06/04/2024, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Rodado na ilha da Madeira por um antigo oficial do exército que havia realizado alguns documentários de apoio ao esforço de guerra, e tentado a ficção em 1967 com A CAÇADA DO MALHADEIRO, este ETERNIDADE é um objeto curioso e raro, poucas vezes visto e um dos títulos que contribui para uma reescrita de um cinema que se procura aproximar do grande público, através de narrativas identificáveis. É, ainda, um filme que propõe um arco narrativo entre a ficção neorealista de A CANÇÃO DA TERRA, de Jorge Brum do Canto (1938), também digitalizado pelo FILMar, e o Portugal nos alvores da democracia. Depois do 25 de Abril de 1974, Juvenal, um engenheiro agrónomo de ideias liberais, volta a casa e vê-se envolvido pelas perturbações sociais na ilha da Madeira, que antecederam a revolução, as quais são condenadas pelo seu irmão Álvaro, industrial de bordados e acérrimo conservador. A defesa dos trabalhadores explorados e o novelo amoroso onde se vê envolvido, tornam a sua presença, e a leitura histórica dos acontecimentos, um curioso exercício de escrita e de realização.
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