CICLO
Rosa Von Praunheim (Início)


Por ocasião do KINO 2016: Mostra de Cinema de Expressão Alemã, a Cinemateca e o Goethe Institut, com a colaboração especial de Augusto M. Seabra, evocam o trabalho de Rosa von Praunheim, que acompanhará a iniciativa em Lisboa já no início de fevereiro. Nascido durante a Segunda Guerra Mundial com o nome de Holger Mischwitzky, Rosa von Praunheim escolheu o seu pseudónimo artístico por dois motivos: rosa em homenagem ao triângulo cor-de-rosa que os nazis punham aos prisioneiros homossexuais, e Praunheim por ser o nome do subúrbio de Frankfurt onde os seus pais se tinham instalado. Quanto ao von, além de informativo (ele é a rosa de Praunheim), é falsamente aristocrático, num toque irónico suplementar e, talvez, numa alusão a alguns mitómanos que acrescentaram uma partícula nobiliária ao apelido. Rosa von Praunheim pertence à geração que fez o novo cinema alemão dos anos setenta (Fassbinder, Wenders, Schroeter, von Trotta), no qual nunca se integrou e que criticou mais do que uma vez. A sua carreira foi fértil (mais de oitenta filmes desde 1968, entre longas e curtas) e feita inteiramente à margem: à margem da grande indústria, à margem do cinema de autor da sua geração e à margem do “mundo gay”. Alternando filmes documentais (geralmente retratos filmados) e filmes de ficção, incluindo filmes pedagógicos sobre a SIDA, obras narrativas e outras mais experimentais. Acompanhar a sua obra (o Ciclo continua em fevereiro) é seguir o percurso de um homem realmente independente e também seguir as tremendas mudanças que o mundo conheceu desde que Rosa von Praunheim começou a fazer cinema.

 
28/01/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Rosa Von Praunheim (Início)

Nicht der Homossexuelle ist Pervers, Sondern die Situation in der Lebt
“Não é o Homossexual que é Perverso, mas a Sociedade em que Ele Vive”
de Rosa von Praunheim
RFA, Estados Unidos, 1970 - 65 min
 
29/01/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Rosa Von Praunheim (Início)

Neurosia – 50 Jahre Pervers
“Neurosia, 50 Anos de Perversidade”
de Rosa von Praunheim
Alemanha, 1995 - 87 min
30/01/2016, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Rosa Von Praunheim (Início)

Ein Virus Kennt Keine Moral
“Um Vírus Não Tem Moral”
de Rosa von Praunheim
RFA, 1985 - 82 min
28/01/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Rosa Von Praunheim (Início)

Em colaboração com o Goethe Institut
Nicht der Homossexuelle ist Pervers, Sondern die Situation in der Lebt
“Não é o Homossexual que é Perverso, mas a Sociedade em que Ele Vive”
de Rosa von Praunheim
com Bernd Fuerhelm, Berryt Bohlen, Ernst Kuchling
RFA, Estados Unidos, 1970 - 65 min
legendado eletronicamente em português | M/12

Este documentário militante foi realizado logo a seguir à descriminalização da homossexualidade pelo parlamento da República Federal da Alemanha. Praunheim não teve nenhuma dificuldade em conseguir financiamentos, mas uma vez o filme pronto a televisão recusou-se a mostrá-lo, só o fazendo dois anos depois. Quanto à comunidade homossexual, sentiu-se agredida pelo filme, que passa em revista e critica com veemência o seu comportamento geral. Uma obra política, um filme de agit prop, que se transformou num importante documento.

29/01/2016, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Rosa Von Praunheim (Início)

Em colaboração com o Goethe Institut
Neurosia – 50 Jahre Pervers
“Neurosia, 50 Anos de Perversidade”
de Rosa von Praunheim
com Desiree Dick, Lotti Huber, Evelyn Kunneke
Alemanha, 1995 - 87 min
legendado eletronicamente em português | M/12

NEUROSIA é um filme balanço sobre a vida e a carreira de von Praunheim, que tem como ponto de partida uma divertida ideia: von Praunheim é assassinado por um invejoso e uma jornalista de televisão, encarnada pela cantora de cabaré Desirée Dick, faz um inquérito sobre a sua pessoa, o que fez com que um crítico tenha escrito que este é “o CITIZEN KANE gay”. O filme inclui trechos de diversos filmes de von Praunheim e um desfile de testemunhas, que nem sempre têm coisas agradáveis a dizer a seu respeito (a sua mãe diz que sobreviveu a duas guerras mundiais, mas que viver com ele era uma terceira…). O desfecho aproxima-se do burlesco.

30/01/2016, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
Rosa Von Praunheim (Início)

Em colaboração com o Goethe Institut
Ein Virus Kennt Keine Moral
“Um Vírus Não Tem Moral”
de Rosa von Praunheim
com Rosa von Praunheim, Dieter Dicken, Maria Hasenäcker
RFA, 1985 - 82 min
legendado eletronicamente em português | M/12

No auge dos horrores da epidemia da SIDA, quando ainda se estava muito longe da existência de um tratamento digno deste nome, Rosa von Praunheim teve a coragem de realizar uma espécie de comédia negra sobre o tema, justificadamente visto à época como um filme sobre o início do fim. Como diz uma personagem: “Os hippies deram em junkies, os revolucionários em terroristas e os homossexuais estão a ser devorados pela SIDA”. Mas este filme sobre o fim é narrado a alta velocidade e a impressão com que se fica é mais de uma comédia do que de uma tragédia.