15/10/2020, 18h30 | Sala M. Félix Ribeiro
NOITE TURVA
de Diogo Salgado
com Afonso Gregório, Simão Bernardino, Lionel Santos
Portugal, 2020 - 14 min
GIÒNG SÔNG KHÔNG NHÌN THAY
"O Rio Invisível"
de Pham Ngoc Lân
com Wean, Naomi, Minh Châu, Nguyen Hà Phong, Hà Hoàng, Mac Can
Vietname/Laos, 2020 - 23 min
DUSTIN
de Naïla Guiguet
com Dustin Muchuvitz, Félix Maritaud, Raya Martigny, Juan Corrales, Lucie Borleteau, Erwan Fale
França, 2020 / 20 min
HIDDEN
de Jafar Panahi
França/Irão, 2020 - 19 min
Uma sessão com alguns dos principais premiados da edição deste ano do Curtas Vila do Conde. Em NOITE TURVA (Melhor Curta Metragem Portuguesa), dois rapazes correm num bosque numa espécie de jogo da apanhada, quando um deles se esconde. Para se vingar, o outro resolve ir embora e esconder a bicicleta do primeiro, o meio que lhe permitiria regressar a casa. A partir desta premissa simples constrói-se um labirinto sensorial, de silêncios interrompidos por ruídos noturnos, de escuridão invadida pela luz da lua, em que os elementos naturais parecem ganhar primazia. GIÒNG SÔNG KHÔNG NHÌN THAY (Melhor Filme em Competição) conta duas histórias paralelas de dois casais – um casal novo e um velho – e de um rio que as atravessa: numa, o rapaz dirige-se a um templo de monges em busca de uma cura para a sua insónia; noutra, o cão encontra a antiga amante do seu dono junto a uma central hidroelétrica. Através de DUSTIN (Prémio Ficção), na representação da personagem transgénera e homossexual que dá o título ao filme, e do seu grupo de amigos, presenciamos o estado de deriva emocional e melancolia consequentes de uma rave. Esta curta-metragem destaca-se pela forma atual e poética com que faz o retrato da realidade noturna alternativa, bem como pela naturalidade com que representa o processo de aculturação e socialização da comunidade retratada. Prémio de Documentário, HIDDEN mostra Panahi, acompanhado da filha, à procura de uma rapariga da qual lhe chegam notícias que possui uma belíssima voz, mas que por causa de restrições familiares e religiosas mantém-se reclusa em casa e esconde o seu talento. Panahi filma essa rapariga - ou melhor, a sua voz - num gesto emocional e poderoso, para não deixar cair no esquecimento nem esta rapariga nem outros com destinos semelhantes, para recordar, na figura dela e da sua história, outras vozes forçadas ao silêncio.
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