Em BORN TO BE BAD Nicholas Ray subverte todas as expectativas no que respeita a Joan Fontaine, que abandona aqui a sua habitual faceta de boa rapariga. Fontaine é Christabel, jovem que engana tudo e todos com as suas doces maneiras, decidida a triunfar num mundo moralmente desprezível. Ray revela toda a sua mestria na utilização dos espaços interiores para a caracterização das personagens que os habitam, para o que contribui a notável fotografia de Nicholas Musuraca.

Adaptado do célebre romance homónimo de Balzac, o filme de Vernay adapta ao ecrã algumas das mais famosas personagens de “A Comédia Humana” de que o romance é um dos alicerces. A história é a de um pai que empenha tudo o que tem em prol da felicidade das duas filhas, que desprezam o seu amor embora não se privem de nada para desfrutar daquilo que ele lhes rende, a saber, uma vida confortável na Paris mundana da sua época. Primeira exibição na Cinemateca.

Um dos westerns maiores da história do cinema, de cores agressivas e imagens barrocas (as fabulosas cenas de Joan Crawford no interior do saloon, o cenário deste com os fantomáticos croupiers e a roleta a rodar). Um filme “onde os cowboys desmaiam e morrem com a graça das bailarinas” (Truffaut). E um “duelo” sem tréguas entre as fabulosas Vienna (Crawford) e Emma (McCambridge).

Nos anos oitenta, o filme de Ken Russell despertou polémica pelos meandros temáticos do argumento, uma história com sexo e suspense. China Blue é o nome “secreto” da personagem de Kathleen Turner, poucos anos depois da sua escaldante estreia no cinema em BODY HEAT de Kasdan. Primeira exibição na Cinemateca.

Neste filme de Clint Eastwood Morgan Freeman é Nelson Mandela, compondo uma figura baseada em Playing the Enemy: Nelson Mandela and the Game that Made a Nation, de John Carlin, de que o argumento parte. É na África do Sul do 1994 e no episódio verídico da conquista do título mundial de râguebi pela seleção nacional do ano seguinte que o filme se centra, num momento posterior à eleição presidencial de Mandela ao cabo de 42 anos de regime de Apartheid. O perdão e a reconciliação são os sentimentos que atravessam INVICTUS, variação política do “filme desportivo”. Não sendo dos mais memoráveis exemplos do cinema de Eastwood, é um filme de belas interpretações e bons momentos, um retrato inspirador de Nelson Mandela. Primeira exibição na Cinemateca.