CICLO
Anos 50 – O Cinema a Meio do Caminho


Se o final da década de cinquenta foi o momento em que a “modernidade” mais perceptivelmente explodiu, na Europa com a “nouvelle vague”, nos EUA com a chegada de um cineasta como John Cassavetes, a que logo se seguiu, a partir do princípio dos anos sessenta, o efeito multiplicador criado pela profusão de “cinemas novos” um pouco por todo o mundo, a verdade é que essa terá sido uma das décadas em que, desde o princípio, o cinema mais se transformou. Com uma nova paisagem social e cultural saída da Segunda Guerra, afastada definitivamente aquela “inocência” que ainda duas décadas antes, era possível associar ao cinema (e sobretudo ao cinema de grande espetáculo, como o de Hollywood, “fábrica de sonhos”), o cinema clássico, embora ainda pujante, começa a viver em tensão, uma tensão “interna” mas também “externa” à medida que outras formas de fazer filmes (no que toca ao modo de produção como no que toca à própria natureza fílmica) se vão impondo. O resultado foi uma década onde se sucederam os filmes estranhos e inclassificáveis, muitas vezes realizados ainda dentro do sistema clássico de produção mas frequentemente apontando, já, para outro tipo de linguagem, de referências ou de universos.
Neste Ciclo navegaremos por esse oceano dos anos cinquenta, ou por uma parte dele. O foco estará, essencialmente, no cinema americano, no diálogo progressivamente mais complexo entre as produções dos grandes estúdios e as produções independentes, com alguns desvios por pontos cruciais das cinematografias europeia e asiática, também elas a passarem por uma fase de profundas mutações
 

 
08/02/2016, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Anos 50 – O Cinema a Meio do Caminho

A Place in the Sun
Um Lugar ao Sol
de George Stevens
Estados Unidos, 1951 - 120 min
 
09/02/2016, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Anos 50 – O Cinema a Meio do Caminho

The Saga of Anatahan
de Josef von Sternberg
Japão, 1953 - 92 min
09/02/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Anos 50 – O Cinema a Meio do Caminho

Sommarlek
Um Verão de Amor
de Ingmar Bergman
Suécia, 1951 - 93 min
09/02/2016, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Anos 50 – O Cinema a Meio do Caminho

Julius Caesar
Júlio César
de Joseph L. Mankiewicz
Estados Unidos, 1953 - 120 min
10/02/2016, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Anos 50 – O Cinema a Meio do Caminho

Saikaku Ichidai Onna
“A Vida de O’Haru”
de Kenji Mizoguchi
Japão, 1952 - 136 min
08/02/2016, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Anos 50 – O Cinema a Meio do Caminho
A Place in the Sun
Um Lugar ao Sol
de George Stevens
com Montgomery Clift, Elizabeth Taylor, Shelley Winters, Raymond Burr, Anne Revere
Estados Unidos, 1951 - 120 min
legendado eletronicamente em português | M/12

Segunda versão do clássico de Theodore Dreiser, An American Tragedy, um livro que fizera parte dos malogrados projetos de Sergei M. Eisenstein em Hollywood. Óscar de melhor fotografia para William C. Mellor, A PLACE IN THE SUN contém os mais famosos “encadeados” do cinema americano até então. Montgomery Clift é um jovem que procura a promoção social através do casamento com a filha de um industrial e acaba envolvido na morte de uma antiga namorada. Um filme magnífico, muito provavelmente o melhor do seu realizador e um excelente desempenho da jovem e belíssima Elizabeth Taylor. A apresentar em cópia digital.

09/02/2016, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Anos 50 – O Cinema a Meio do Caminho
The Saga of Anatahan
de Josef von Sternberg
com Akeni Negishi, Takashi Sugonuma
Japão, 1953 - 92 min
legendado em francês e eletronicamente em português | M/12

O último filme de Josef von Sternberg, e o único desde os filmes com Marlene Dietrich em que teve total liberdade. Numa pequena ilha esquecida, uma mulher torna¬ se o objeto de desejo de um grupo de soldados japoneses que ali naufragaram durante a guerra e ali vivem durante anos ignorando que o conflito terminara.

09/02/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Anos 50 – O Cinema a Meio do Caminho
Sommarlek
Um Verão de Amor
de Ingmar Bergman
com Maj-Brit Nilsson, Alf Kjellin, Birger Malmsten
Suécia, 1951 - 93 min
legendado em português | M/12
Por motivo de atraso no envio da cópia por parte do distribuidor europeu – a que a Cinemateca é totalmente alheia – não é possível manter a projecção prevista para dia 9, às 19h00 com o filme SWEET SMELL OF SUCCESS. Assim, dia 9, na sessão das 19h00, será exibido SOMMARLEK, de Ingmar Bergman. SWEET SMELL OF SUCCESS, de Alexander Mackendrick será então exibido na quinta-feira, dia 11, na sessão das 21h30. Lamentamos o incómodo provocado por esta alteração, e agradecemos a compreensão dos espectadores.

“SOMMARLEK é o mais belo dos filmes”, escreveu Jean-Luc Godard quando o filme se estreou. Talvez seja mesmo. Baseado num romance que escreveu quando era muito novo, Bergman visita o tempo dos morangos silvestres e do amor absoluto. Sabendo que tudo isso acabou e que nada volta mais. E os amores que regressam nunca são iguais aos amores que foram. Mas a única fidelidade à morte é a vida.

09/02/2016, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Anos 50 – O Cinema a Meio do Caminho
Julius Caesar
Júlio César
de Joseph L. Mankiewicz
com Marlon Brando, James Mason, John Gielgud, Louis Calhern, Edmond O’Brien, Greer Garson, Deborah Kerr
Estados Unidos, 1953 - 120 min
legendado em espanhol | M/12

Admirável adaptação da tragédia de Shakespeare, com Brando prodigioso na figura de Marco António. O seu discurso diante do cadáver de César é um dos grandes momentos do cinema e da arte de representar, invertendo a relação de forças populares contra os conspiradores Bruto (James Mason) e Cássio (John Gielgud).

10/02/2016, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Anos 50 – O Cinema a Meio do Caminho
Saikaku Ichidai Onna
“A Vida de O’Haru”
de Kenji Mizoguchi
com Kinuyo Tanaka, Toshiro Mifune, Manao Shimizu
Japão, 1952 - 136 min
legendado em português | M/12

É um dos grandes filmes de Mizoguchi, história sobre uma mulher em rota de colisão com os valores morais e sociais do seu tempo. O famoso realismo histórico de Mizoguchi raramente foi levado tão longe, como raras vezes foi levado tão longe o seu lirismo intimista. Uma das mais belas meditações sobre a mulher na história de qualquer arte.