CICLO
Luis Miguel Cintra


A Academia Portuguesa de Cinema entregou este ano o “prémio carreira 2015” a Luis Miguel Cintra. No cinema, ator desde QUEM ESPERA POR SAPATOS DE DEFUNTO MORRE DESCALÇO (1971), sob a direção de João César Monteiro, um dos realizadores a que o seu trabalho está mais intimamente ligado. Como Manoel de Oliveira, aquele com quem mais filmou, a partir de LE SOULIER DE SATIN (1985). Para esta sessão de entrega simbólica do prémio que não pôde receber pessoalmente na cerimónia da gala da Academia em abril passado, foi de Luis Miguel Cintra a escolha de A ILHA DOS AMORES de Paulo Rocha, com quem também filmou recorrentemente, de A POUSADA DAS CHAGAS (1972) a SE EU FOSSE LADRÃO… ROUBAVA (2012).

 
05/06/2015, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Ciclo Luis Miguel Cintra

A ILHA DOS AMORES
de Paulo Rocha
Portugal, 1982 - legendado em português | M/12
 
05/06/2015, 19h00 | Sala M. Félix Ribeiro
Luis Miguel Cintra

Com a Academia Portuguesa de Cinema
A ILHA DOS AMORES
de Paulo Rocha
com Luis Miguel Cintra, Clara Joana, Zita Duarte, Jorge Silva Melo, Paulo Rocha, Yoshiko Mita
Portugal, 1982 - legendado em português | M/12
com a presença de Luís Miguel Cintra

Primeira produção Suma Filmes (fundada por Paulo Rocha, produtora ou coprodutora da maioria dos seus filmes desde então), A ILHA DOS AMORES, cujo primeiro projeto foi apresentado à Gulbenkian em 1972, foi filmado em Portugal e no Japão quase dez anos depois de A POUSADA DAS CHAGAS, longamente preparado durante os anos em que Paulo Rocha foi adido cultural da embaixada de Portugal em Tóquio (1975-1984). Film fleuve, compõe-se em nove cantos e é inspirado na vida e obra do escritor Wenceslau de Moraes, que saiu de Portugal em finais do século XIX para buscar no Japão uma “arte de viver” que conciliasse o material e o espiritual. Uma das obras mais arriscadas do cinema português, em que o trabalho de mise en scène é sobretudo realizado no interior dos próprios planos. “Cantos de Os Lusíadas, de Pound, de Chu Yuan (...) Era um pouco megalómano: juntar todas as culturas, todas as artes, todos os estilos, todas as línguas. Mas lá estavam o Moraes e a Ko-Háru, o gato e o pássaro de O-Yoné, o pintor impotente, para darem humanidade ao décor excessivo” (Paulo Rocha). Estreou mundialmente no festival de cinema de Cannes, estreando no circuito comercial português apenas em 1991 no contexto de uma “Operação Paulo Rocha”, numa iniciativa de Paulo Branco. Teve um assinalável êxito no Japão, onde foi descrito como “a unificação da memória coletiva da humanidade”.