BLACK AND TAN
de Dudley Murphy
com Duke Ellington, Arthur Whetsol, Fredi Washington, Lovejoy
Estados Unidos, 1929 – 19 minutos / sem legendas
SHAKE!: OTIS AT MONTEREY
de D. A. Pennebaker
com Otis Redding, Booker T. & the M.G.s, Steve Cropper
Estados Unidos, 1986 – 19 minutos / sem legendas
RIGHT ON!
de Herbert Danska
com The Original Last Poets (Gylan Kain, Felipe Luciano, David Nelson)
Estados Unidos, 1970 – 78 min / sem legendas
No princípio do cinema sonoro, Duke Ellington obtinha o seu primeiro papel no cinema sob a sua própria alcunha, “Duke”, o que atesta a popularidade que já alcançara como músico. Desta parábola sobre o reconhecimento da cultura afro-americana inteiramente protagonizado por negros – e contemporânea do bem mais célebre HALLELUJAH, de King Vidor – destaca-se o número musical final: o magnífico sapateado sobre um chão de espelhos. Mostrado na Cinemateca no Centenário de Duke Ellington em 1999, BLACK AND TAN é uma preciosidade. SHAKE!: OTIS AT MONTEREY é um registo da mítica “performance” de Otis Redding no Monterey Pop Festival a 17 de junho de 1967, que contou uma das mais famosas interpretações “Shake” por parte do “rei do soul”. Um festival que estaria na origem do filme MONTEREY POP (Pennebaker, 1968), e que para além da presença de Otis Redding correspondeu à primeira apresentação nos Estados Unidos de Jimi Hendrix. RIGHT ON! acompanha os The Last Poets na sua poesia revolucionária e performances musicais pelos telhados do Harlem, em Nova Iorque. Percursores da revolução da cultura musical e uma das grandes influências do hip-hop, o filme que os retrata surge assim como um convincente testemunho do sentimento da comunidade negra através do contributo de tantos poetas e músicos que emergiram do African-American Civil Rights Movement e do Black Nationalist Movement no final da década de sessenta. RIGHT ON! foi descrito pelos seu produtor Woodie King, Jr., como “o primeiro filme inteiramente negro”, “não fazendo quaisquer concessões em termos de linguagem ou simbolismo para com as audiências brancas. “Poetry is black” é um das frases que mais sobressai da sua fortíssima banda sonora. Os dois últimos filmes são primeiras exibições na Cinemateca.