24/04/2013, 21h30 | Sala Dr. Félix Ribeiro
METAPHORIC FILMS
MOSAIK IM VERTRAUEN
Áustria, 1955 – 16 min / versão original sem legendas
UNSERE AFRIKAREISE
Áustria, 1966 – 13 min / versão original sem legendas
PAUSE!
Áustria, 1977 – 12 min / sem diálogos
DICHTUNG UND WAHRHEIT
Áustria, 2003 – 13 min / sem diálogos
METRICAL FILMS
ADEBAR
Áustria, 1957 – 1 min / sem diálogos
SCHWECHATER
Áustria, 1958 – 1 min / sem diálogos
ARNULF RAINER
Áustria, 1960 – 6 min / sem diálogos
ANTIPHON
Áustria, 2012 – 6 min / sem diálogos
de Peter Kubelka
A rara e rigorosa obra cinematográfica de Peter Kubelka é, até à data, composta por oito filmes e cerca de uma hora de duração, realizados entre 1955 e 2012, que experimentam e demonstram as possibilidades do cinema e que apresentamos num alinhamento indicado pelo autor: os “Filmes Metafóricos” exploram os modos como o sentido pode ser construído pela justaposição de imagens e sons: MOSAIK IM VERTRAUEN é o primeiro filme de Kubelka, evocando momentos de namoro e separação contra uma série de excertos visuais contrastes; UNSERE AFRIKAREISE pode ser descrito como uma singular evocação do colonialismo alemão em África; PAUSE! é “em si mesmo um capítulo da arte moderna”, nas palavras de Jonas Mekas; DICHTUNG UND WAHRHEIT, uma footage-fantasy. Nos “Filmes Métricos” – ADEBAR, pensado para publicitar um bar vienense e composto pela repetição de uma cena de dança de silhuetas; SCHWECHATER, concebido como um spot publicitário para uma marca de cervejas numa montagem no limite da abstração; ARNULF RAINER, em homenagem ao amigo, patrocinador e pintor homónimo – os elementos individuais são dispostos na relação que mantêm com os outros e com o seu conjunto resultando numa experiência visual rítmica que articula o seu postulado de que “o cinema não é movimento”. ANTIPHON, o seu mais recente filme e parte do seu novo trabalho MONUMENTAL FILM (2012), é intitulado a partir de um termo usado na música coral de igreja e apresentado assim pelo próprio Kubelka: “ANTIPHON é constituído pelos mesmos quatro elementos básicos do cinema, como no meu filme ARNULF RAINER mas tem a forma inversa. O negativo torna-se positivo, o positivo torna-se negativo, o silêncio torna-se som, o som torna-se silêncio”. Peter Kubelka começou a apresentar os seus filmes também como esculturas tridimensionais logo em 1958, estando de momento a trabalhar o projeto MONUMENTAL FILM. Para além de rara, a projeção em sala da sua obra é uma muito peculiar experiência.