CICLO
São Todos Musicais


Este Ciclo foi concebido como um eco e um complemento da retrospetiva integral da obra de Vincente Minnelli que tem início neste mês de maio. Minnelli foi um dos maiores realizadores de filmes musicais da era clássica de Hollywood, com um estilo extremamente pessoal. Neste Ciclo, mostramos um total de dezanove filmes, que são todos musicais, mas distantes do cinema de Minnelli. Dos cinco títulos americanos apresentados, um pertence à estética de Busby Berkeley, nos antípodas de Minnelli (42ND STREET), outro utiliza algumas das suas vedetas preferidas (WORDS AND MUSIC), o terceiro é um longínquo herdeiro do seu cinema (SWEET CHARITY) ao passo que EVITA é a versão filmada de um espetáculo da Broadway, e BREAKDANCE o filme em que Hollywood “recuperou” o “hip hop” e a “street dance”, dois mundos muito distantes de Vincente Minnelli. Mas a maioria dos filmes escolhidos não pertence à produção americana, de modo a ilustrar as variadíssimas formas que o cinema musical assumiu nos mais diversos países. Da Europa Central, um dos berços do filme musical americano, podemos rever o clássico SKANDAL IN BUDAPEST. Podemos ver também uma comédia musical realizada num país comunista, onde se trabalha a cantar e a dançar, “OS COSSACOS DE KUBAK”. É precisamente com o belíssimo e injustiçado UNE CHAMBRE EN VILLE, de Demy, que não exibimos há nove anos, que o Ciclo é inaugurado. Podemos ver ainda três exemplos de diferentes noções da palavra ópera: A FLAUTA MÁGICA de Mozart, na versão de Ingmar Bergman; uma das mais célebres “rock operas” de sempre, TOMMY (The Who); e um exemplo da Ópera de Pequim, TIAN XIAN PEI (“O CASAMENTO DA PRINCESA CELESTE”). AAN/PRESTÍGIO REAL, o mais célebre e um dos mais delirantes filmes de Bollywood, não podia faltar nesta programação, que também inclui duas belíssimas obras vindas do continente africano: TRANSES, do marroquino Ahmed El Maanouni (o primeiro filme restaurado pela Fundação Scorsese) e NHA FALA, de Flora Gomes. E há ainda uma raridade argentina dos anos sessenta, PAJARITO GÓMEZ, que nada tem a ver com o tango mas sim com a canção ligeira local. Portugal não está ausente do programa, com dois filmes absolutamente contrastantes, sob todos os pontos de vista: SARILHO DE FRALDAS, glória do “nacional-cançonetismo” e A JANELA (MARYALVA MIX), de Edgar Pêra. Vinte filmes variadíssimos, vindos dos cinco continentes, que cobrem setenta anos de cinema e que são todos musicais. Dez dos filmes programados são apresentados pela primeira vez na Cinemateca.

 
19/05/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo São Todos Musicais

Transes
de Ahmed El Maanouni
Marrocos, 1981 - 83 min
 
20/05/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo São Todos Musicais

La Novia
A Noiva
de Ernesto Arancibia
Argentina, 1961 - 97 min
21/05/2016, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo São Todos Musicais

Aan
Prestígio Real
de Mehboob Khan
Índia, 1952 - 117 min
24/05/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo São Todos Musicais

Prince – Sign o’ the Times
de Prince
Estados Unidos, 1987 - 85 min
25/05/2016, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo São Todos Musicais

Breakdance
Breakdance, Ritmo da Rua
de Joel Silberg
Estados Unidos, 1984 - 85 min
19/05/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
São Todos Musicais
Transes
de Ahmed El Maanouni
com o grupo Nass El Ghivane e outros
Marrocos, 1981 - 83 min
legendado eletronicamente em português | M/12

TRANSES foi escolhido por Martin Scorsese como o primeiro filme restaurado pela World Film Foundation, que o apresentou em Cannes em 2007 (Scorsese já incluíra uma canção da banda marroquina mostrada neste filme em A ÚLTIMA TENTAÇÃO DE CRISTO). Segundo filme do seu realizador, TRANSES é sem dúvida o mais conhecido da pouco conhecida cinematografia marroquina. Ahmed El Maanouni acompanha o grupo musical Nass El Ghivane (“os Rolling Stones marroquinos”, embora a música dos dois grupos não se pareça muito), fundado em 1971 num dos bairros mais pobres de Casablanca, que utiliza instrumentos tradicionais e cujas letras repercutem as aspirações e ansiedades da juventude marroquina. Segundo o realizador, “a música deles é a nossa ‘soul’, revela a nossa irracionalidade. Eles inspiram-se nos últimos mil anos da História de Marrocos e de África e o filme revela e valoriza esta herança”. Primeira exibição na Cinemateca.

20/05/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
São Todos Musicais
La Novia
A Noiva
de Ernesto Arancibia
com Antonio Prieto, Elsa Daniel, Fernanda Mistral, Vicente Rubino
Argentina, 1961 - 97 min
legendado em português
Devido a falhas nos transportes aéreos internacionais, PAJARITO GOMEZ (Rodolfo Kuhn, 1965) não poderá ser apresentado. Em substituição, será apresentado outro filme argentino com tema musical, LA NOVIA (A NOIVA) de Ernesto Arancibia (1961.

Um rapaz da província chega à cidade e apaixona-se por uma rapariga de saúde frágil que seduz graças às canções que lhe canta. O destino dirá a última palavra ao seu romance. Um melodrama lacrimejante inspirado por uma melodia popular cantada por Prieto, e que foi um dos maiores êxi¬tos de bilheteira do cinema Odeon e mesmo um dos melhores êxitos de bilheteira dos anos 60 em Portugal. A canção titular deve ter sido das mais cantadas (ceguinhos e rádios populares) de todos os tempos. Lembram-se? "Quando llorando va la novia....".

21/05/2016, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
São Todos Musicais
Aan
Prestígio Real
de Mehboob Khan
com Nimmi Nadir, Dilip Kumar, Premath, Nadira
Índia, 1952 - 117 min
legendado em português | M/12

É a mais célebre das grandes produções de Bombaim, o equivalente de E TUDO O VENTO LEVOU do cinema de Bollywood, conhecido em francês como MANGALA, FILLE DES INDES e em inglês como SAVAGE PRINCESS. História da “domesticação” de uma princesa orgulhosa e do sacrifício de uma camponesa, AAN (literalmente: “Dignidade”) é uma verdadeira síntese das grandes produções indianas dos anos cinquenta, com uma elaborada mise en scène, cores que não existem no espectro solar e várias e fabulosas canções, que se tornaram êxitos perenes na Índia e em vários outros países. A apresentar na versão comercializada em Portugal à época, mais curta do que a que circulou em outros países da Europa. Versão que, em 1953, esgotou o Odéon durante quase um ano.

24/05/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
São Todos Musicais
Prince – Sign o’ the Times
de Prince
com Prince, Sheila E., Sheena Easton, Cat, Dr. Fink
Estados Unidos, 1987 - 85 min
legendado eletronicamente em português | M/12

Realizado quando o artista outrora e atualmente conhecido como Prince estava no auge da fama, depois de ter sido moldado como um anti-Michael Jackson, este filme cuja realização é assinada pela própria vedeta, foi feito durante uma digressão da sua banda. Trata-se, por conseguinte, essencialmente de um filme concerto, com elementos que misturam ficção e documentário. Mas, como observou Anne Billson no Monthly Film Bulletin, “para quem tem tanto talento natural para estar em palco, os papéis dramáticos são redundantes: a figura da vedeta em concerto é o papel que representa na perfeição”. Primeira exibição na Cinemateca.

25/05/2016, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
São Todos Musicais
Breakdance
Breakdance, Ritmo da Rua
de Joel Silberg
com Lucinda Dickey, Ice-T, Adolfo Quinonos, Michael Chamber
Estados Unidos, 1984 - 85 min
legendado em português | M/6

BREAKDANCE é menos um filme do que um fenómeno social. Teve tamanho êxito que foi feita de imediata uma “sequela” e depois uma série de televisão. A trama narrativa segue uma linha ultraclássica: depois de muitos esforços, um grupo de jovens artistas consegue montar um espetáculo. Em BREAKDANCE, uma estudante de dança contemporânea conhece dois dançarinos de rua (“breakdancers”), junta-se a eles e triunfa ao som do hip-hop. Primeira exibição na Cinemateca.