Nome fundamental do cinema espanhol durante o franquismo, Juan Antonio Bardem (1922-2002) viu a sua obra condicionada por esse regime político (chegou a estar cinco anos preso devido à sua militância comunista), mas não deixou de fazer dos filmes uma subtil crítica da Espanha de Franco. Tendo-se estreado ao lado de Luis García Berlanga, a sua filmografia revela a influência direta do movimento neorrealista misturada com a herança de um cinema de género marcado pelo cinema americano. É essa vertente da sua obra que agora revisitamos de maneira breve através das suas três longas-metragens mais importantes, às quais juntamos a curta que marcou a sua estreia na realização ao lado de Luis García Berlanga e uma série de quatro curtas de cineastas espanhóis contemporâneos que revisitam esse filme.