE CINÉMA FRANÇAIS / UMA VIAGEM PELO CINEMA FRANCÊS COM BERTRAND TAVERNIER é apresentado em ante-estreia numa sessão organizada em colaboração com a Midas Filmes, que estreará o filme em 2017.
 
08/10/2016, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Uma Outra Viagem pelo Cinema Francês

La Fille de D’Artagnan
A Filha de d’Artagnan
de Bertrand Tavernier
França, 127 min - legendado em português | M/12
 
10/10/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Uma Outra Viagem pelo Cinema Francês

La Premiere Seance | Falbalas
duração total da sessão: 106 min | M/12
11/10/2016, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Uma Outra Viagem pelo Cinema Francês

Le Crime de Monsieur Lange
de Jean Renoir
França, 1935 - 78 min
11/10/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Uma Outra Viagem pelo Cinema Francês

La Nuit est Mon Royaume
de Georges Lacombe
França, 1951 - 110 min
12/10/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Uma Outra Viagem pelo Cinema Francês

Cet Homme est Dangereux
Este Homem é Perigoso
de Jean Sacha
França, 1953 - 92 min
08/10/2016, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Uma Outra Viagem pelo Cinema Francês

No âmbito da 17ª Festa do Cinema Francês em Colaboração com o Institut Français du Portugal
La Fille de D’Artagnan
A Filha de d’Artagnan
de Bertrand Tavernier
com Sophie Marceau, Philippe Noiret, Claude Rich, Sami Frey, Jean-Luc Bideau
França, 127 min - legendado em português | M/12
Livremente inspirado em Alexandre Dumas (Les Trois Mousquetaires e Vingt Ans Après), parcialmente rodado em Portugal e inicialmente concebido como um projeto do veterano italiano Riccardo Freda (que chegou a dirigir as filmagens durante alguns dias mas não é creditado), LA FILLE DE D’ARTAGNAN é um filme de capa e espada “à antiga”, protagonizado por Sophie Marceau, heroína de uma história que começa no outono de 1654 no sul de França: a jovem e fogosa Eloïse vive no convento onde o seu lendário pai a deixou. Pressentindo uma conspiração contra o futuro Luís XIV, Eloïse evoca o espírito dos mosqueteiros (o seu pai e os seus companheiros já estão velhos e reformados) e assume uma aventurosa missão.
10/10/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Uma Outra Viagem pelo Cinema Francês

No âmbito da 17ª Festa do Cinema Francês em Colaboração com o Institut Français du Portugal
La Premiere Seance | Falbalas
duração total da sessão: 106 min | M/12
LA PREMIERE SEANCE
de Philippe Truffault
narração de Michel Piccoli
França, 1995 – 11 min / legendado em português
FALBALAS
Noivado Sangrento
de Jacques Becker
com Micheline Presle, Raymond Rouleau, Gabrielle Dorziat
França, 1945 – 95 min / legendado eletronicamente em português

Jacques Becker no mundo da alta-costura. Um grande costureiro parisiense seduz a noiva de um amigo e recusa depois casar-se com ela. Só quando esta se vai embora, toma consciência do que ela significava para si e o que representa a sua perda. Uma obra surpreendente e fortíssima, com um alucinante fetichismo, e uma interpretação absolutamente perfeita de Raymond Rouleau. Muitos a põem ainda acima de CASQUE D'OR ou de TOUCHEZ PAS AU GRISBI, como o mais requintado Becker. “Ele não tem rival para valorizar um pormenor que restitui todo o ambiente de uma época “ (Tavernier). A abrir a sessão, uma curta-metragem que reproduz o programa da primeira sessão pública do Cinematógrafo Lumière, a 28 de dezembro de 1895. FALBALAS é apresentado em cópia digital.
11/10/2016, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Uma Outra Viagem pelo Cinema Francês

No âmbito da 17ª Festa do Cinema Francês em Colaboração com o Institut Français du Portugal
Le Crime de Monsieur Lange
de Jean Renoir
com René Lefèvre, Jules Berry, Florelle, Sylvia Bataille
França, 1935 - 78 min
legendado eletronicamente em português | M/12
A única colaboração de Jacques Prévert com Renoir resultou numa das grandes e ousadas obras-primas do realizador, no seu período mais fecundo. O filme é politicamente ousado, pois Monsieur Lange mata o (simpaticíssimo) patife que roubara o dinheiro de uma pequena editora em cooperativa e é inocentado por aqueles a quem conta o seu crime. E é formalmente ousado, pois é um objeto cinematográfico livre e solto, que não obedece a regras pré-estabelecidas, um exemplo entre muitos da riquíssima “imperfeição” do cinema de Renoir. A música é de Jean Wiéner. “Basta ver a fluidez com que são filmadas as cenas coletivas em Renoir. Almoços, reuniões onde as personagens cortam a palavra umas às outras, onde os diálogos se cavalgam, para reduzir a pó as críticas sobre a sua técnica” (Tavernier). A apresentar em cópia digital.
11/10/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Uma Outra Viagem pelo Cinema Francês

No âmbito da 17ª Festa do Cinema Francês em Colaboração com o Institut Français du Portugal
La Nuit est Mon Royaume
de Georges Lacombe
com Jean Gabin, Simone Valère, Gérard Oury
França, 1951 - 110 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Ao voltar para Paris no fim da Segunda Guerra Mundial, depois de quatro anos de ausência (passados entre Hollywood e as tropas do General de Gaulle), Jean Gabin, maior vedeta do cinema francês dos anos trinta, não obteve o mesmo êxito, sem tão pouco ter sido rejeitado. O êxito regressaria definitivamente em 1953, com TOUCHEZ PAS AU GRISBI, de Jacques Becker. LA NUIT EST MON ROYAUME pertence a este período intermédio da carreira de Gabin, então em surdina. Trata-se da história de um homem que fica cego em virtude de um acidente e tem de reaprender a viver. Gabin, que teve a coragem de esconder os seus célebres olhos azuis atrás de óculos escuros durante quase todo o filme, obteve o prémio de melhor ator no Festival de Veneza. “É um dos filmes que retomam as virtudes da escola do pré-guerra” (Tavernier). Primeira exibição na Cinemateca.
12/10/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Uma Outra Viagem pelo Cinema Francês

No âmbito da 17ª Festa do Cinema Francês em Colaboração com o Institut Français du Portugal
Cet Homme est Dangereux
Este Homem é Perigoso
de Jean Sacha
com Eddie Constantine, Colette Deréal, Grégoire Aslan
França, 1953 - 92 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Nos anos cinquenta, o ator americano Eddie Constantine tornou-se uma celebridade em França, em diversos filmes cujo protagonista era o agente secreto e detetive privado Lemmy Caution, criado pelo escritor inglês Peter Cheney nos anos trinta. Jean-Luc Godard transpôs a personagem e o seu ator para ALPHAVILLE. O rosto inconfundível de Constantine, a sua gabardina e o seu sotaque americano garantiam o êxito dos filmes. Em CET HOMME EST DANGEREUX, estreia de Constantine no papel de Lemmy Caution, este é um agente secreto que deve infiltrar uma organização criminosa internacional. Tavernier lembra-nos que Jean Sacha “tinha sido montador de Max Ophuls e Orson Welles. A influência de Welles é visível em CET HOMME EST DANGEREUX, filmado com focais curtas, pouco utilizadas no cinema francês, com um uso expressionista da luz, ângulos inesperados”. Primeira exibição na Cinemateca.