“Maio maduro Maio, quem te pintou?”. Sob o signo da festa e do “Maio de amores” do Zeca Afonso, a Cinemateca Júnior celebra o sol e os primeiros calores com um conjunto de filmes que convidam exatamente à festa e aos amores. O primeiro filme do mês – TODA A GENTE DIZ QUE TE AMO – encarna na perfeição esse espírito. Woody Allen faz a sua primeira e única incursão na comédia musical, com uma sucessão de encontros e desencontros amorosos encantadores, a que não terá sido alheio o facto de o elenco de notáveis que reuniu não saber até ao início da rodagem que teria de dançar e cantar e o resultado adoravelmente “amador” e desajeitado da empreitada. De festa é também o clima geral do clássico infantojuvenil alemão EMÍLIO E OS DETECTIVES de Gerhard Lamprecht. Rodado no início dos anos trinta, com argumento do jovem Billy Wilder, o filme que se tornou um clássico adaptado à exaustão, irradia a boa energia infantil à solta pelas ruas duma Berlim que desapareceu poucos anos depois, no pesadelo nazi. Em parceria com o FIMFA Lx24 – Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas vamos mostrar um dos filmes mais amados por várias gerações de crianças. Falamos de PINÓQUIO da Disney, uma história maravilhosa de crescimento e de amor entre duas criaturas com um ADN muito diferente: o velho Gepeto e um menino de madeira, conhecido pelo seu nariz de tamanho variável. A festa de maio é ainda e sempre a festa de Abril em maio. Com o IndieLisboa vamos prestar homenagem às Campanhas de Dinamização Cultural e Acção Cívica do MFA, que levaram cinema aos cantos mais remotos e pobres do país. Nos dias 25 de maio e 1 de junho mostramos dois filmes que fizeram parte desse programa, antecedidos por uma breve reportagem da época sobre uma dessas campanhas. O NAVEGANTE, de Donald Crisp e Buster Keaton, e CALÇAS COMPRIDAS, de Frank Capra, são dois momentos altos do cinema burlesco da era do mudo: o primeiro com o muito cá de casa Buster Keaton e o segundo com uma das estrelas mais esquecidas da época, Harry Langdon. Os dois filmes são histórias de amor, a primeira mais clássica, cheia de peripécias hilariantes a bordo dum barco desgovernado, a segunda, um enredo de amor e crime de desconcertante humor negro. Na oficina de dia 11 vamos pôr as nossas ESTRELAS EM CARTAZ, as do cinema e as lá de casa, em mais um gesto de amor. “Sempre depois da sesta chamando as flores. Era o dia da festa, Maio de amores”.