24/10/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
A Cinemateca com o Doclisboa: Peter Watkins | Por um Cinema Impossível: Documentário e Vanguarda em Cuba
Punishment Park
de Peter Watkins
com Mark Keats, Kent Foreman, Carmen Argenziano
Estados Unidos, 1971 - 88 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Peter Watkins
Sessão apresentada por Pedro Fortes
Um dos mais extremos exercícios de ficção política cavada na realidade que Peter Watkins alguma vez dirigiu, PUNISHMENT PARK parte da enorme tensão que as lutas sociais nos Estados Unidos – do movimento pelos direitos cívicos à contestação à guerra do Vietname – geraram dentro da sociedade americana, conduzindo a uma intensificação das formas de repressão. Watkins imagina os "campos de castigo", alternativa às prisões já demasiado cheias, para onde os "ativistas" e outros contestatários são levados e submetidos a uma duríssima provação – se lhe sobrevivessem, poderiam ser deixados em liberdade. Com atores amadores recrutados entre verdadeiros ativistas e verdadeiros membros das forças policiais ou militares, Watkins trabalhou a rodagem quase como um pequeno "reality show", em condições muito duras para todos os participantes, construindo com isso uma outra camada de realismo "comportamental", e adensando a polarização de um país dividido em duas metades que mutuamente se detestam. Invisível durante muitos anos, a redescoberta de PUNISHMENT PARK no princípio da década passada deixou muita gente convencida de que se trata da obra-prima de Watkins.
24/10/2016, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
A Cinemateca com o Doclisboa: Peter Watkins | Por um Cinema Impossível: Documentário e Vanguarda em Cuba
Edvard Munch
de Peter Watkins
com Geir Westby, Gro Fraas, Kersti Allum
Noruega, 1974 - 167 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Peter Watkins
Sessão apresentada por Pedro Fortes
A sessão decorre com um intervalo
segunda passagem em novembro
É o primeiro filme de Peter Watkins sem um tema imediatamente político – embora ele tenha comentado que era um filme "tão político como os outros". Trata-se de uma biografia, feita para a televisão norueguesa, do célebre pintor Edvard Munch, especialmente focada na sua juventude, o mais duro período da sua existência. Se é um "estudo de personagem", com uma dimensão psicológica inexistente noutros filmes de Watkins, não deixa de ser um filme histórico e um retrato da repressiva sociedade norueguesa de finais do século XIX, dado num realismo de reconstituição extraordinariamente convincente. Ingmar Bergman referiu-se a este filme como "um trabalho de génio".
25/10/2016, 15h00 | Sala Luís de Pina
A Cinemateca com o Doclisboa: Peter Watkins | Por um Cinema Impossível: Documentário e Vanguarda em Cuba
Punishment Park
de Peter Watkins
com Mark Keats, Kent Foreman, Carmen Argenziano
Estados Unidos, 1971 - 88 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Peter Watkins
Sessão apresentada por Pedro Fortes
Um dos mais extremos exercícios de ficção política cavada na realidade que Peter Watkins alguma vez dirigiu, PUNISHMENT PARK parte da enorme tensão que as lutas sociais nos Estados Unidos – do movimento pelos direitos cívicos à contestação à guerra do Vietname – geraram dentro da sociedade americana, conduzindo a uma intensificação das formas de repressão. Watkins imagina os "campos de castigo", alternativa às prisões já demasiado cheias, para onde os "ativistas" e outros contestatários são levados e submetidos a uma duríssima provação – se lhe sobrevivessem, poderiam ser deixados em liberdade. Com atores amadores recrutados entre verdadeiros ativistas e verdadeiros membros das forças policiais ou militares, Watkins trabalhou a rodagem quase como um pequeno "reality show", em condições muito duras para todos os participantes, construindo com isso uma outra camada de realismo "comportamental", e adensando a polarização de um país dividido em duas metades que mutuamente se detestam. Invisível durante muitos anos, a redescoberta de PUNISHMENT PARK no princípio da década passada deixou muita gente convencida de que se trata da obra-prima de Watkins.
25/10/2016, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
A Cinemateca com o Doclisboa: Peter Watkins | Por um Cinema Impossível: Documentário e Vanguarda em Cuba
Cerro Pelado | Hanoi Martes 13 | Hasta la Victoria Siempre
duração total da projeção: 117 min | M/12
Por Um Cinema Impossível: Documentário e Vanguarda em Cuba
Sessão apresentada por Michael Chanan
CERRO PELADO
de Santiago Álvarez
Cuba, 1966 – 59 min / legendado eletronicamente em português
HANOI MARTES 13
de Santiago Álvarez
Cuba, 1967 – 38 min / legendado eletronicamente em português
HASTA LA VICTORIA SIEMPRE
de Santiago Álvarez
Cuba, 1967 – 20 min / legendado eletronicamente em português
Apesar do relativo desconhecimento internacional do cinema cubano, Santiago Álvarez, figura central do cinema posterior à revolução castrista, está presente, em influência, no trabalho de muitos outros documentaristas de outros países. A saber, a criação de uma imagem de choque, sem ser chocante, trabalhada para demonstrar e enfrentar uma situação política e social concreta, e cuja modernidade, no uso rítmico da montagem e da música, ainda hoje encontra eco em diferentes formas de expressão (tanto no cinema como na televisão e, porque não, na Internet). CERRO PELADO traça os paralelos entre a celebração (musical) do desporto e de uma equipa atlética na luta política de Cuba pelo seu reconhecimento e aceitação internacional. HANOI MARTES 13 é, como o título indica, o retrato de uma terça-feira, num Vietname ocupado, e dos atos de guerra que sobre ele recaem, enquanto que HASTA LA VICTORIA SIEMPRE é um olhar raro e direto sobre Che Guevara, feito a partir de atualidades e discursos do próprio. CERRO PELADO é apresentado em cópia digital.
25/10/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
A Cinemateca com o Doclisboa: Peter Watkins | Por um Cinema Impossível: Documentário e Vanguarda em Cuba
Fällan
"A Armadilha"
de Peter Watkins
com Karl Lennart Sandqvist, Bo Melander
Suécia, 1975 - 65 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Peter Watkins
Sessão apresentada por Pedro Fortes
segunda passagem em novembro
Watkins de novo na televisão sueca, para outro filme que é tanto um exercício de imaginação futurista (a ação situa-se em 1999, no subterrâneo habitado por um cientista que trabalha numa estação de resíduos nucleares na costa sueca) como de invenção de possibilidades criativas permitidas pela tecnologia vídeo: FÄLLAN foi filmado em estúdio, ao longo de vários dias mas sempre "em direto", com as imagens captadas pelas quatro câmaras a serem "montadas" no momento da gravação, como forma de chegar ao espírito de "reportagem" que Watkins quase sempre procurou. Talvez o filme mais raramente visto do cineasta.