10/05/2017, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
A Cinemateca com o Indielisboa: Paul Vecchiali

Em colaboração com Indielisboa – Associação Cultural
Les Premières Vacances | Once More
duração total da projeção: 113 min | M/12
Com a presença de Paul Vecchiali
LES PREMIÈRES VACANCES
de Paul Vecchiali
França, 1967 – 26 min / legendado eletronicamente em português
ONCE MORE
de Paul Vecchiali
com Jean-Louis Rolland, Patrick Reynal, Florence Giorgetti, Pascale Rocard, Nicolas Silberg, Dora Doll
França, 1987 – 87 min / legendado eletronicamente em português

Jacky, Nicole Castelletta e os filhos de ambos podem ir de férias pela primeira vez na vida graças aos agrupamentos agrícolas em exploração comunitária. LES PREMIÈRES VACANCES é um título documental, produzido pelo Ministério da Agricultura, uma encomenda que o realizador encara pessoalmente. “Vecchiali não faz o filme esperado, ou seja, o filme de propaganda em prol de uma medida social. Põe em valor o mistério das personagens (…), privilegia a complexidade dos lugares” (Matthieu Orléan). Na década que vê surgir o arraso devastador da epidemia da Sida, ONCE MORE é um dos primeiros filmes que o reflete na perspetiva do cinema pessoal de Vecchiali. O argumento segue um homem de 40 anos que, em 1978, põe fim ao casamento e a uma vida para ele insuportável e que, mais tarde inicia uma relação homossexual, nos anos oitenta do avanço da Sida. “ONCE MORE nasce de uma declaração de Charles Pasqua que evoca a epidemia como uma ‘punição divina’. Para lutar contra o tempo da Sida que ataca os corpos com violência, Veechiali encerra estes 90 minutos em 15 planos-sequência e um campo/contracampo: é a sua maneira de desafiar o presente e de lutar contra a propagação da doença com os seus instrumentos de cinema e sem exército científico. No interior destas cápsulas de tempo cativo, escolhe seguir o trajeto de um homem livre que aceita a sua existência até às últimas consequências” (Matthieu Orléan). ONCE MORE é apresentado em cópia digital.
 
10/05/2017, 18h30 | Sala Luís de Pina
A Cinemateca com o Indielisboa: Director’s Cut | Director’s Cut em Contexto

Em colaboração com Indielisboa – Associação Cultural
O Crime de Aldeia Velha
de Manuel Guimarães
com Barbara Laage, Rogério Paulo, Mário Pereira, Maria Olguim, Rui Gomes, Glicínia Quartin
Portugal, 1964 - 115 min | M/12
Director's Cut em Contexto
Adaptação de uma peça de Bernardo Santareno, por sua vez inspirada num facto verídico, ocorrido no norte do país em 1908. A história de uma mulher que se julga possessa e que é queimada numa fogueira pelo povo da aldeia como forma de exorcismo, depois de dois homens se terem suicidado por amor dela. Um requisitório contra a superstição num dos filmes mais interessantes de Manuel Guimarães. Seis anos depois de A COSTUREIRINHA DA SÉ, o regresso de Guimarães às longas-metragens de ficção, faz-se com António da Cunha Telles como produtor (produção para a Tobis Portuguesa), no mesmo ano de BELARMINO de Fernando Lopes, que com OS VERDES ANOS de Paulo Rocha (produções Cunha Telles) abriram o caminho do “Cinema Novo Português”. Programado em rima com NASCI COM A TROVOADA, de Leonor Areal, sobre o cinema de Manuel Guimarães.
 
10/05/2017, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
A Cinemateca com o Indielisboa: Paul Vecchiali

Em colaboração com Indielisboa – Associação Cultural
À Vot’bon Coeur
de Paul Vecchiali
com Paul Vecchiali, Françoise Lebrun, Elsa Lepoivre, Matthieu Marie, Emmanuel Broche, Thérèse Roussel, Michel Delahaye
França, 2003 - 95 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Com a presença de Paul Vecchiali
É o “Anti-dogma 1” da obra de Vecchiali, um mordaz retrato de origem autobiográfica, em que o realizador retoma um filme inacabado (LA GUÊPE) para contar a história de um cineasta a quem é recusado um subsídio do Estado francês pela vigésima vez consecutiva, o que interdita a conclusão da rodagem, e o leva a assassinar os membros da comissão responsável. Contou Vecchiali que enviou uma cópia do filme a Godard, que admirara os anteriores EN HAUT DES MARCHES e ONCE MORE, pedindo-lhe uma opinião e recebendo como resposta: “Não mude um único fotograma deste milagre”.
 
10/05/2017, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
A Cinemateca com o Indielisboa: Director’s Cut | Director’s Cut em Contexto

Em colaboração com Indielisboa – Associação Cultural
Minute Bodies: The Intimate World of F. Percy Smith
de Stuart A. Staples
Reino Unido, 2017 - 55 min
sem diálogos | M/12
Director’s Cut

Com a presença de Stuart A. Staples
Stuart A. Staples é popular como músico, o “vocalista indie” dos Tindersticks, e a banda compôs música para filmes de Claire Denis. Em MINUTE BODIES: THE INTIMATE WORLD OF F. PERCY SMITH (que conta com banda sonora original dos Tindersticks, em colaboração com Thomas Belhom e Christine Ott) estreia-se na realização. O filme trabalha imagens de arquivo do naturalista e realizador pioneiro britânico F. Percy Smith (1880-1945), a quem se deve a utilização da micro-fotografia e do lapso temporal, que Staples descobriu fascinado por acaso num programa científico de televisão. Com o filme, pretendeu “convidar o trabalho de Smith a respirar e a existir no presente. Smith era uma figura maior, única. O seu trabalho transcende os constrangimentos da sua época, e dá-nos ensinamentos sobre a paciência, o compromisso, a ingenuidade e a determinação”.
 
10/05/2017, 22h00 | Sala Luís de Pina
A Cinemateca com o Indielisboa: Paul Vecchiali

Em colaboração com Indielisboa – Associação Cultural
En Haut des Marches
de Paul Vecchiali
com Danielle Darrieux, Nicolas Silberg, Françoise Lebrun, Michel Delahaye, Sonia Saviange
França, 1983 - 92 min
legendado eletronicamente em português | M/12
EN HAUT DES MARCHES é um filme vindo da biografia de Paul Vecchiali, que o dedica à mãe, e se detém no período da Ocupação da sua infância, filmando a sua muito estimada atriz Danielle Darrieux. É quase uma declaração de amor a Darrieux, na forma como a dirige, centrando-se na história de uma mulher que regressa à cidade de Toulon para se vingar da morte do homem que amava, acusado de colaboracionista pelos "partisans". Para Vecchiali, tratou-se de fazer o retrato de “uma mulher destruída pela Guerra, que tenta renascer das cinzas”, propondo-se dar a ver, “através de um trajeto exemplar e subjetivo, os paradoxos de uma personagem que desenvolveu por si as virtudes do trabalho e da devoção coincidentes com a divisa da época: Trabalho – Família – Pátria, e que, anos mais tarde, confronta-se com outras memórias”. “É difícil entrar na cabeça de uma mulher. Tendo eu um raciocínio masculino, tive de apelar a recordações ligadas à minha mãe, à minha tia. Era preciso segui-la a par e passo, permanecer na sua interioridade”. A apresentar em cópia digital.