"’A mais sólida e consistente função de sempre da arquitetura é a construção dos lugares de relação dos homens uns com os outros, com a natureza, com os outros seres e as coisas. E onde espaço, tempo, movimento não são dados como conceitos absolutos…’, Manuel Tainha (1922 – 2012). Personalidade incontornável do pensamento arquitetónico em Portugal e do seu confronto com a modernidade, Manuel Tainha abre o seu atelier nos anos cinquenta e concebe projetos durante quase seis décadas, traduzindo a inquietação de uma “arquitetura em questão” no paralelo e constante exercício da escrita. Dialogar com a visão, a poética e a ética de Manuel Tainha implica não rimar apenas com o espaço, a luz e os materiais, mas também com o movimento, o tempo e a vida que os habitam. Adensam-se as correspondências, e o cinema, a literatura, a música, tornam-se âmago das conversas com o arquiteto. Obras concebidas entre as décadas de cinquenta e setenta, filmadas hoje, num momento da sua existência, tornam-se o espaço para este diálogo” (Luciana Fina). Com argumento e realização de Luciana Fina, a partir de textos de Manuel Tainha, IN MEDIAS RES é o oitavo filme de Fina, que se iniciou na realização em 1998 com A AUDIÊNCIA.