09/02/2022, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
DAVID HARUM
de Allan Dwan
com William H. Crane, Harold Lockwood, May Allison
Estados Unidos, 1915 – 68 min
MANHATTAN MADNESS
Loucuras de Nova Iorque
de Allan Dwan
com Douglas Fairbanks, Jewell Carmen, George Beranger
Estados Unidos, 1916 – 39 min
A importância de DAVID HARUM é histórica e transcende a obra de Allan Dwan. No mesmo ano de THE BIRTH OF A NATION, Dwan, de modo discretíssimo, trazia para o cinema americano um processo revolucionário: o movimento de câmara “vertical”, para a frente e para trás, ao longo da profundidade do campo (e já não apenas “lateral”, como se praticava desde os primórdios), numa cena em que se segue o percurso do protagonista ao longo de toda uma rua. “Foi a primeira vez que mexemos a câmara. E não recebemos muitos elogios por isso – pelo contrário, só insultos. A cena era eficaz, mas quando o filme estreou, o movimento – segundo nos disseram os gerentes das salas – perturbou o público. Diziam que os deixava tontos. Alguns agarravam-se às cadeiras porque pensavam que eram eles que se estavam a mexer. Portanto, em vez de elogios, tivemos reprimendas. Mas aperfeiçoámos o processo e passámos a usá-lo”. MANHATTAN MADNESS tem um princípio semelhante ao empregue por John Ford num filme do ano seguinte (BUCKING BROADWAY), com Harry Carey: trazer
cowboys para as urbaníssimas ruas de Manhattan. O
cowboy, no filme de Dwan, é Douglas Fairbanks. “Queríamos, Fairbanks e eu, fazer um filme em Nova Iorque, e os produtores queriam que ele fizesse um
western, de maneira que decidimos: ‘muito bem, faremos um
western em Nova Iorque’. Como é que isso se faz? Bom, traz-se um
cowboy para Nova Iorque e pomo-lo a cavalgar pelo movimento da cidade. Recordo-me que o filme era muito rápido – e que essa rapidez foi conseguida pelo trabalho da câmara, não pela montagem”. Primeiras apresentações na Cinemateca.
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