28/11/2020, 10h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Nos anos 50 e 60 foram produzidos em Itália e em França diversos filmes em episódios, cada qual com um realizador diferente, à volta de um motivo central, no caso deste filme o amor numa metrópole, através de temas como o suicídio por amor, uma sala de baile onde casais se conhecem, a prostituição. Via de regra, nestes filmes em episódios cada realizador dedica-se ao seu, sem levar em conta os demais, o que é o caso aqui. O argumentista Cesare Zavattini, um dos pilares da escola neo-realista italiana, principal mentor deste projeto, imaginou L’AMORE IN CITTÀ como uma espécie de manifesto do neo-realismo, almejando um “jornal cinematográfico, que reduzisse ao máximo a distância entre a vida e o espetáculo”. É assim ao estilo da reportagem que decorrem os vários episódios do filme, quase sem atores profissionais. Fellini utiliza dois profissionais e, contrariamente aos preceitos de Zavattini, o seu episódio, UN GIORNALISTA RACCONTA - AGENZIA MATRIMONIALE, não foi de todo “tirado da vida”, é uma pura e agridoce ficção.
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