CICLO
Olivia de Havilland


Olivia de Havilland cumpriu no passado mês de julho o seu centésimo aniversário e é, com Kirk Douglas, a outra glória da Hollywood clássica a soprar cem velas neste ano de 2016. Há muito retirada – o seu último trabalho para cinema foi em 1979, mesmo se durante alguns anos ainda entrou em séries e telefilmes – Olivia foi uma das mais célebres e prestigiadas atrizes do cinema americano, múltiplas vezes premiada (ganhou dois Óscares e foi nomeada para outros três), e com o seu nome associado a alguns títulos lendários de entre os mais lendários títulos – como é flagrantemente o caso de GONE WITH THE WIND, onde ela foi a inesquecível Melanie.
Nascida em Tóquio, onde o pai era professor de inglês, e irmã mais velha de Joan Fontaine (que também teve uma carreira grandiosa e uma longa vida), Olivia chegou a Hollywood ainda antes dos 20 anos, quando as suas atuações no grupo de teatro da escola que frequentava captaram a atenção de Max Reinhardt e ele a contratou para a sua encenação teatral de Sonho de uma Noite de Verão e depois a manteve na adaptação para cinema da mesma peça que ele mesmo dirigiu. Foi o seu papel no filme de Reinhardt que convenceu a Warner a oferecer-lhe um contrato de longa duração, na vigência do qual se começaria por destacar como partenaire ideal de Errol Flynn, com quem contracenou em mais de uma dezena de filmes, como os três que mostramos no Ciclo, CAPTAIN BLOOD, THEY DIED WITH THEIR BOOTS ON e THE CHARGE OF THE LIGHT BRIGADE. Apesar da boa relação com Flynn e do prazer que tinha em filmes de ação e aventura, Olivia sonhava com papéis mais complexos, que chegariam sobretudo a partir da segunda metade dos anos quarenta, época em que conquistou os seus dois Óscares, por TO EACH IS OWN, de Mitchell Leisen, e THE HEIRESS, de William Wyler. Este período entre os anos trinta e o final dos quarenta correspondeu ao seu apogeu, em qualidade e intensidade, e é este período que está essencialmente representado neste Ciclo com que a evocamos. A partir dos anos cinquenta e sessenta o seu ritmo abrandou, e o número de filmes notáveis também – mas pontualmente podia encontrar um cineasta a entregar-lhe um papel surpreendente e quase no negativo da imagem que os seus modos suaves e elegantes, quase aristocráticos, tinham firmado. Como foi o caso de Robert Aldrich em HUSH, HUSH, SWEET CHARLOTTE, o mais tardio filme do nosso Ciclo.
 
24/11/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Olivia de Havilland

The Charge of the Light Brigade
A Carga da Brigada Ligeira
de Michael Curtiz
Estados Unidos, 1936 - 115 min
 
29/11/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Olivia de Havilland

Hush… Hush… Sweet Charlotte
Com a Maldade na Alma
de Robert Aldrich
Estados Unidos, 1964 - 144 min
24/11/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Olivia de Havilland
The Charge of the Light Brigade
A Carga da Brigada Ligeira
de Michael Curtiz
com Errol Flynn, Olivia de Havilland, Patrick Knowles, Donald Crisp
Estados Unidos, 1936 - 115 min
legendado em português | M/12
THE CHARGE OF THE LIGHT BRIGADE reúne o par que o público elegera como favorito no ano anterior em CAPTAIN BLOOD: Flynn e De Havilland. Mas, desta vez, Flynn perde a dama em favor do seu rival, o irmão, nesta aventura "colonial" que se tornou num dos mais míticos filmes do género, mais inspirado nos tons heroicos do poema de Tennyson do que na realidade, a famosa carga da Brigada Ligeira durante a guerra da Crimeia.
29/11/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Olivia de Havilland
Hush… Hush… Sweet Charlotte
Com a Maldade na Alma
de Robert Aldrich
com Bette Davis, Olivia de Havilland, Agnes Moorehead
Estados Unidos, 1964 - 144 min
legendado em espanhol | M/12
Depois do êxito de WHAT HAPPENED TO BABY JANE?, Bette Davis foi muito estereotipada em papéis de mulher madura neurótica. HUSH… HUSH… SWEET CHARLOTTE (atente-se no título comercial português) foi concebido na esteira do êxito daquele filme, como mais um veículo para um grande duelo entre Bette Davis e Joan Crawford, que acabou substituída por Olivia de Havilland, que em nada a ela se parecia. Davis faz o papel de uma mulher reclusa na propriedade da família, no sul dos Estados Unidos, perseguida por alucinações e as lembranças do amante (um homem casado). Olivia de Havilland é a prima que vem ajudá-la e Agnes Moorehead a estranha criada.