Foi com CHAGAI, SOVIET! que Dziga Vertov respondeu à encomenda do executivo Soviete de Moscovo à Kultino (de cuja secção documental era responsável) de um registo cinematográfico sobre um ano de campanha eleitoral, o que lhe valeu alguns dissabores. Sem interesse em mostrar o funcionamento organizativo e administrativo ou a burocracia do soviete moscovita, Vertov realiza um filme em que põe em prática o seu manifesto de 1922, dando a ver como “batem os corações das máquinas”. “Explosivamente revolucionário, materialista e russo, num sentido peculiar, o da compreensão da força da terra, do solo”, escreveu Gil Abrunhosa na “folha” que acompanhou a sua única apresentação na Cinemateca, em 1987.