O cinema de Hollywood dos anos 1930-33, anterior à entrada em vigência plena do chamado código Hays, é o foco do mais recente programa da Cinemateca, “A Liberdade Pré-Código”, a decorrer no mês de março.

Composto por um conjunto de 21 títulos, distribuídos por mais de 30 sessões, este sucede a um primeiro programa que a Cinemateca dedicou a esse período particular da produção dos estúdios hollywoodianos, em novembro de 2006.

A génese do Código Hays surge em 1930 em reação ao que a Motion Picture Producers and Distributors of America (MPPDA) via como uma “multiplicação de escândalos”, e à perceção “chocante” do cinema norte-americano naqueles anos, pouco dado a constrangimentos quanto a representações de comportamentos e modos de vida. Estes viriam a ser banidos dos ecrãs por décadas com a implementação definitiva de um código de produção severo em 1934, após várias tentativas de regulação e debate interno nos estúdios. Este conjunto de regras é estabelecido numa lógica de controlo interno da indústria e atendendo a conteúdos, viabilidade comercial, pressões crescentes das elites religiosas e ideológicas em prol dos “princípios morais” e dos “bons costumes”. Os anos de embate e preparação do texto de auto-censura dos filmes em Hollywood constituem o período pré-Código, assim designado na história do cinema.