13/11/2019, 18h30 | Sala Luís de Pina
Sine, Cinema das Filipinas | Nos Cem Anos do Cinema Filipino
em colaboração com a Embaixada das Filipinas em Portugal e com o Film Development Council of the Philippines
Independencia
de Raya Martin
com Sid Lucero, Tetchie Agbayani, Alessandra de Rossi
Filipinas, 2009 - 77 min
legendado eletronicamente em português | M/12
A Ascensão dos Filmes Independentes
Nascido em 1984 (e já autor de doze longas-metragens de ficção, além de diversas curtas-metragens e documentários), Raya Martin é um dos grandes nomes do atual cinema filipino. Em INDEPENDENCIA, através da história de um jovem e da sua mãe idosa que se escondem na selva, devido ao perigo iminente de uma invasão, o realizador tomou como tema a colonização americana das Filipinas, que foram ocupadas sucessivamente pelos espanhóis, os japoneses e os norte-americanos, pois “a imagem que os filipinos têm de si mesmos é baseada no espelho colonial”. O realizador adota deliberadamente um estilo semelhante à “estética dos filmes americanos sobre o período da ocupação. “Percebi que poderia falar da resistência durante este período usando esta estética”. O crítico Gonzalo de Pedro vê o filme como “um complexo exercício que se situa entre a apropriação, o simulacro e a reivindicação política”.
13/11/2019, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Sine, Cinema das Filipinas | Nos Cem Anos do Cinema Filipino
em colaboração com a Embaixada das Filipinas em Portugal e com o Film Development Council of the Philippines
Maynila Sa Mga Kuko Ng Liwanag/Manila
“Manila nas Garras da Luz”
de Lino Brocka
com Hilda Koronel, Bembel Roco, Lou Salvador Jr.
Filipinas, 1975 - 123 min
legendado eletronicamente em português | M/12
A Segunda Idade de Ouro
Lino Brocka (1940-91) foi uma das grandes descobertas da crítica europeia na passagem dos anos 70 para os 80. Trabalhando num sistema industrial (MAYNILA é o décimo-segundo dos sessenta e cinco filmes que realizou), Brocka faz um cinema popular, em todos os sentidos do termo: destinado às plateias populares e situado nos meios populares, como nos bairros de lata de Manila, de onde são originários muitos dos seus atores, que não têm nenhuma formação escolar e são provenientes de um grupo teatral criado pelo realizador. MANILA (o título original traduz-se por “Manila, nas Garras das Luzes de Néon”) foi o filme que tornou internacionalmente conhecido o nome de Brocka. O filme retrata o cruel percurso de um rapaz que vem da província para Manila atrás da sua amada e vê-se diante da terrível luta que é a sobrevivência na metrópole. A apresentar em cópia digital.
14/11/2019, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Sine, Cinema das Filipinas | Nos Cem Anos do Cinema Filipino
em colaboração com a Embaixada das Filipinas em Portugal e com o Film Development Council of the Philippines
Genghis Khan
de Lou Salvador (assinado por Manuel Conde)
com Manuel Conde, Elvira Reyes, Inday Jalandoni
Filipinas, 1950 - 77 min
legendado eletronicamente em português | M/12
A Primeira Idade de Ouro
Embora, nos anos 40 e 50, o melodrama fosse o género preferido do público popular filipino, a indústria do país abordava diversos géneros. Os swashbucklers (filmes de espadachins) também eram popularíssimos e Manuel Conde era considerado o “rei” do género. GENGHIS KHAN é um marco na história do cinema filipino e o primeiro filme do país a ter tido projeção internacional, tendo sido apresentado no Festival de Veneza e distribuído internacionalmente pela United Artists, com o acréscimo do comentário em inglês da autoria de James Agee. É esta versão que veremos. Na verdade, Manuel Conde interpretou o papel-titular e o filme foi realizado por Lou Salvador, como provam documentos da época. De um estilo semelhante ao dos epics americanos do período, o filme leva o seu herói de aventura em aventura e foi bastante elogiado ao ser estreado na Europa: “O filme é interessantíssimo e muito empolgante, como na grande cena de luta. Toda a ação se situa num plano grandioso e heróico e as cenas de batalha são encenadas quase como se fossem bailados” (Monthly Film Bulletin). O filme foi objeto de um restauro em 2012 e será apresentado em cópia digital. Primeira exibição na Cinemateca.
15/11/2019, 18h30 | Sala Luís de Pina
Sine, Cinema das Filipinas | Nos Cem Anos do Cinema Filipino
em colaboração com a Embaixada das Filipinas em Portugal e com o Film Development Council of the Philippines
Noli Me Tangere
“Não me Toques”
de Gerardo de León
com Eddie del Mar, Edita Vital, Johnny Monteiro
Filipinas, 1961 - 180 min
legendado eletronicamente em português | M/12
A Primeira Idade de Ouro
Gerardo (ou Gerry) de León (1913-81) é considerado um dos mestres do cinema filipino e Charles Tesson define-o como “uma das grandes figuras do cinema mundial. Uma coisa é certa: é impossível ver um dos seus filmes sem falarmos imediatamente do prazer de ver cinema, do puro encanto da mise en scène”. Gerardo de León começou a sua carreira como ator e estreou-se como realizador com uma zarzuela, chegando a um total de oitenta longas-metragens. NOLI ME TANGERE, considerado um dos seus filmes mais importantes, adapta um romance de um herói nacional filipino de fins do século XIX, José Rizal, executado pelas autoridades espanholas devido ao seu combate anticolonialista. O livro, de leitura obrigatória nas escolas, é uma crítica às autoridades coloniais e à Igreja Católica e foi adaptado pela primeira vez ao cinema em 1915. Para transpor a complexa trama do romance, Gerardo de León lança mão dos seus vastos recursos de cineasta, com um resultado impressionante. A apresentar em cópia digital. Primeira exibição na Cinemateca.
15/11/2019, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Sine, Cinema das Filipinas | Nos Cem Anos do Cinema Filipino
em colaboração com a Embaixada das Filipinas em Portugal e com o Film Development Council of the Philippines
Insiang
Insiang, o Lírio de Manila
de Lino Brocka
com Hilda Koronel, Mona Lisa, Rez Cortez
Filipinas, 1976 - 95 min
legendado eletronicamente em português | M/12
A Segunda Idade de Ouro
Único filme de Lino Brocka com distribuição comercial em Portugal, INSIANG, O LÍRIO DE MANILA ilustra a mesma vertente da obra de Brocka que JAGUAR ou MANILA. O filme é situado num bairro de lata, numa barraca na qual coabitam uma mulher, a sua filha e o novo namorado da primeira, numa situação cada vez mais insuportável para a filha, vítima de abusos verbais e sexuais. A jovem acabará por recusar os códigos sociais que a sufocam. O filme enriquece a veia “realista” do realizador com um sentido subjacente da fantasmagoria individual. Como observou Philippe-Alexandre Saulnier, “INSIANG tem as proporções características de uma obra clássica: conjugação geométrica de um tempo (absurdo), de um lugar (fechado) e da ação e o filme consiste na afirmação de uma identidade e na interpenetração destas três unidades. INSIANG é um filme sobre a identidade de um ser e de um mundo que sufoca esta identidade”. A apresentar em cópia digital, em primeira exibição na Cinemateca.