Em Festival encontramo-nos mais uma vez num quarto de hotel, em Turim, o mesmo onde esteve antes Pavese. Jean-Claude Rousseau está de passagem por causa de um festival de cinema e filma os mais pequenos gestos quotidianos e os detalhes do espaço que a sua câmara mini DV capta, com o rigor que lhe são característicos. Reencena-se em permanência, sai para a noite e dialoga com Alain Guiraudie. Como um fantasma, deambula por um conjunto de quadros fixos para depois os abandonar. O mesmo acontecendo num conjunto de lugares que o cineasta visita ao longo de vários anos. As muito cuidadas composições, reveladoras da excelência de um olhar, abrem espaço para que muita coisa aconteça no interior de um plano, deixando que o espectador se instale.