08/09/2015, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
BENILDE OU A VIRGEM MÃE é a adaptação fiel da peça homónima de José Régio (1947) e foi o filme que marcou a consagração internacional de Oliveira. É uma obra que nos leva à significação última da corporalidade e da oralidade, permanentes manifestações da morte ou da luta contra ela. Maria Barroso e Augusto de Figueiredo que, à data da estreia da peça tinham representado os protagonistas, surgem agora nos papéis da criada e do padre. Foi um dos últimos filmes apoiados pelo Centro Português de Cinema e um dos primeiros a ser apoiado pelo recém-criado fundo do Instituto Português de Cinema, um mês antes da Revolução. Teve estreia discreta no quente mês de novembro de 1975. Acusado de ter realizado um filme reacionário, à época Oliveira dizia: “o cinema revolucionário está atrasado face à revolução”. BENILDE foi pretexto para acesas polémicas em que se debatia o futuro de um país, mas também o futuro do cinema. Maria Barroso interpreta Genoveva, a velha criada, guardiã da jovem Benilde, o papel que trinta anos antes lhe coubera e lhe valera a consagração, no palco do Teatro D. Maria II.