CICLO
Encontro com Béla Tarr


Em 1994, no quadro de uma "Semana de Cinema Húngaro", a Cinemateca revelou Béla Tarr em Portugal. Mostrou SÁTÁNTANGÓ (1993) e, em 1997, com Béla Tarr como convidado, fez-se uma retrospetiva contextualizada da obra do cineasta húngaro ("Cineastas para o Século XXI" e "A Escolha de Béla Tarr"). Desde então a obra de Tarr – que entretanto se tornou uma das figuras centrais do cinema europeu e mundial – foi frequentemente revisitada nas nossas salas, e todos os seus filmes posteriores, de WERCKMEISTER HARMONIAK a O CAVALO DE TURIM, foram vistos nesta Cinemateca. Dezanove anos depois da retrospetiva de 1997, voltamos a encontrar Béla Tarr em pessoa, que estará uma semana connosco apresentando cinco dos seus filmes – do muito obscuro, mas genial, MACBETH, ao celebrado monumento que é SÁTÁNTANGÓ – e quatro filmes de outros realizadores que o marcaram ou influenciaram. Haverá também, no primeiro dia de julho, uma sessão inteiramente consagrada a um “encontro” propriamente dito, em que Tarr estará disponível para dialogar com os seus espectadores.

 
29/06/2016, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Encontro com Béla Tarr

Macbeth
de Béla Tarr
Hungria, 1982 - 72 min
 
30/06/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Encontro com Béla Tarr

Frenzy
Perigo na Noite
de Alfred Hitchcock
Reino Unido, 1972 - 116 min
30/06/2016, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Encontro com Béla Tarr

A Londoni Ferfi
"O Homem de Londres"
de Béla Tarr
França, Alemanha, Hungria, 2007 - 132 min
29/06/2016, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Encontro com Béla Tarr
Macbeth
de Béla Tarr
com Gyorgy Cserhalmi, Erzsébet Kutvolgyi, János Derzsi
Hungria, 1982 - 72 min
legendado em inglês e eletronicamente em português
com a presença de Béla Tarr

Feito para a televisão húngara em 1982, o MACBETH de Béla Tarr não precisa de favor nenhum para ser considerado um dos melhores Shakespeares filmados de sempre. O gosto do plano longo já era cultivado por Tarr (que tinha 27 anos nesta altura), e é a figura estilística predominante em MACBETH, sustentada por elaborados movimentos de câmara num sofisticado tratamento do cenário e das movimentações das personagens – como se fosse, em simultâneo, “teatro” e “antiteatro”. Entre os atores, todos excelentes e todos “sottovoce” (como Welles, Tarr prefere o Shakespeare “sussurrado”), encontramos já alguns atores recorrentes de toda a obra futura do realizador húngaro. Notar ainda a bela fotografia colorida, raridade numa filmografia onde o preto e branco impera.

30/06/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Encontro com Béla Tarr
Frenzy
Perigo na Noite
de Alfred Hitchcock
com Jon Finch, Barry Foster, Barbara Leigh-Hunt, Anna Massey
Reino Unido, 1972 - 116 min
legendado em português | M/12
com a presença de Béla Tarr

Para o seu penúltimo filme, Hitchcock regressou à sua Inglaterra natal (“Uma vez londrino, sempre londrino”, escreveu Penelope Houston à época). FRENZY mostra-nos um “serial killer” em ação no grande mercado de Covent Garden. À dura violência do criminoso, junta-se o humor típico de Hitchcock, sobretudo nas cenas que envolvem o polícia que tenta resolver o caso e cuja mulher se julga uma grande cozinheira. Entre o humor e a provocação, Hitchcock numa das suas obras mais geniais.

30/06/2016, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Encontro com Béla Tarr
A Londoni Ferfi
"O Homem de Londres"
de Béla Tarr
com Miroslav Krobot, Tilda Swinton, Ági Szirtes, János Derzsi
França, Alemanha, Hungria, 2007 - 132 min
legendado em inglês e eletronicamente em português
com a presença de Béla Tarr

A LONDONI FERFI (mostrado pela primeira vez no Festival de Cinema de Cannes em 2007) é o penúltimo filme de Tarr e talvez tenha sido o caso mais bicudo em termos de acolhimento público e crítico, sendo certo que é um dos projetos mais singulares do realizador húngaro: Tarr parte da adaptação de um romance de Georges Simenon, filma fora da Hungria (na Córsega), e convoca para o elenco uma grande vedeta internacional como Tilda Swinton. O argumento segue a história de um homem cuja vida muda depois de testemunhar um crime. Os planos são de "beleza cristalina", conforme dizia o New York Times na época da estreia do filme.