01/04/2014, 15h30 | Sala Dr. Félix Ribeiro
Outras Sessões de Abril
Aprile
Abril
de Nanni Moretti
com Nanni Moretti, Silvio Orlando, Silvia Nono, Pietro Moretti, Agata Apicella Moretti
Itália, França, 1998 - 77 min
legendado em português

Foi a longa-metragem seguinte a CARO DIARIO e é o filme em que, no seu duplo realizador de realizador ator, Nanni Moretti se confronta com a situação política italiana e os seus próprios dilemas de realizador e pai recente. APRILE surge na sequência da recolha de material sobre a cena política italiana de meados dos anos noventa, a ascensão e “queda” de Berlusconi, e o momento em que Moretti descobre a paternidade. Ou, como o descreveu Claire Denis, o filme em que Moretti “quis fazer uma comédia musical que não conseguia começar, optando assim por falar da sua vida própria vida, o seu novo bebé, os seus desejos e medos. Finalmente, na última cena, começa”. Primeira exibição na Cinemateca.

02/04/2014, 19h00 | Sala Dr. Félix Ribeiro
Outras Sessões de Abril
Coeurs
Corações
de Alain Resnais
com Sabine Azéma, Pierre Arditi, André Dussollier, Lambert Wilson, Laura Morante
França, Itália, 2006 - 125 min
legendado em português
In Memoriam Alain Resnais

Anterior a LES HERBES FOLLES, o último Alain Resnais até esta data estreado em Portugal, COEURS adapta uma peça teatral do dramaturgo inglês Alan Ayckbourn, o mesmo do díptico SMOKING / NO SMOKING. Numa Paris debaixo de um intenso nevão, várias personagens, todas elas um pouco “perdidas”, vão-se cruzando e descruzando, aproximando e afastando, numa estrutura narrativa onde o acaso e as coincidências têm um papel decisivo. Os atores são a habitual “trupe” de Resnais, em estado de graça, e os décors (praticamente só interiores) são a “outra” personagem de COEURS.

02/04/2014, 19h30 | Sala Luís de Pina
Outras Sessões de Abril
Abraham Lincoln
de D.W. Griffith
com Walter Huston, Una Merkel, Kay Hammond, E. Alyn Warren, Henry B. Walthall
Estados Unidos, 1930 - 84 min
legendado em português

O primeiro all talkie de Griffith retrata a vida de Abraham Lincoln como um homem só e angustiado, porventura refletindo a solidão e o pessimismo de DWG nesta fase da sua vida. “Um pesadelo para a razão e para os nervos” foi como o próprio se referiu às oito semanas de rodagem de ABRAHAM LINCOLN. Pelo seu lirismo e dimensão pictórica, tem sido entusiasticamente reavaliado. Verdadeiramente surpreendente é o uso dramático do trabalho da banda sonora.

02/04/2014, 22h00 | Sala Luís de Pina
Outras Sessões de Abril
Szegënelegények
Os Oprimidos
de Miklos Jancsó
com Janos Görbe, Tibor Molnár, András Kozák
Hungria, 1965 - 88 min
legendado em português
In Memoriam Miklos Jancsó

Miklos Jancsó estreou-se nas longas-metragens em 1958 e sempre adotou um estilo cinematográfico particular, bastante distinto do estilo das novas vagas da Europa Central. Jancsó faz um cinema quase coreografado, mas no âmbito de uma reflexão sobre a história da Hungria, “em que vencedores e vencidos são levados pelo mesmo turbilhão”. Situado em 1869, OS OPRIMIDOS aborda a pacificação do país, a liquidação de um bando de bandidos românticos, com a intenção, segundo as palavras do realizador, de “convidar os húngaros a perceber que a nossa história é bem menos agradável do que costumamos pensar.”

03/04/2014, 19h00 | Sala Dr. Félix Ribeiro
Outras Sessões de Abril
Sedmikráski
Jovens e Atrevidas
de Vera Chytilová
com Jitka Cerhová, Ivana Karbanová
Checoslováquia, 1966 - 75 min
legendado em português
In Memoriam Vera Chytilová

Um dos grandes clássicos das novas vagas europeias dos anos sessenta. Duas belas jovens chamadas Marie atravessam diversas aventuras, em que fazem tudo para se divertir. Vão a piscinas públicas, a night clubs, provocam os homens, destroem tudo durante um banquete. “Já que o mundo destrói tudo, destruamos o mundo!”. Segundo a realizadora, trata-se de “uma comédia bizarra, com elementos de sátira e sarcasmo em relação às duas protagonistas”. Com cores fortes, este talvez seja o filme mais pop da “outra Europa”. Também conhecido pelo seu título internacional, DAISIES, foi o filme que, estreado antes da primavera de Praga, ditou a Chytilová a impossibilidade de trabalhar no seu país até 1975.