Para OS LIMITES DO CONTROLO (título saído de um ensaio de 1975 de William S. Burroughs), Jarmusch filmou em Espanha (o filme passa-se entre Madrid e a Andaluzia) e escreveu uma história para muitos atores e o protagonismo de um assassino sob contrato, tão profissional como elegante, impecavelmente interpretado por Isaach De Bankolé. A sua viagem, no filme, atravessada de encontros e paragens em esplanadas para cafés em dose dupla, citações, referências vindas da cinefilia, é implacável. Também tem a graciosidade dos gestos e o lastro dos códigos samurai, como o americano GHOST DOG, sendo mais solar. Primeira exibição na Cinemateca.

Um clássico da ficção científica correalizado por Christian Nyby e por Hawks, produtor do filme, cuja “mão” se reconhece bem: numa estação polar, um grupo de cientistas descobre vestígios da aterragem de uma nave extraterrestre e vai ter de enfrentar o seu tripulante num combate de sombras. É um dos grandes títulos de ficção científica dos anos cinquenta, a década que a América viveu sob a ameaça da Guerra Fria e a paranoia de uma invasão marciana.

Tudo começa na cave de uma igreja abandonada em Los Angeles. Há uma seita misteriosa e um sinistro líquido verde que condensa, nada mais, nada menos, do que a essência satânica... É este líquido que desencadeia o aparecimento de uma série de zombies enquanto o Diabo faz também a sua aparição. Carpenter e as manifestações do Mal, no segundo título de uma “trilogia do Apocalipse” iniciada em THE THING e completada com IN THE MOUTH OF MADNESS.

A segunda, e mais famosa, adaptação de Shakespeare por Laurence Olivier, que com ela ganhou o Oscar de melhor ator, enquanto o filme seria, também, considerado o melhor do ano pela Academia de Hollywood. O Grande Prémio do Festival de Veneza foi outra das suas recompensas. Olivier utiliza o preto e branco para criar um efeito de fantasmagoria que percorre toda a encenação, em especial no início, e na sequência do famoso monó­logo, dá uma dimensão cinematográfica à “peça na peça” e faz do duelo Hamlet-Laertes um momento espetacular.

Considerado por muitos como “o mais belo filme de sempre”, SUNRISE também é um exemplo do importante contributo dos realizadores e técnicos alemães para o cinema americano. Através da história de um camponês, que é seduzido por uma vamp da cidade e tenta matar a mulher, antes de se reconciliar com ela durante uma viagem a uma cidade, os extraordinários cenários do filme constroem uma cidade moderna, cheia de luzes e de montras, “a” cidade moderna enquanto tal. Um dos pontos culminantes de toda a história do cinema.