CICLO
Bolonha on Tour


Embora tenha sido fundada há relativamente pouco tempo, num país onde já existiam, entre outras, três cinematecas importantes (Roma, Milão e Turim), a Cinemateca de Bolonha tornou-se rapidamente uma das mais importantes do mundo, devido à sua intensa e inteligente atividade, que contribuiu para a reconfiguração do trabalho das cinematecas na era, que começou em meados dos anos oitenta, em que o vídeo doméstico e a diminuição drástica do número de salas de cinema no mundo mudaram radicalmente a relação dos espectadores com os filmes e com a cultura cinematográfica. Ligada desde o seu nascimento à câmara municipal de uma cidade que é um grande centro universitário, esta cinemateca tornou-se uma fundação em 2013. A Cineteca di Bologna também organizou o que hoje é o mais célebre laboratório de restauro de filmes no mundo, L’Immagine Ritrovata (cuja atividade mais célebre é o restauro integral da obra de Charles Chaplin) e criou o Festival Il Cinema Ritrovato, que reúne anualmente cinéfilos de todo o mundo, que veem filmes de todas as épocas, em cópias restauradas. Il Cinema Ritrovato também se tornou um fórum informal para um debate crucial: como fazer restauros digitais de obras feitas em película sem que se perca o grão e a densidade da película, sem que a imagem dos filmes clássicos seja totalmente antisséptica e, por conseguinte, sem relevo. A Cinemateca Portuguesa e a Cineteca di Bologna têm relações próximas e calorosas há muitos anos e, recentemente (outubro de 2013), organizámos um Ciclo intitulado “Tesouros de Bolonha”, com cópias do acervo italiano. É com prazer que acolhemos esta seleção de filmes, apresentados em outros arquivos europeus e chamamos a atenção dos espectadores para um fato importante: neste Ciclo, não se trata apenas de ver filmes, mas também de ver cópias, exemplares restaurados de objetos cinematográficos, que nos permitem (re)ver os filmes no seu esplendor original. Todos os filmes são apresentados em cópias restauradas, algumas em suporte digital, outras em película 35mm, como as respetivas notas detalham.

 
10/02/2015, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Bolonha on Tour

FILMES DE VITTORIO DE SETA
duração total da sessão: 53 min | M/12
 
11/02/2015, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Bolonha on Tour

MATRIMONIO ALL’ITALIANA
Matrimónio à Italiana
de Vittorio De Sica
Itália, 1964 - 102 min
11/02/2015, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Bolonha on Tour

MEGHE DHAKA TARA
“A Estrela Envolta em Nuvens”
de Ritwik Ghatak
Índia, 1960 - 126 min
12/02/2015, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Bolonha on Tour

MEGHE DHAKA TARA
“A Estrela Envolta em Nuvens”
de Ritwik Ghatak
Índia, 1960 - 126 min
10/02/2015, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Bolonha on Tour

Em colaboração com a Cineteca di Bologna
FILMES DE VITTORIO DE SETA
duração total da sessão: 53 min | M/12

LU TEMPO DE LI PISCI SPATA
Itália, 1954/59 – 9 min / com legendas em inglês
ISOLE DI FUOCO
Itália, 1954 – 9 min / com legendas em inglês
SURFARARA
Itália, 1954 – 9 min / com legendas em inglês
PASQUA IN SICILIA
Itália, 1955 – 8 min / com legendas em inglês
CONTADINI DEL MARE
Itália, 1955 – 9 min / com legendas em inglês
PARABOLA D’ORO
de Vittorio De Seta
Itália, 1955 – 9 min / com legendas em inglês

Talentoso, porém arredio, Vittorio De Seta (1923-2011) nunca teve em vida o reconhecimento que merecia, nem tão pouco o procurou. Aplaudido por muitos críticos pela realização do belo BANDITI A ORGOSOLO (1961), De Seta também realizou uma série de importantes documentários de curta-metragem, de que esta sessão oferece uma seleção. Pondo de lado os diálogos e sobretudo os comentários em off que caracterizavam os documentários à época, De Seta “faz com que o comportamento daqueles que filma se exprimam por si próprios” (Joana Ascensão). À exceção de PASQUA IN SICILIA, que mostra uma representação da Paixão de Cristo, todos os filmes mostram atividades de trabalho, no mar, nos campos, numa mina. O resultado é “um trabalho de antropólogo imbuído de um profundo sentido poético”. A apresentar em cópias 35mm.
 

11/02/2015, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Bolonha on Tour

Em colaboração com a Cineteca di Bologna
MATRIMONIO ALL’ITALIANA
Matrimónio à Italiana
de Vittorio De Sica
com Sophia Loren, Marcello Mastroianni, Aldo Puglisi, Teca Scarano
Itália, 1964 - 102 min
legendado eletronicamente em português | M/12

Baseado em Filomena Marturano, a peça mais célebre de Eduardo de Filippo, feito quando a fama de Sophia Loren e Marcello Mastroianni estava no auge, MATRIMÓNIO À ITALIANA foi um dos maiores êxitos do cinema italiano dos anos sessenta. Trata-se da história da longa ligação entre um homem de negócios, mulherengo, e uma rapariga de 17 anos, com quem ele acabará por casar, depois de muitas peripécias e reviravoltas. Como observou Paola Cristalli, “o desafio era transformar a superestrela Loren na dramática Filumena da peça”. A apresentar em cópia digital.

11/02/2015, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Bolonha on Tour

Em colaboração com a Cineteca di Bologna
MEGHE DHAKA TARA
“A Estrela Envolta em Nuvens”
de Ritwik Ghatak
com Supriya Choudhury, Anil, Chaterjee, Gyanesh Mukherjee
Índia, 1960 - 126 min
legendado eletronicamente em português | M/12

Ritwik Ghatak (1925-76) é um dos mais célebres cineastas do Bengala, a mesma região da Índia de onde é originário Satyajit Ray, de quem quase tudo o separa. MEGHE DFHAKA TARA foi o filme que consagrou definitivamente o seu nome fora do seu país natal. A trama narrativa é melodramática, coisa que Ghatak sempre defendeu, apesar do seu engament político: “um verdadeiro cinema nacional emergirá do melodrama, quando artistas sérios lhe dedicarem a sua inteligência”, declararia ele em 1963. E como é evidente, a realização nada tem de tradicional e, segundo a observação de Joel Magny, o filme é “uma estranha tentativa, totalmente suicidária, de levar o cinema ao seu limite”. Uma obra excecional. A apresentar em cópia digital.

12/02/2015, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Bolonha on Tour

Em colaboração com a Cineteca di Bologna
MEGHE DHAKA TARA
“A Estrela Envolta em Nuvens”
de Ritwik Ghatak
com Supriya Choudhury, Anil, Chaterjee, Gyanesh Mukherjee
Índia, 1960 - 126 min
legendado eletronicamente em português | M/12

Ritwik Ghatak (1925-76) é um dos mais célebres cineastas do Bengala, a mesma região da Índia de onde é originário Satyajit Ray, de quem quase tudo o separa. MEGHE DFHAKA TARA foi o filme que consagrou definitivamente o seu nome fora do seu país natal. A trama narrativa é melodramática, coisa que Ghatak sempre defendeu, apesar do seu engament político: “um verdadeiro cinema nacional emergirá do melodrama, quando artistas sérios lhe dedicarem a sua inteligência”, declararia ele em 1963. E como é evidente, a realização nada tem de tradicional e, segundo a observação de Joel Magny, o filme é “uma estranha tentativa, totalmente suicidária, de levar o cinema ao seu limite”. Uma obra excecional. A apresentar em cópia digital.