26/02/2015, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
“O título deste filme reflete a minha convicção muito pessoal de que tudo aquilo que exprimimos pela voz é o produto da nossa busca de uma aproximação mais intensa com os outros, da nossa busca do amor, sob todas as formas possíveis”, explica o realizador. Para ilustrar esta tese, Schroeter reuniu na abadia de Royaumont cantoras líricas do passado e atrizes do presente, fazendo com que as cantoras trabalhassem uma ária escolhida por ele. Neste filme, como em outras obras de Schroeter, o canto é a expressão por excelência do amor. “Filme de luto, filme curvado sobre a beleza, dele nos ficam – desgarradas – frases harmónicas como quando se fala da ‘dolore incredibili’, como quando se nos pede (o poema russo de Kotcherkov) que não abandonemos nunca os que amámos, como quando se acentua a tristeza sobre o pessimismo ou como quando se diz que a vida é feita de coisas inexplicáveis e irracionais” (JBC).