CICLO
António da Cunha Telles – Continuar A Viver


Tendo apresentado, em junho, a obra de realizador de António da Cunha Telles, no capítulo da produção, os filmes das Produções António da Cunha Telles, e alguns dos filmes estreados em Portugal por sua iniciativa nos anos setenta, a retrospetiva prossegue em julho dando continuidade à evocação destas duas vertentes da sua filmografia, a produção e a distribuição. No núcleo a que chamamos “Produzidos por António da Cunha Telles” incluem-se filmes produzidos, coproduzidos ou com produção executiva de Cunha Telles, como as respetivas notas detalham. Mostrar a obra de António da Cunha Telles é evocar um trabalho ímpar e crucial no cinema português. A retrospetiva é acompanhada pela edição de um catálogo.

 
09/07/2014, 19h00 | Sala Dr. Félix Ribeiro
Ciclo António da Cunha Telles – Continuar A Viver

O Fio do Horizonte
de Fernando Lopes
Portugal, França, 1993 - 91 min
 
09/07/2014, 21h30 | Sala Dr. Félix Ribeiro
Ciclo António da Cunha Telles – Continuar A Viver

Lola Montes
Lola Montes
de Max Ophuls
França, Alemanha, 1955 - 115 min
10/07/2014, 19h30 | Sala Luís de Pina
Ciclo António da Cunha Telles – Continuar A Viver

Koshikei
O Enforcamento
de Nagisa Oshima
Japão, 1968 - 109 min
10/07/2014, 22h00 | Sala Luís de Pina
Ciclo António da Cunha Telles – Continuar A Viver

Os Flagelados do Vento Leste
de António Faria
Portugal, 1989 - 103 min
11/07/2014, 21h30 | Sala Dr. Félix Ribeiro
Ciclo António da Cunha Telles – Continuar A Viver

A Corte do Norte
de João Botelho
Portugal, 2008 - 122 min
09/07/2014, 19h00 | Sala Dr. Félix Ribeiro
António da Cunha Telles – Continuar A Viver
O Fio do Horizonte
de Fernando Lopes
com Claude Brasseur, Andrea Ferreol, Ana Padrão
Portugal, França, 1993 - 91 min
versão francesa legendada eletronicamente em português | M/12
Produzidos por António da Cunha Telles

Nesta adaptação do romance de Antonio Tabucchi, Fernando Lopes revela-nos uma Lisboa escura e melancólica, à margem dos clichés e inspirada em Cesário Verde. Entre o thriller e o fantástico, sem nunca resvalar para nenhum deles, O FIO DO HORIZONTE mostra-nos um homem confrontado com a imagem da sua própria morte. “Encontramos uma Lisboa revista em chave ambiguamente realista. ‘Realista’, porque todos estes lugares são reconhecíveis, dotados de uma espécie de plausibilidade que nem se esgota numa mera sinalização tipológica nem, no fundo, a contradiz (…). Mas ambígua porque esta Lisboa, raramente ou nunca filmada ‘em plano geral’, surge singularmente cerrada, misteriosa, ‘cabalística’ (…) Uma Lisboa, enfim, filmada como inesgotável fonte de narrativas” (Luís Miguel Oliveira). Foi o filme da segunda colaboração entre Lopes e António da Cunha Telles, produtor de BELARMINO, aqui coresponsável pela produção executiva. A produção é da Companhia de Filmes do Príncipe Real, CTN, Caméras Continentales, Origen e Channel Four Films.

09/07/2014, 21h30 | Sala Dr. Félix Ribeiro
António da Cunha Telles – Continuar A Viver
Lola Montes
Lola Montes
de Max Ophuls
com Martine Carol, Peter Ustinov, Anton Walbrook, Oskar Werner
França, Alemanha, 1955 - 115 min
versão alemã, legendada em português | M/12
Distribuídos por António da Cunha Telles

O último filme de Ophüls foi massacrado à época pela distribuição, que alterou a sua estrutura em flashbacks, e só foi visto na montagem original muito mais tarde. História de uma cantora e cortesã, que termina a sua vida transformada em objeto, apresentando-se num circo, onde a sua própria vida é contada e encenada. Uma obra-prima. Vamos vê-la na versão mais completa que se conhece, falada em alemão. Estreado em reposição a 23 de setembro de 1983 no cinema Quarteto, com distribuição da Animatógrafo.

10/07/2014, 19h30 | Sala Luís de Pina
António da Cunha Telles – Continuar A Viver
Koshikei
O Enforcamento
de Nagisa Oshima
com Do-yun Yu, Kei Sato, Toshirô Ishido, Rokko Toura
Japão, 1968 - 109 min
legendado em português | M/16
Distribuídos por António da Cunha Telles

Os crimes e a execução de Ri Chin, coreano que assassinou duas jovens raparigas numa escola secundária japonesa, serviram de inspiração a duas obras de Nagisa Oshima. São elas SHINJUKU DOROBO NIKKI e KOSHIKEI. Se a primeira é um exercício típico da nova vaga japonesa sobre o cosmopolitismo de uma juventude ociosa, o segundo é uma poderosa reflexão sobre a pena de morte. O filme é quase inteiramente passado num só cenário: os guardas de um estabelecimento prisional, um médico e um padre tentam fazer com que um condenado à morte recorde e reconheça o seu crime para o poderem executar de novo, depois da falhada a primeira tentativa de execução. Estreado em reposição a 28 de setembro de 1973 no Estúdio, com distribuição da Animatógrafo.

10/07/2014, 22h00 | Sala Luís de Pina
António da Cunha Telles – Continuar A Viver
Os Flagelados do Vento Leste
de António Faria
com Carlos Alhinho, Arciolinda Almeida, Jorge Vera Cruz, Manuela Santos, Eliana Lima
Portugal, 1989 - 103 min
M/12
Produzidos por António da Cunha Telles

com a presença de António Faria

A partir de um argumento original do realizador, OS FLAGELADOS DO VENTO LESTE segue a história de um camponês de Santo Antão quando a ilha é assolada pela seca transformando a vida num caos e lançando a fome sobre os seus habitantes. Produção da Animatógrafo. “[O tema do filme] não é a seca, mas a atitude humana face ao flagelo […] no único lugar em Cabo Verde onde a situação podia decorrer: sendo uma ilha fértil, verde, de água abundante, o flagelo tornou-se muito mais violento e marcante. […Numa época em que o arquipélago] era ainda uma colónia portuguesa, conhecida pelo efeito medonho do campo de concentração do Tarrafal como pela história peculiar do seu povo e da sua luta” (António Faria durante a rodagem do filme, O Jornal). Primeira exibição na Cinemateca.

11/07/2014, 21h30 | Sala Dr. Félix Ribeiro
António da Cunha Telles – Continuar A Viver
A Corte do Norte
de João Botelho
com Ana Moreira, Ricardo Aibéo, Rogério Samora, Custódia Galego
Portugal, 2008 - 122 min
M/16
Produzidos por António da Cunha Telles

Baseado no romance homónimo de Agustina Bessa-Luís, o filme de João Botelho é uma epopeia familiar, centrada nos ecos e reflexos que unem (ou afastam) várias gerações de personagens femininas pertencentes à mesma família. Ana Moreira, em papel múltiplo, dá corpo a todas essas mulheres, num filme construído em vaivéns temporais ao longo de cem anos, de meados do século XIX a meados do século XX. Produção Animatógrafo II e Filmes do Fundo.