São múltiplas as referências de um filme que faz ecoar as palavras lúcidas de vários poetas como Anna Akhmatova e Osip ou Nadejda Mandelstam sobre a paisagem russa dos dias de hoje, fazendo a ponte entre o passado e o presente. Como disse Nambot numa entrevista, “Conhecíamos a Rússia através do cinema, a paisagem de um sonho comunista, de uma utopia derrotada. A poesia é uma outra forma de a conhecer, Parecia-me que o que eu lia nos versos ainda lá estava, um século depois (…) Criámos uma partitura em verde e branco, religando rosto e paisagem, que dá conta do passado e do presente, do tempo que passa e da luz.” Palavras que ecoam sobre imagens de uma viagem desde o mar gelado de Krondstat até Moscovo. Primeira obra da realizadora francesa, prémio Revelação no DocLisboa 2011. Primeira exibição na Cinemateca.