CICLO
No Meu Cinema – João Bénard da Costa


Em janeiro último, a Cinemateca voltou “ao cinema de João Bénard da Costa” retomando os filmes por ele apresentados na RTP num programa – “No Meu Cinema” – que incluía as suas introduções aos filmes e comentários finais, filmados por Margarida Gil, e que as sessões deste Ciclo integralmente incluem, o que foi possível graças à imprescindível colaboração da RTP. A série “No Meu Cinema” conclui-se em fevereiro, abrindo-se o Ciclo a outros filmes, desde logo, inevitavelmente, a JOHNNY GUITAR, tornado um verdadeiro caso de culto em Portugal graças à paixão que por ele tinha João Bénard da Costa. Mas não apenas: incluem-se no programa os filmes de Rita Azevedo Gomes (A 15ª PEDRA – MANOEL DE OLIVEIRA E JOÃO BÉNARD DA COSTA EM CONVERSA FILMADA) e Manuel Mozos com João Bénard da Costa (CINEMA PORTUGUÊS?... – DIÁLOGOS COM JOÃO BÉNARD DA COSTA) e ainda e o recente JOÃO BÉNARD DA COSTA: OUTROS AMARÃO AS COISAS QUE EU AMEI, de Mozos, e A COLECÇÃO INVISÍVEL, de Azevedo Gomes, o filme da última participação no cinema de Duarte de Almeida. De Rui Simões, é apresentada a curta-tributo OBRIGADO BÉNARD. Acrescem três sessões que reúnem programas televisivos, da RTP e da SIC que contaram com a participação, exclusiva ou não, de Bénard da Costa: “Falatório” (de Clara Ferreira Alves, RTP), “Sempre aos Domingos, “Olhos nos Olhos” e “Quem Fala Assim” (de Maria João Seixas, RTP), “Conversa Afiada” (de Maria João Avillez, SIC), “Escrita em Dia” (de Francisco José Viegas, SIC), Nas sessões assinaladas nas respetivas notas com “No Meu Cinema”, a projeção dos filmes é antecedida e sucedida pelas apresentações e comentários de João Bénard da Costa filmados por Margarida Gil para a série homónima da RTP. A sessão de JOHNNY GUITAR é antecedida de uma apresentação de João Bénard da Costa no programa da RTP “Os Filmes da Minha Vida”, da autoria de Inês de Medeiros.

 
04/02/2015, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo No Meu Cinema – João Bénard da Costa

STRANGERS ON A TRAIN
O Desconhecido do Norte Expresso
de Alfred Hitchcock
Estados Unidos, 1951 - 99 min
 
04/02/2015, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo No Meu Cinema – João Bénard da Costa

NORTH BY NORTHWEST
Intriga Internacional
de Alfred Hitchcock
Estados Unidos, 1959 - 136 min
05/02/2015, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo No Meu Cinema – João Bénard da Costa

ORDET
A Palavra
de Carl Th. Dreyer
Dinamarca, 1955 - 125 min
06/02/2015, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo No Meu Cinema – João Bénard da Costa

JOÃO BÉNARD DA COSTA: OUTROS AMARÃO AS COISAS QUE EU AMEI
de Manuel Mozos
Portugal, 2014 - 75 min | M712
07/02/2015, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo No Meu Cinema – João Bénard da Costa

OBRIGADO BÉNARD | JOHNNY GUITAR
duração total da projeção dos dois filmes: 112 min | M/12
04/02/2015, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
No Meu Cinema – João Bénard da Costa
STRANGERS ON A TRAIN
O Desconhecido do Norte Expresso
de Alfred Hitchcock
com Farley Granger, Robert Walker, Ruth Roman, Patricia Hitchcock, Leo G. Carroll
Estados Unidos, 1951 - 99 min
Estados Unidos, 1951 – 99 min / legendado em português | M/12
No Meu Cinema

Nas sessões assinaladas nas respetivas notas com “No Meu Cinema”, a projeção dos filmes é antecedida e sucedida pelas apresentações e comentários de João Bénard da Costa filmados por Margarida Gil para a série homónima da RTP.

Um dos pontos máximos da obra de Hitchcock, que leva a um grau extremo a virtuosidade característica da mise-en-scène do mestre, com o uso significativo dos objetos e um magistral suspense, marca registada do realizador. É também uma perfeita ilustração daquele que Claude Chabrol e Eric Rohmer, no livro que escreveram sobre Hitchcock, consideram o tema central da sua obra: a transferência da culpabilidade. O tema é aqui abordado de modo quase literal: um desequilibrado propõe a um desconhecido matar a mulher dele e espera que ele lhe retribua o “favor”. “STRANGERS ON A TRAIN é um dos máximos exemplos da obra do autor sobre o permanente tema da culpa e das aparências” (JBC).

04/02/2015, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
No Meu Cinema – João Bénard da Costa
NORTH BY NORTHWEST
Intriga Internacional
de Alfred Hitchcock
com Cary Grant, Eva Marie Saint, James Mason, Leo G. Carroll
Estados Unidos, 1959 - 136 min
legendado em português | M/12
No Meu Cinema

Nas sessões assinaladas nas respetivas notas com “No Meu Cinema”, a projeção dos filmes é antecedida e sucedida pelas apresentações e comentários de João Bénard da Costa filmados por Margarida Gil para a série homónima da RTP.

NORTH BY NORTHWEST, um dos filmes mais célebres de Hitchcock, é um prodígio de construção de suspense, com algumas das cenas mais famosas do mestre (a perseguição do avião, a corrida no monte Rushmore). O filme é também um autêntico repositório de todos os seus temas e obsessões, de todos os seus “jogos” e alusões eróticas e da exploração do tema do “falso culpado”, que está no cerne da sua obra. “Do que se trata neste filme e em toda a obra de Hitchcock, é duma religação, no sentido etimológico da palavra, do absurdo às pulsões e instintos e emoções fundamentais do homem. Hitchcock conduz-nos a um mundo em que tanto se pode dizer que tudo é absurdo, como sustentar a evidência de que o absurdo não existe” (JBC).

05/02/2015, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
No Meu Cinema – João Bénard da Costa
ORDET
A Palavra
de Carl Th. Dreyer
com Henrik Maalberg, Emil Haas, Prebben Lendorf Rye
Dinamarca, 1955 - 125 min
legendado eletronicamente em português | M/12
No Meu Cinema

Nas sessões assinaladas nas respetivas notas com “No Meu Cinema”, a projeção dos filmes é antecedida e sucedida pelas apresentações e comentários de João Bénard da Costa filmados por Margarida Gil para a série homónima da RTP.

ORDET é, talvez, a obra cinematográfica que melhor põe em cena a questão da fé, construída inteiramente à volta da interrogação: A palavra (Ordet) pode chegar até Deus e Este responder-lhe? O crente, como Dreyer, diz que sim e ORDET (o filme) é a sua expressão. Sobre este filme, José Régio escreveu que era “uma apologia da fé levada ao extremo limite.” “[…] E, por isso, disse S. Paulo que, maior do que a fé, era o amor. ORDET de Dreyer é o filme desse amor” (JBC). Segunda passagem, depois da apresentação de janeiro.

06/02/2015, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
No Meu Cinema – João Bénard da Costa
JOÃO BÉNARD DA COSTA: OUTROS AMARÃO AS COISAS QUE EU AMEI
de Manuel Mozos
Portugal, 2014 - 75 min | M712
Com João Bénard da Costa

com a presença de Manuel Mozos

“João Bénard da Costa foi diretor da Cinemateca Portuguesa durante 18 anos. Eu segui o caminho das suas memórias e encontrei o seu amor pela pintura, pelas igrejas, por Proust e Musil, por Itália, cinema, Mozart e os seus amigos. Mas o que eu realmente queria era tornar presente o homem de carne e osso, cheio de contradições, um homem livre” (Manuel Mozos). O recente filme de Mozos teve a sua primeira apresentação pública no DocLisboa’14 e tem circulado em festivais e mostras internacionais. Na Cinemateca, é mostrado numa primeira exibição.

07/02/2015, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
No Meu Cinema – João Bénard da Costa
OBRIGADO BÉNARD | JOHNNY GUITAR
duração total da projeção dos dois filmes: 112 min | M/12
Filmes da Minha Vida

A sessão de JOHNNY GUITAR é antecedida de uma apresentação de João Bénard da Costa no programa da RTP “Os Filmes da Minha Vida”, da autoria de Inês de Medeiros

com a presença de Rui Simões e Inês de Medeiros

OBRIGADO BÉNARD
de Rui Simões
Portugal, 2009 – 2 min
JOHNNY GUITAR
Johnny Guitar
de Nicholas Ray
com Joan Crawford, Sterling Hayden, Mercedes McCambridge, Scott Brady, Ward Bond
Estados Unidos, 1954 – 110 min / legendado em português

Um dos westerns maiores da história do cinema, de cores agressivas e imagens barrocas (as fabulosas cenas de Joan Crawford no interior do saloon, o cenário deste com os fantomáticos croupiers e a roleta a rodar). Um filme “onde os cowboys desmaiam e morrem com a graça das bailarinas” (Truffaut). E um “duelo” sem tréguas entre as fabulosas Vienna (Crawford) e Emma (McCambridge). “Rever as imagens do JOHNNY GUITAR é rever a recordação delas. Para quem o vê pela primeira vez, é ainda de rever que se trata. Porque todas as personagens não fazem outra coisa. […] JOHNNY GUITAR é um filme construído em flashback sobre uma imensa elipse? Ou é uma imensa elipse construída sobre um flash que não pode come back? Ou será que é tudo a mesma coisa?” (JBC).