Motivos clássicos não faltam no cinema de Aki Kaurismaki, normalmente revistos à luz de um qualquer
twist mais ou menos irónico. Assim acontece em LA VIE DE BOHÈME, que retoma o texto de Henri Murger que servira, entre outros, para uma célebre ópera de Puccini, contando uma história contemporânea, em Paris, que junta artistas na miséria e imigrantes sem documentos. Uma belíssima demonstração do idealismo kaurismakiano, sempre encontrado entre a dureza da realidade e a fantasia romântica que se lhe vem sobrepor – como, duas décadas mais tarde, aconteceria em LE HAVRE, filme que retomou, noutro contexto, algumas personagens de LA VIE DE BOHÈME. De notar, ainda, algumas participações especiais, em pequenos papéis, de gente como Samuel Fuller. O filme não é visto na Cinemateca desde 2000, por ocasião da retrospetiva dedicada a Aki Kaurismäki
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