CICLO
FILMar: Chegada a Bom Porto


São as últimas sessões FILMar, e o final do projeto de digitalização do património fílmico que, desde fevereiro de 2020, ocupou a Cinemateca Portuguesa na identificação, preservação, digitalização e difusão de uma cinematografia que se relacionasse com o mar. Ao longo do mês, apresentaremos um diálogo entre filmes portugueses e noruegueses, a partir de pontos em comum, tanto geográficos como temáticos, mas sobretudo temporais e de abordagem narrativa, apresentando, por um lado, filmes inéditos em Portugal, e obras menos vistas da nossa História recente. No último dia do mês, que será também o último do FILMar, todas as sessões serão de entrada livre, e o dia será completado com vários lançamentos de livros e DVD que ajudarão a fixar o trabalho desenvolvido. Será um dia de festa, para celebrar um projeto que procurou alargar a relação dos públicos (nacionais e internacionais) com o cinema português e, ao mesmo tempo, mostrar-nos que é possível fazer da acessibilidade e literacia fílmicas, motores para a nossa relação com a memória coletiva. As sessões serão todas comentadas por convidados especiais, e apresentadas em novas cópias digitais, realizadas pela Cinemateca da Noruega e pela Cinemateca Portuguesa no âmbito do programa Cultura dos EEAGrants, neste segundo caso operacionalizado por Património Cultural, I.P.
 
 
20/04/2024, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo FILMar: Chegada a Bom Porto

Malteses, Burgueses E Às Vezes...
de Artur Semedo
Portugal, 1974 - 105 min | M/12
 
30/04/2024, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo FILMar: Chegada a Bom Porto

Aria | O Convento
duração total da projeção: 101 min | M/12
30/04/2024, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo FILMar: Chegada a Bom Porto

Ein Må Jo Kome Seg Heim | Agosto
duração total da projeção: 104 min | M/12
30/04/2024, 19h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo FILMar: Chegada a Bom Porto

Curtas-Metragens Mudas Norueguesas
duração total da projeção: 84 min
30/04/2024, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo FILMar: Chegada a Bom Porto

Dypets Ensomhet + O Último Mergulho
duração total da projeção: 99 min | M/12
20/04/2024, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
FILMar: Chegada a Bom Porto
Malteses, Burgueses E Às Vezes...
de Artur Semedo
com Artur Semedo, Nicolau Breyner, Vasco Rafael, Yola, Alda Rodrigues
Portugal, 1974 - 105 min | M/12
Estreado a 11 de abril de 1974, MALTESES, BURGUESES E ÀS VEZES... é um filme que avança sobre os valores e os paradoxos da burguesia lisboeta, desmontando-os com a sagacidade e humor que o realizador Artur Semedo trouxe a um cinema entre a resistência, primeiro, e a militância, depois da revolução. Incompreendido, posto de lado e amplamente ignorado, é um objeto que regista o tempo nas suas contradições, falhas e potencial de derisão, como só o tempo viria a poder demonstrar. Parcialmente rodado em 1973 em Angola, a comédia de Artur Semedo retrata mordazmente a burguesia colonial pondo em cena a aventureira história de um engajador de imigrantes que muda os seus negócios para Angola onde se envolve num obscuro ambiente social e político. Esta falsa comédia de costumes de fundo político e económico, é também um exemplo de como podemos olhar para o cinema enquanto janela histórica.

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30/04/2024, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
FILMar: Chegada a Bom Porto
Aria | O Convento
duração total da projeção: 101 min | M/12
Entrada livre mediante levantamento de bilhete 30 minutos antes do início da sessão
ARIA
de Pjotr Sapegin
Noruega, Canadá, 2001 - 10 min

O CONVENTO
de Manoel de Oliveira
com Catherine Deneuve, John Malkovich, Leonor Silveira, Luis Miguel Cintra
Portugal, 1995 – 91 min / Legendado eletronicamente em português

Rodado no Convento de Nossa Senhora da Arrábida, este é um filme de sombras, fantasmas, medos expostos e uma tensão sexual que tornaram O CONVENTO num filme algo mal-amado na longa filmografia de Manoel de Oliveira. A partir de uma ideia de Agustina Bessa-Luís, o confronto, e a expectativa de vitória, por personagens que parecem tropeçar no seu destino, é levado a um extremo de perversidade num filme que usa o espaço como se fosse a derradeira hipótese de verdade. A sessão completa-se com ARIA, uma curta-metragem de animação que adapta a ópera Madame Butterfly, feita com marionetas e um sentido de perversidade que em muito acompanha a manipulação que Oliveira opera nas suas personagens. Butterfly vive numa ilha, até que a chegada do marinheiro Pinkerton transformará a sua história. O mar é lugar de esperança tornada tragédia.

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30/04/2024, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
FILMar: Chegada a Bom Porto
Ein Må Jo Kome Seg Heim | Agosto
duração total da projeção: 104 min | M/12
Entrada livre mediante levantamento de bilhete 30 minutos antes do início da sessão
EIN MÅ JO KOME SEG HEIM
“Preciso Ir para Casa”
de Trygve Hagen
Noruega, 2001 - 6 min / legendado em inglês e  eletronicamente em português

AGOSTO
de Jorge Silva Melo
com Christian Patey, Marie Carré, Olivier Cruveiller, Manuela de Freitas, Pedro Hestnes, Glicínia Quartin, Isabel Ruth, Luís Santos, Rita Blanco, José Mário Branco
Portugal, 1988 – 98 min

Jorge Silva Melo adaptou muito livremente o romance de Cesare Pavese A Praia, ao enveredar, em AGOSTO, pelo cinema romanesco. A paisagem física é a serra da Arrábida e as suas praias, de uma luz deslumbrante e dourada no verão. As pessoas singulares que aí habitam vivem um vazio “antonioniano” que Jorge Silva Melo transpôs para o cinema português. Quando o apresentou em ante-estreia na Cinemateca em 1988, escreveu um texto que começa assim: “‘Há um minuto da vida do mundo que passa. Há que o pintar na sua realidade.’ Esta frase de Cézanne citada por Merleau-Ponty nesse livro a que há tantos anos recorro, Sens et Non-Sens. É isso o que quero do cinema? Minuto-vida-mundo-pintar-realidade?”.
A sessão completa-se com a apresentação de uma curta--metragem norueguesa que adapta uma novela de Jon Fosse, autor que Jorge Silva Melo introduziu em Portugal e que encenou ou traduziu para a sua companhia Artistas Unidos. A exibir em cópias digitais. A sessão assinala ainda o lançamento do catálogo Jorge Silva Melo – Viver amanhã como hoje, preparado na sequência da retrospetiva da sua obra no cinema.

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30/04/2024, 19h30 | Sala Luís de Pina
FILMar: Chegada a Bom Porto
Curtas-Metragens Mudas Norueguesas
duração total da projeção: 84 min
mudos, legendados eletronicamente em português | M/12
Com acompanhamento ao piano por Filipe Raposo

Sessão apresentada por Tina Anckarman

Entrada livre mediante levantamento de bilhete 30 minutos antes do início da sessão
TIEDEMANN LOFOTFISKE
"A Pesca em Lofoten"
Noruega, 1929 – 4 min

KRISTIANIAFJORD
Noruega, 1913-1927 – 13 min

EN RESA TILL SPETSBERGEN, SOMMAREN 1919
"Uma viagem a Spitsbergen, no verão de 1919"
Noruega, 1919 – 13 min

FRA BERGEN TIL KIRKENES
"De Bergen a Kirkenes”
Noruega, 1920 – 13 min

ET BESØK PAA HOVEDØENS BAD, CA, 1922
"Uma visita aos banhos de Hovedøen, ca. 1922"
Noruega, 1922 – 3 min

LOFOTEN, CA. 1920
Noruega, 1920 – 8 min

JAKT I POLARE STRØK
"Caça na zona polar"
Noruega, 1920-1924 – 3 min

SKIPSDÅP OG SJØSETTING AV “MIDNATSOL” PÅ BERGENS MEKANISKE VERKSTED
"Batizado e lançamento 'Midnatsol' nas oficinas de Bergen"
Noruega, 1910 – 8 min

REGATTA I OSLOFJORDEN
"Uma regata no fiorde de Oslo"
Noruega, 1920 – 7 min

ARGENTINSK METEOROLOGISK STASJON, GRYTVIKEN, SØR-GEORGIA
"Estação Metereológica argentina, Grytviken, Geórgia do Sul"
Noruega, 1916-1917 – 8 min

SØRLANDET I SOMMERSOL
“Sørlandet ao sol de verão”
Noruega, 1934 – 4 min

No último dia FILMar, trazemos um conjunto de curtas-metragens mudas digitalizadas pela Biblioteca Nacional da Noruega, parceiro do projeto FILMar, que revelam similitudes nas práticas piscatórias, de industrialização e de reconhecimento da paisagem entre aquele país e Portugal. A sessão é também modelo para o que foi um trabalho de recuperação da memória coletiva e será apresentada e comentada por Tina Anckarman, especialista em cinema mudo norueguês.

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30/04/2024, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
FILMar: Chegada a Bom Porto
Dypets Ensomhet + O Último Mergulho
duração total da projeção: 99 min | M/12
Informam-se os espectadores da Cinemateca que o filme O ÚLTIMO MERGULHO de João César Monteiro será exibido em versão original falada em português e francês e com legendagem electrónica em inglês

Entrada livre mediante levantamento de bilhete 30 minutos antes do início da sessão
DYPETS ENSOMHET
"Solidão Profunda"
de Thomas Lien, Joachim Solum
com Knut Erik Haugen,  Alexandra Perez-Seone, Max von Sidow (narração)
Noruega, 1995 - 7 min / legendada eletronicamente em português

O ÚLTIMO MERGULHO
de João César Monteiro
com Fabienne Babe, Canto e Castro, Francesca Prandi, Rita Blanco, Luis Miguel Cintra
Portugal, 1992 - 92 min / legendado eltronicamente em inglês

A última sessão FILMar é também um hino de liberdade, como João César Monteiro quis sempre fazer, a partir do cinema. Lisboa é uma cidade de personagens que há muito habitam o imaginário coletivo marinho e que, neste filme feito em resposta à ideia de uma cidade que em breve seria capital europeia da cultura, surgem como motores de uma narrativa onde o humanismo e o pragmatismo se encontram nas esquinas de um cenário que achamos reconhecer. O Tejo é o centro de uma memória e os navios a falsa promessa de mudança. É um filme cheio de humor, de mágoa e de verdades, mostrando como podemos esperar do cinema não um reflexo, mas um confronto com a realidade. A abrir a sessão, a curta-metragem DEPTH SOLITUDE mostra um outro tipo de último mergulho.

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