Obra maior de Hitchcock, SUSPICION é um hábil retrato psicológico da suspeita e do medo, com Cary Grant a dar à sua personagem uma ambiguidade em que se apoia praticamente todo o suspense do filme. E Hitch faz com que os seus mais inesperados gestos e comportamentos transmitam uma sensação de inquietação ao espectador, mesmo que, para este, lhe seja inconcebível ver Grant como (possível) vilão, o que justifica o ambíguo happy-end.

The Face on the Bar Room Floor

Charlot Pintor

de Charles Chaplin

com Charles Chaplin, Cécile Arnold, Chester Conklin

Estados Unidos, 1914 – 13 min / mudo, intertítulos em inglês

Mabel's Married Life

Charlot e o Manequim

de Charles Chaplin, Mabel Normand

com Charles Chaplin, Mabel Normand, Mark Swain

Estados Unidos, 1914 – 13 min / mudo, intertítulos em português

A Film Johnnie

Charlot no Cinema

de George Nichols

com Charles Chaplin, Roscoe “Fatty” Arbuckle, Virginia Kirtley

Estados Unidos, 1914 – 11 min / mudo, intertítulos em português

Três produções de 1914 da Keystone, a companhia de Mack Sennett, o primeiro mestre do burlesco americano, importante referência dos começos de Chaplin que, nesse ano, interpretou um total de trinta e cinco filmes curtos, dos quais, a solo, realizou dezoito. Vagamente baseado num poema de Hugh Antoine d’Arcy, THE FACE ON THE BAR ROOM FLOOR é um destes casos: um pintor devastado pela perda da mulher amada passa o seu tempo num bar dedicando-se a pintar a cara dela no chão com um pedaço de giz. MABEL’S MARRIED LIFE é um dos muitos filmes de Chaplin com Mabel Normand, a sua parceira na Keystone e correalizadora de alguns dos seus filmes. Trata-se do primeiro filme de Chaplin em que há um “duo” entre um homem e um objeto, neste caso um manequim. Realizado por George Nichols, A FILM JOHNNIE é o filme que em Charlot vai ao cinema, se apaixona pela rapariga no ecrã e segue para os estúdios da Keystone para a encontrar, provocando uma série de trapalhadas em cadeia. THE FACE ON THE BAR ROOM FLOOR é apresentado em cópia nova.

REBECCA marca a chegada triunfal de Alfred Hitchcock a Hollywood, já consagrado e com cerca de quinze anos de carreira na Grã-Bretanha. Hitchcock declarou, por sinal, a Truffaut, que achava o filme “demasiado britânico”, pois tanto a autora do romance (Daphne du Maurier) como o ator principal (Olivier) eram britânicos. Romance e filme têm finais bastante diferentes. Trata-se de umas das obras maiores de Hitchcock, a história de uma mulher frágil que se casa com um homem de uma condição social muito mais elevada e vai viver numa mansão, sobre a qual pairam a sombra sinistra da governanta e a lembrança de Rebecca, a primeira mulher do marido. Na personagem, sem nome próprio, da segunda mulher, jovem e vulnerável, Joan Fontaine no seu mais icónico papel.