17/06/2019, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Revisitar os Grandes Géneros: O Esplendor do Melodrama
Only Yesterday
Só uma Noite
de John M. Stahl
com Margaret Sullavan, John Boles, Edna May Sullivan
Estados Unidos, 1933 - 105 min
legendado eletronicamente em português | M/12
John M. Stahl foi um dos mestres do melodrama em Hollywood e ONLY YESTERDAY é um dos pontos altos do género no cinema americano. A estrutura narrativa é certamente derivada de Carta de uma Desconhecida, de Stefan Zweig: arruinado pelo crash da Bolsa de Nova Iorque, em 1929, um homem vai suicidar-se, quando recebe uma carta. A ação desenrola-se então em flashback: 15 anos antes, este homem seduzira uma jovem, que engravidou sem que ele soubesse. Ao longo do tempo, os dois voltam a encontrar-se duas vezes, mas o homem não a reconhece. A mulher está prestes a morrer e pede, na carta, que ele tome conta do filho que tiveram. O filme não é apresentado na Cinemateca desde 2009.
18/06/2019, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Revisitar os Grandes Géneros: O Esplendor do Melodrama
Sellaisena Kuin Sina Minut Halusit
“Como Tu Me Desejaste”
de Teuvo Tulio
com Marie-Louise Fock, Ture Ara, Kunto Karapäa, lauri Korpela
Finlândia, 1944 - 102 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Para a surpresa de muitos, a Finlândia revelou-se uma fonte de extravagantes melodramas, desde que se “descobriu” a obra de Teuvo Tulio, que foi revelada aos espectadores da Cinemateca por escolha de Aki Kaurismaki e Peter von Bagh em 2005, e alvo de um curto Ciclo em 2015. O argumento de SELLAISENA KUIN SINA MINUT HALUSIT nada fica a dever, em matéria de coincidências e desgraças, ao mais descabelado melodrama mexicano, como AVENTURERA (também aqui programado). Mas uma pesada e inesperada capa luterana parece tudo envolver e o estilo da realização nada tem de expansivo. É sóbrio, “camerístico”, os chavões de um género são trabalhados numa mise-en-scène cerrada e claustrofóbica. O resultado é tão implosivo como explosivo.
18/06/2019, 18h30 | Sala Luís de Pina
Revisitar os Grandes Géneros: O Esplendor do Melodrama
Opfergang
Amar é Perdoar
de Veit Harlan
com Kristina Söderbaum, Carl Raddatz, Irene von Meyendorff
Alemanha, 1944 - 98 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Um dos mais famosos exemplos do cinema de entretenimento e evasão do período nazi e uma das obras mais conhecidas de Veit Harlan, que no ano anterior realizara o mais repelente e inaceitável filme do regime, JUDE SÜSS (“O JUDEU SÜSS”). Filmado num belo e artificialíssimo Agfacolor, OPFERGANG aborda o tema do adultério e de um implícito ménage à trois, com um homem e duas mulheres, o que é mostrado com surpreendente naturalidade. A isto acrescenta-se a luta do homem, que é médico, contra uma epidemia de tifo. Como observou Daniel Collin, não falta ao filme “nenhum elemento da grande tradição do melodrama: casas sumptuosas, a heroína que toca piano num salão burguês”, a que se acrescenta o aspecto exaltado da relação do homem com a sua amante. Foi visto pela última vez na Cinemateca em 2013. A apresentar em cópia digital.
18/06/2019, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Revisitar os Grandes Géneros: O Esplendor do Melodrama
Imitation of Life
Imitação da Vida
de Douglas Sirk
com Lana Turner, John Gavin, Sandra Dee, Robert Alda, Juanita Moore, Mahalia Jackson, Susan Kohner
Estados Unidos, 1959 - 125 min
legendado em português | M/12
Ao contrário do anunciado, o filme GIUNGLA, de Nunzio Malasomma, não será apresentado nesta sessão, dado que a cópia do filme que nos chegou não está em condições de ser projetada. Assim, em sua substituição será exibido o filme IMITATION OF LIFE de Douglas Sirk.
O melodrama absoluto de Douglas Sirk (seu último filme em Hollywood) é o filme de todos os espelhos: duas mulheres, uma branca e uma negra, uma que enriquece, a outra que continua pobre, e as suas duas filhas (a filha da negra passa por branca). À exceção da negra todos imitam a vida e perseguem uma falsa felicidade, simbolizada nos diamantes que caem em catadupa no genérico.
19/06/2019, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Revisitar os Grandes Géneros: O Esplendor do Melodrama
Santa
de Antonio Moreno
com Lupita Tovar, Carlos Orellana, Juan José Martínez Casado
México, 1932 - 81 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Adaptado de um romance de Felipe Gamboa, escritor influenciado por Émile Zola, SANTA é protagonizado pela atriz que teve o principal papel feminino na bela versão em espanhol do DRÁCULA de Tod Browning. O enredo é típico do género melodramático: uma jovem é expulsa de casa depois de ter sido seduzida por um soldado e vai parar a um bordel. Tem uma ligação com um toureiro, que acaba mal, e encontra o amor na pessoa de um pianista cego, mas talvez já seja tarde. SANTA foi o primeiro filme mexicano a utilizar o som síncrono e, por isto, é considerado a obra que lançou a produção cinematográfica em escala industrial no México. Mas o filme também é pioneiro a nível temático, com a oposição entre a pureza na vida no campo e corrupção das cidades, que encontramos em dezenas de filmes mexicanos. Primeira exibição na Cinemateca.