sessão apresentada por Paolo Bernardini, técnico do laboratório fílmico da Cinemateca
Ambientado em plena Serra do Soajo, no Minho, SERRA BRAVA parte de um romance de Barros Ferreira, Maria dos Tojos, também coautor do argumento, e evoca um violento e trágico caso de amor no Portugal dos anos trinta. Com um elenco marcante (Leonor Maia conquistou o Prémio de Melhor Interpretação Feminina do SNI de 1949). A equipa de Miranda viveu na serra durante o mês de rodagem, com o propósito de os atores se ambientarem ao espaço e às gentes locais, em contraposição aos hábitos de um cinema português muito confinado aos estúdios. Trata-se de um dos últimos restauros produzidos no laboratório da Cinemateca, feito a partir do negativo de imagem em suporte de nitrato de celulose. Em relação ao som, não tendo sobrevivido o negativo original de som, partiu-se de um duplicado negativo síncrono para distribuição no Brasil, cuja montagem e duração eram porém diferentes das da versão portuguesa, o que teve como consequência persistirem algumas lacunas de banda sonora. Apesar disso, ao fim de muitos anos, volta então a ser possível exibir SERRA BRAVA, o filme de Armando Miranda que sucedeu a CAPAS NEGRAS, o grande sucesso que Amália havia protagonizado no ano anterior.