12/04/2023, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
A Cinemateca com a Festa do Cinema Italiano: A Crítica Política Segundo Elio Petri
La Classe Operaia Va in Paradiso
A Classe Operária Vai Para o Paraíso
de Elio Petri
com Gian Maria Volonté, Mariangela Melato, Salvo Randone
Itália, 1971 - 115 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Segunda etapa da chamada
trilogia política na obra de Petri, A CLASSE OPERÁRIA VAI PARA O PARAÍSO é uma parábola sobre a condição operária na Europa, nos tempos do pleno emprego. Um operário muito trabalhador é apreciado, por este motivo, pelos patrões, o que faz com que seja detestado pelos colegas. Depois de um acidente de trabalho, muda radicalmente de atitude e adere de corpo e alma às lutas sindicais, o que lhe trará grandes problemas. Como observou Giovanni Grazzini, “numa Itália atormentada e confusa Petri oferece uma imagem muito eficaz, diríamos mesmo espetacularmente eficaz, das tensões muitas vezes contraditórias que neurotizavam a sociedade”. Este filme, que foi um êxito de crítica e de bilheteira à época, recebeu a Palma de Ouro no Festival de Cannes e o Oscar de melhor filme estrangeiro.
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12/04/2023, 19h30 | Sala Luís de Pina
A Cinemateca com a Festa do Cinema Italiano: A Crítica Política Segundo Elio Petri
A Ciascuno il Suo
Crimes à Moda Antiga
de Elio Petri
com Gian Maria Volonté, Irene Papas, Gabriele Ferzetti
Itália, 1967 - 93 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Baseado num romance de Leonardo Sciascia e verdadeiro êxito de bilheteira em Itália à época, A CIASCUNO IL SUO (literalmente:
a cada um o que é seu) marca o encontro de Petri com duas personalidades que serão a partir de então dois dos seus mais fiéis colaboradores: Gian Maria Volonté, que ainda não era uma vedeta, e o argumentista Ugo Pirro. Depois de terem recebido diversas ameaças, um médico e um farmacêutico sicilianos são abatidos durante uma caçada. Um habitante da região começa um inquérito pessoal e acaba por se apaixonar pela viúva do médico (magnífica Irene Papas). Giovanni Grazzini considera-o “um dos exemplos mais significativos de um cinema que analisa com consciência cívica o fenómeno da Máfia e dá, ao mesmo tempo, grande relevo dramático à representação dos personagens e do ambiente”. Primeira apresentação na Cinemateca.
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12/04/2023, 21h30 | Sala M. Félix Ribeiro
A Cinemateca com a Festa do Cinema Italiano: A Crítica Política Segundo Elio Petri
Indagine su un Cittadino al di Sopra di Ogni Sospetto
Inquérito a um Cidadão Acima de Qualquer Suspeita
de Elio Petri
com Gian Maria Volonté, Florinda Bolkan, Gianni Santuccio
Itália, 1970 - 115 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Grande êxito à época em que foi feito, o filme de Elio Petri “foi feito contra a polícia”, para citarmos as palavras do realizador: o antigo chefe do serviço de homicídios mata a amante por ciúmes e a seguir espalha indícios sobre a sua culpabilidade, porque quer saber até que ponto o poder, de que ele próprio é representante, irá para protegê-lo. O filme é sobretudo uma parábola política, sobre a repressão e a corrupção, que Lino Miccichè, à época, considerou “um doloroso paradoxo, aprazível pela sua eficácia espetacular, mas inquietante, alarmante, angustiante”. INQUÉRITO A UM CIDADÃO… fez de Gian Maria Volonté uma vedeta internacional.
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13/04/2023, 15h30 | Sala M. Félix Ribeiro
A Cinemateca com a Festa do Cinema Italiano: A Crítica Política Segundo Elio Petri
La Proprietà Non È Più Un Furto
Não se Brinca com o Dinheiro
de Elio Petri
com Ugo Tognazzi, Flavio Bucci, Daria Nicolodi
Itália, 1973 - 125 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Realizado num momento extremamente confuso em Itália (o da “estratégia da tensão” entre extrema-esquerda e extrema-direita), LA PROPRIETÀ NON È PIÙ UN FURTO inverte no seu título a celebérrima frase de Proudhon, segundo a qual “a propriedade é o roubo”. A trama narrativa tem algo de uma parábola: um empregado de banco, que despreza o dinheiro, volta-se contra um talhante que enriqueceu com o seu comércio e todos os dias rouba-lhe alguma coisa, até que o homem se apercebe da situação. O filme foi bastante mal recebido no Festival de Veneza e desde então tem sido muito pouco visto. Grazzini faz a seguinte observação a seu respeito: “Decidido a refletir os fanatismos dementes da época e os conflitos entre sindicatos, massa operária e movimento estudantil, com este filme Petri superou a polémica provinciana dos contestadores, deu-nos uma alegoria alucinada sobre o nosso tempo e tomou definitivamente as suas distâncias para com o marxismo dogmático”. Primeira apresentação na Cinemateca.
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13/04/2023, 19h30 | Sala Luís de Pina
A Cinemateca com a Festa do Cinema Italiano: A Crítica Política Segundo Elio Petri
Un Tranquillo Posto di Campagna
Um Lugar Tranquilo na Província
de Elio Petri
com Francesco Nero, Vanessa Redgrave, Georges Geret
Itália, 1968 - 107 min
legendado eletronicamente em português | M/12
Um dos filmes mais ambiciosos de Petri, que Lino Miccichè considera “uma tentativa extrema do realizador de superar a contradição arte/indústria na prática cinematográfica, fazendo-a por assim dizer o próprio tema da história narrada”. Esta é a história de um pintor
pop que decide retirar-se no campo. A casa onde vive, que fora habitada por uma ninfomaníaca executada durante a guerra estimula a imaginação doentia do homem, que acabará por ser internado numa clínica de luxo. Ali recomeçará a pintar miniaturas, que a sua ex-noiva venderá por bom preço. A crítica à posição do artista no mundo contemporâneo é transparente e o domínio do realizador sobre o filme é total.
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