CICLO
Pedro Costa | Realizador Convidado


Pedro Costa é o primeiro “realizador convidado”, uma das novidades na programação da Cinemateca em 2015. Ao longo de três semanas, entre 12 e 31 de janeiro, Pedro Costa concebeu e apresenta um programa que inclui filmes seus em articulação com outras obras, várias delas de oportunidade de exibição rara. O programa conta com as presenças de José Neves, João Queiroz, Paulo Nozolino, Rui Chafes, Leonardo Simões e Olivier Blanc, que acompanharão algumas das sessões em diálogo com Pedro Costa.

 

SALA LUÍS DE PINA | 12 – 31 DE JANEIRO

 

VENDA ANTECIPADA DE BILHETES PARA TODAS AS SESSÕES DO CICLO
8, 9 e 10 de janeiro: 18:00 – 22:00


Durante o Ciclo: horário excecional da bilheteira – uma hora antes de cada sessão

As sessões anunciadas como “ENCONTROS COM…”, que em alguns casos incluem a projeção de filmes curtos, são de entrada livre mediante o levantamento de ingressos na bilheteira.
 

 
23/01/2015, 16h00 | Sala Luís de Pina
Ciclo Pedro Costa | Realizador Convidado

NO QUARTO DA VANDA
de Pedro Costa
Portugal, 2000 - 177 min
 
23/01/2015, 19h00 | Sala Luís de Pina
Ciclo Pedro Costa | Realizador Convidado

ENCONTRO COM PEDRO COSTA E PAULO NOZOLINO
23/01/2015, 22h00 | Sala Luís de Pina
Ciclo Pedro Costa | Realizador Convidado

CLUNY BROWN
O Pecado de Cluny Brown
de Ernst Lubitsch
Estados Unidos, 1946 - 100 min
24/01/2015, 15h00 | Sala Luís de Pina
Ciclo Pedro Costa | Realizador Convidado

GREED | UNDERWORLD
24/01/2015, 21h00 | Sala Luís de Pina
Ciclo Pedro Costa | Realizador Convidado

UMARETE WA MITA KEREDO | THE INCREDIBLE SHRINKING MAN
23/01/2015, 16h00 | Sala Luís de Pina
Pedro Costa | Realizador Convidado
NO QUARTO DA VANDA
de Pedro Costa
com Vanda Duarte, Zita Duarte
Portugal, 2000 - 177 min
| M/18

NO QUARTO DA VANDA é uma extraordinária experiência de cinema, absolutamente ímpar no panorama do cinema mundial. Reencontro com lugares e personagens de OSSOS (em especial a protagonista, Vanda Duarte), NO QUARTO DA VANDA foge da ficção tanto quanto foge do documentário para se instalar num território inventado por si, feito de luz, de carne e de pedra. Foi também o filme em que Pedro Costa reinventou a sua maneira de estar no cinema, filmando pela primeira vez em digital e, praticamente, sozinho.

23/01/2015, 19h00 | Sala Luís de Pina
Pedro Costa | Realizador Convidado
ENCONTRO COM PEDRO COSTA E PAULO NOZOLINO
sessão de entrada livre mediante o levantamento de ingressos na bilheteira

A projeção de SANYU (Robert Frank, 1999) estava inicialmente prevista durante a realização deste Encontro, o que não é lamentavelmente possível por razões que se prendem com a acessibilidade da cópia

ENCONTRO COM PEDRO COSTA E PAULO NOZOLINO

23/01/2015, 22h00 | Sala Luís de Pina
Pedro Costa | Realizador Convidado
CLUNY BROWN
O Pecado de Cluny Brown
de Ernst Lubitsch
com Jennifer Jones, Charles Boyer, Richard Haydn, Peter Lawford, Una O’Connor
Estados Unidos, 1946 - 100 min
legendado em português | M/12

O último filme de Ernst Lubitsch (o realizador morreu durante a rodagem do seguinte, THAT LADY IN ERMINE, que foi completado por Otto Preminger) é uma obra corrosiva sobre uma jovem canalizadora que, por via da profissão, conhece um escritor polaco por quem se apaixona. Os tradutores portugueses que acrescentaram o “pecado” ao título lá teriam as suas razões. “A entrada desta [Clunny Brown] em casa dos patrões é um dos momentos mais admiráveis do filme, e, provavelmente, poucas obras, mesmo em parâmetros ideológicos que Lubitsch não tinha, nos terão dito tanto sobre o estatuto e relações de classes. […] E quando finalmente Cluny Brown revela ao que vem, a impercetível mudança (mas para ela decisiva) explica, finalmente, pela sua classe, o seu mistério, que é fundamentalmente o mistério do prazer. […] este é o filme de Lubitsch em que a câmara menos se move e em que o vazio ocupa mais lugar. Cineasta tão ligado ao prazer e à carne, é sintomático que tenha terminado filmando o tabu desse prazer e dessa carne, ou o grande escândalo – o pecado – da sua jamais pacífica coexistência” (João Bénard da Costa).

24/01/2015, 15h00 | Sala Luís de Pina
Pedro Costa | Realizador Convidado
GREED | UNDERWORLD
duração total da projeção: 211 min | M/12
entre a projeção dos dois filmes há um intervalo de 15 minutos

GREED
Aves de Rapina
de Erich von Stroheim
com Gibson Rowland, ZaSu Pitts, Jean Hersholt
Estados Unidos, 1924 – 130 min / mudo, intertítulos em inglês, legendados em português
UNDERWORLD
Vidas Tenebrosas
de Josef von Sternberg
com George Bancroft, Clive Brook, Evelyn Brent, Larry Semon, Fred Kholer
Estados Unidos, 1927 – 81 min / mudo, intertítulos em inglês, legendados eletronicamente em português

Com Murnau e Stiller, Stroheim é o único grande mestre do cinema que trabalhou apenas durante o período mudo. E só realizou obras-primas. GREED, que foi ocasião de uma das grandes guerras entre Stroheim e os produtores, retoma os grandes temas do realizador para fazer o retrato impiedoso de um mundo movido pela alcova e pelo dinheiro. O realismo “barroco” de Stroheim, a forma como a acumulação de sinais naturalistas acaba por conduzir a um delírio (também) figurativo, fulgurantemente presente em GREED, faz deste filme o cume da arte “maldita” de um dos mais radicais cineastas que alguma vez trabalhou em Hollywood. Um dos pontos altos do cinema mudo americano, com argumento de Ben Hecht, UNDERWORLD foi o primeiro grande filme de gangsters da história do cinema, que influenciou todo o género. Bancroft é um gangster brutal, que se torna amigo do futuro cérebro de um gang e rival no amor de uma mulher. A realização tem todo o requinte que caracteriza a arte de Sternberg, um cineasta que, como observou Howard Hawks, “leva um pequeno nada às dimensões de uma grande situação”.

24/01/2015, 21h00 | Sala Luís de Pina
Pedro Costa | Realizador Convidado
UMARETE WA MITA KEREDO | THE INCREDIBLE SHRINKING MAN
duração total da projeção: 172 min | M/12
entre a projeção dos dois filmes há um intervalo de 15 minutos

UMARETE WA MITA KEREDO
“Nasci, Mas…”
de Yasujiro Ozu
com Hideo Sugawara, Tokkan Kozo, Tatsuo Saito
Japão, 1932 – 91 min / mudo, intertitulos em japonês, narrados em francês e legendados eletronicamente em português
THE INCREDIBLE SHRINKING MAN
Sentenciado
de Jack Arnold
com Grant Williams, Randy Stewart, April Kent
Estados Unidos, 1957 – 81 min / legendado em espanhol

“NASCI, MAS…” é considerado como o primeiro dos grandes filmes de Yasujiro Ozu. Para Donald Richie é “a primeira vez que o cineasta combinou na perfeição todos os elementos que caracterizam o seu estilo”. História trágico-cómica sobre a relação entre um homem e os seus dois filhos, que não percebem por que motivo tem o pai de agir com tanta subserviência perante o patrão. O filme é realizado num estilo extremamente depurado, mas ainda longe do despojamento absoluto que caracterizaria a fase final do cinema do mestre japonês (1949-62). THE INCREDIBLE SHRINKING MAN é uma das obras-primas da ficção científica dos anos cinquenta, com notáveis efeitos especiais e um clima de angústia raras vezes alcançado no género. Um homem é exposto a uma nuvem radioativa e descobre que vai "encolhendo" a pouco e pouco. Cada vez mais pequeno, acaba por ter de lutar pela vida, enfrentando primeiro um gato e, depois, uma aranha, até "desaparecer" no "infinitamente pequeno".