18/12/2015, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Terras Frias
Voskhozhdenye
Ascensão
de Larissa Cheptiko
com Boris Plotnikov, Vladimir Gostyukhin, Sergey Yakovlev
URSS, 1977 - 109 min
legendado em português | M/12

Larissa Chepitko (1938-1979) pertence a uma das mais importantes gerações do cinema soviético, formada durante os anos sessenta, a mesma de Nikita Mikhalkov, Andrei Konchalovsky, Kira Muratova e Andrei Tarkovsky. Chepitko morreu aos 41 anos, num acidente de viação. ASCENSÃO, o seu último filme, obteve o Urso de Ouro no Festival de Berlim. Filmada a preto e branco, em grande parte no inverno, esta obra severa e poderosa tem lugar durante a Segunda Guerra Mundial. Mas, longe do hieratismo convencional dos inúmeros filmes soviéticos sobre o tema, a realizadora concentra-se em duas personagens, conseguindo o prodígio de fazer uma obra profundamente interiorizada. Um filme terrível e magnífico.

18/12/2015, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
O Espírito do Lugar: Licínio de Azevedo, Cineasta de Moçambique
A Última Prostituta | Virgem Margarida
duração total da sessão: 133 min | M/12

A ÚLTIMA PROSTITUTA
Moçambique, 1999 – 48 min / legendado em português
VIRGEM MARGARIDA
com Iva Mugalela, Hermelinda Cimela, Rosa Mário, Ana Maria Albino
Moçambique, Portugal, França, 2011 – 85 min / legendado em francês
de Licínio de Azevedo

Licínio de Azevedo refere A ÚLTIMA PROSTITUTA como “um documentário clássico de entrevistas a partir de uma fotografia de Ricardo Rangel, com dois militares a escoltarem uma prostituta”, uma das mulheres que primeiro saudaram a independência de Moçambique e que, em finais de 1975, foram levadas para “centros de reeducação” em que lhes eram impostos trabalhos forçados e uma feroz disciplina sob a vigilância de militares. O depoimento que relata a experiência de uma camponesa que estava por essa altura na cidade para comprar um enxoval e foi levada por engano pela polícia esteve mais tarde na origem da longa-metragem de ficção VIRGEM MARGARIDA, inspirada em situações e personagens reais, a partir da história da virgem que foi parar a um centro de reeducação entre 700 prostitutas: “É sobre os antagonismos da libertação [das mulheres]. Remete para a emancipação das mulheres africanas em situações distintas: alfabetizadas ou não, a mulher colonizada e a mulher revolucionária, que percebe a disciplina imposta pelo homem. […] A reeducação de prostitutas, militares e camponesas foi afinal um processo de mútuo conhecimento, que as leva a unirem-se para se libertarem” (Licínio de Azevedo).
 

18/12/2015, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
O Espírito do Lugar: Licínio de Azevedo, Cineasta de Moçambique
All That Heaven Allows
O Que O Céu Permite
de Douglas Sirk
com Jane Wyman, Rock Hudson, Agnes Moorehead, Conrad Nagel
Estados Unidos, 1955 - 89 min
legendado em espanhol | M/12

Um dos grandes filmes de Douglas Sirk neste período, ALL THAT HEAVEN ALLOWS é um objeto do mais extremo artifício, mas é-o de modo consciente e assumido. Jane Wyman é uma viúva, ainda jovem, numa pequena cidade da Nova Inglaterra e Rock Hudson, um jardineiro cerca de quinze anos mais novo, torna-se seu amante. Apesar da oposição dos filhos da viúva e dos habitantes da cidade, o amor acaba por triunfar, num irónico “happy end”.

18/12/2015, 24h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Sexta à Meia-Noite | New York / No Wave
Stranger Than Paradise
Para Além do Paraíso
de Jim Jarmusch
com John Lurie, Eszter Balint, Richard Edson
Estados Unidos, 1984 - 89 min
legendado em português | M/12
A última sessão da meia-noite na Cinemateca, esta sexta-feira, 18 de dezembro, às 24h, na sala M. Félix Ribeiro, é alterada pela impossibilidade de exibir o filme previsto (VORTEX, de Scott B e Beth B, 1983). O filme a apresentar, no contexto "New York / No Wave" da programação proposta, é STRANGER THAN PARADISE, de Jim Jarmusch.

A rubrica "Sexta à Meia-Noite" não terá continuidade em 2016.

Começou por ser apresentado como uma curta-metragem, depois expandida e integrada numa longa que levou o mesmo nome. STRANGER THAN PARADISE confirmou as promessas de PERMANENT VACATION e firmou o nome de Jim Jarmusch como ponta de lança do universo dos "independentes americanos". De Nova Iorque ao Ohio natal do cineasta, seguimos as deambulações de um grupo de suaves misfits. Minimalista, estilizado, lacónico, e com toda a melancolia do universo jarmuschiano, este é definitivamente um dos seus melhores filmes. Jarmusch foi o “último discípulo” de Ray, quando este o escolheu para seu assistente na Universidade de Nova Iorque. Nunca o imitou, e nunca fez um filme “à Ray”, mas a sua sombra está disseminada e presente em qualquer dos seus filmes. E, muito especialmente, neste.