09/09/2014, 19h30 | Sala Luís de Pina
Outras Sessões de Setembro
Tri Pesni O Lenine
"Três Canções sobre Lenine"
de Dziga Vertov
1934 - 61 min / mudo
intertítulos em russo, legendados eletronicamente em português - versão sonora | M/12
A segunda passagem do filme substitui a apresentação da iniciativa da Sociedade Nacional de Belas Artes, "Intervalo para o Conhecimento" que não se realiza em setembro

Em 1922, Vertov, no auge do fervor revolucionário, inaugurou a famosa série dos KINO-PRAVDA (vinte e três "jornais de atualidades", estreados entre 1922 e 1925). "Captar a vida tal como ela é", "agarrá-la de improviso", "ignorar os atores", "recusar os estúdios". Mas este programa, a que Maiakovski também aderiu, começou a ser combatido pelo Partido precisamente no ano fatídico de 1926, o ano em que Estaline confirmou o seu poder e em que Trotsky e Kamenev foram expulsos do Comité Central. Vertov procurou alguma liberdade na Ucrânia mas não mais o largaram as acusações de formalismo. TRÊS CANÇÕES SOBRE LENINE foi o apogeu e o fim da sua carreira. Deram-lhe a Ordem da Bandeira Vermelha, mas impuseram-lhe o ostracismo. Se uniu o cinema à rádio e o olhar ao ouvido, como alguns disseram, não o deixaram mais nem ver nem ouvir. Ficou um grande clássico do cinema, mas também um filme maldito. Vertov fez igualmente uma versão muda, em 1935, para poder projetar o filme nas vilas e aldeias onde o sonoro ainda não tinha chegado. Nela, havia novos episódios e alterações de montagem. Essa versão foi proibida e durante muito tempo considerou-se perdida. Reapareceu depois do fim da URSS (a Cinemateca exibiu-a em 1993).

09/09/2014, 22h00 | Sala Luís de Pina
Outras Sessões de Setembro
Slightly Honorable
Não Matarás
de Tay Garnett
com Pat O'Brien, Edward Arnold, Broderick Crawford, Alan Dinehart
Estados Unidos, 1939 - 85 min
legendado em português | M/12

O resultado de uma combinação bem sucedida entre um produtor – Walter Wanger – e um realizador – Tay Garnett. Adaptado do romance Send Another Coffin, SLIGHTLY HONORABLE centra-se nos esforços de um político corrupto (Edward Arnold) para incriminar um honesto advogado (Pat O'Brien). Este terá que provar a sua inocência quando acusado do assassinato de uma jovem (Claire Dodd). Um filme hilariante pontuado por excelentes diálogos do realizador de ONE WAY PASSAGE e de THE POSTMAN ALWAYS RINGS TWICE.

10/09/2014, 15h30 | Sala Dr. Félix Ribeiro
Outras Sessões de Setembro
Invisible Stripes
Homens Marcados
de Lloyd Bacon
com George Raft, Jane Bryan, William Holden, Humphrey Bogart
Estados Unidos, 1939 - 80 min
legendado em português | M/12

Da Warner Bros., filme de gangsters produzido no contexto de uma série referente a questões prisionais e sociais na segunda metade da década de trinta, INVISIBLE STRIPES é também um filme que extravasa as intenções iniciais do estúdio e oferece boas surpresas. Bogart, num papel anterior à consagração da sua imagem de marca, não é a menor delas. “Who cares. We can’t live forever.”

10/09/2014, 19h30 | Sala Luís de Pina
Outras Sessões de Setembro
I Dream too Much
A Voz do Amor
de John Cromwell
com Lily Pons, Henry Fonda, Eric Blore, Osgood Perkins
Estados Unidos, 1935 - 97 min
legendado em português | M/12

Construído à volta da figura de Lily Pons, célebre soprano coloratura francês que era então uma vedeta nos Estados Unidos (e que no delirante HITTING A NEW HIGH, de Raoul Walsh, faz o papel de um pássaro!), I DREAM TOO MUCH é uma comédia musical em que Lily Pons é casada com Henry Fonda, o que em si já é um tanto insólito. Mas o par romântico vive uma rivalidade profissional. De notar ainda a presença de Eric Blore, um dos grandes secundários de sempre e, como curiosidade, a breve aparição de Lucille Ball, no papel de uma americana em Paris.

11/09/2014, 15h30 | Sala Dr. Félix Ribeiro
Outras Sessões de Setembro
La Verbena de la Paloma
A Verbena de la Paloma
de Benito Perojo
com Miguel Ligero, Roberto Rey, Raquel Rodrigo, Sélica Pérez Carpio
Espanha,, 1935 - 72 min
legendado em português | M/12

Produção da Cifesa, uma das mais importantes produtoras espanholas dos anos trinta, o musical de Benito Perojo adapta ao cinema a ópera homónima inspirada nas comemorações das festas de la Paloma, concentrando a ação num único dia. “A VERBENA DE LA PALOMA é uma das três melhores ‘zarzuelas filmadas’ de sempre [juntamente com LA DOLOROSA de Grémillon e EL NOVIO DE MAMÁ de Florian Rey]. É um dos grandes marcos de audiência do cinema republicano em Espanha – em grande parte devido a uma conjugação dos talentos profissionais de algumas personalidades” (M.S. Fonseca). É também um filme de assinaláveis movimentos de câmara.